Cidade da Criança vira um dos melhores destinos de lazer para famílias em Fortaleza
Voltado para a primeira infância com programações diversas, equipamento foi requalificado e retorna à dinâmica da cidade em movimento de valorização do Centro
Coloque na agenda: visitar a Cidade da Criança. Não aquela estrutura com ares de abandono e sem atrativo – observada, com tristeza, há alguns anos. Mas o novo capítulo iniciado desde o último 10 de agosto, quando o parque foi reaberto após seis meses de reforma e uma bem-vinda contribuição à valorização do Centro de Fortaleza. Está um oásis.
Amplo espaço, diversidade de brinquedos e atenção a toda a família são alguns dos maiores atributos do lugar, com funcionamento gratuito e diário. Fomos conferir de perto as novidades e atestamos uma alegria incontida, tanto nos pequenos quanto nos pais e responsáveis. Muito dessa animação vem, sobretudo, das possibilidades no ambiente.
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'Infância raiz' em pleno entro da Cidade
Oito circuitos interativos e oito casas temáticas dão conta de explorar o brincar livre, um dos principais focos dessa nova fase do equipamento. Tapetes sensoriais, balançadores, escorregas, túneis, entre outros instrumentos, estimulam pés descalços e testa suada. O fato de tudo estar ao ar livre adiciona uma camada a mais de beleza e diversão, tornando realmente possível a chance de viver instantes de “infância raiz” em pleno centro da cidade.
O interior das casas temáticas – cuja arquitetura foi mantida, em diálogo com a Fortaleza de outros tempos – é outro presente. Neles, o universo se agiganta a partir de múltiplas propostas, seja por meio da arte e do acolhimento, seja levando em conta leituras, oficinas e até robótica. Profissionais qualificados ficam posicionados a serviço do público.
Para se ter ideia, na Casa da Tecnologia as atividades envolvem programação e inovação; por sua vez, a Casa do Artelier reúne arte, capacitação e criatividade. Tem ainda a Casa da Imaginação, baseada em leitura, histórias e dramatização; e a Casa das Oficinas Criativas, com jardinagem, costura e reciclagem.
Horários da Cidade da Criança
Neste período de recém-inauguração, o funcionamento da Cidade da Criança respeita alguns horários específicos: de segunda a sexta-feira, de 8h às 11h e de 14h às 17h, o parque recebe agendas escolares, com entrada livre de 11h às 13h e de 17h às 19h; aos fins de semana e feriados, funciona ininterruptamente de 7h às 19h.
Aos domingos, há programação especial, com música, palhaçaria e sessões de cinema, de 8h às 12h. Estas últimas, por sinal, acontecem no espaço Cine+, em parceria com a Enel. A sala tem formato de cápsula e comporta 50 pessoas. A ideia é focar em programação voltada às crianças, cujos títulos dialogam também com questões para todas as idades.
Para crianças e famílias
Quando falamos que o parque é voltado não apenas para crianças, mas para toda a família, é pura realidade. A presença de um café no local justifica bastante esse componente. Tocada pelo Sesc, a lanchonete oferece espaços de convivência internos e externos, com valores amigos. O prato executivo, por exemplo, custa R$ 17; já o pedaço de bolo sai a R$ 4,50. Tapiocas, salgados, sanduíches, sobremesas, entre outros quitutes, completam o cardápio.
Além disso, a área de gramado dá possibilidade de belos piqueniques em frente ao lago – totalmente requalificado, inclusive com a presença de vitórias-régias. E itens como banheiro e bicicletário asseguram o divertimento sadio de todos. “A expectativa é que as pessoas cheguem e sintam, sobretudo, essa energia benigna”, torce Cristiane Leitão, Primeira-Dama e presidente do Comitê de Governança do Plano Fortaleza Inclusiva.
Segundo ela – cujo gabinete se encontra na casa intitulada Castelinho, na própria Cidade da Criança – este é apenas o pontapé de várias iniciativas. Haja vista a presença de muitos idosos no parque, uma das ideias é promover capacitações e momentos de dança e música nos quais eles estejam inclusos. Há também incentivo para que apresentações de corais aconteçam no coreto, trazendo ainda mais vida ao espaço.
Outro ponto diz respeito ao centro cultural mantido no Castelinho. Com exposição que conta a história da Cidade da Criança, deve receber outras mostras cujo foco é a própria cidade de Fortaleza. “Esse equipamento é tombado desde 1991, mas existe desde 1902. Por isso mesmo, fizemos questão de manter toda a estrutura, respeitando todas as casinhas e árvores. Nada foi mexido”, assegura Cristiane Leitão.
Ela igualmente menciona a plantação de um ipê durante a inauguração, e o incentivo para que crianças nunca deixem de colocar o pé no chão – não à toa, a presença de parques naturalizados, com a presença de areia. O material é tratado e higienizado diariamente. “Tudo isso para dizer que o espaço é para a primeira infância, mas também para toda a família”.
Oásis no Centro
Tocada por diferentes secretarias municipais em parceria com a iniciativa privada, a Cidade da Criança é um destino inadiável sobretudo por aliar divertimento, segurança e desejo de salvaguarda do patrimônio. Para isso, a Guarda Civil mantém posto permanente no local, e há incentivo para que as paredes recém-pintadas do equipamento sejam conservadas.
Administrador do parque, Roberto Mackenzie reforça que há 10 monitores disponíveis para que o brincar infantil aconteça da melhor forma possível. Igualmente, diz que a Cidade da Criança é oportuna sobretudo para estimular nas crianças maior tempo de diversão ao ar livre, em contraste com o uso de telas em casa e outros espaços.
“Tive uma infância na qual a gente sempre andava descalço, subia em árvore, colhia fruto no pé. Se você olhar em volta do parque, não verá uma criança com celular, o que já é algo muito benéfico. Se elas estivessem em casa, com certeza estariam no tablet, computador ou celular”, celebra, recordando o tempo em que estudou no colégio onde hoje está o gabinete da Primeira-Dama. “É uma coincidência bonita”.
“A importância de uma infância bem vivida reflete muito no adulto que seremos. Estamos fazendo nosso trabalho e continuaremos nesse processo: esse é nosso propósito. Se continuarmos assim, as crianças da cidade vão ter a infância semelhante a que eu tive”.