Julgamento de P. Diddy começa nesta segunda, e rapper pode ser condenado à prisão perpétua

Diddy responde por uma série de acusações graves, incluindo conspiração para extorsão, transporte para prostituição e tráfico sexual

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A imagem mostra o rapper e empresário Sean
Legenda: Apesar de declarar inocência e alegar que todas as relações sexuais foram consensuais, o ex-produtor rejeitou um acordo judicial oferecido pela promotoria e agora segue para julgamento.
Foto: Angela Weiss/AFP

Começa nesta segunda-feira (5), em Nova York, a seleção do júri para o julgamento do cantor Sean "Diddy" Combs, o P. Diddy, de 55 anos, ícone do hip-hop e magnata da música. Ele é acusado de chefiar uma rede de tráfico sexual ao longo de décadas.

A seleção do júri é o primeiro passo para o início do julgamento. Caso condenado, o Diddy pode enfrentar prisão perpétua.

O músico responde por uma série de acusações graves, incluindo conspiração para extorsão, transporte para prostituição e tráfico sexual. Os promotores alegam que o rapper construiu um esquema coercitivo baseado em festas sexuais regadas a drogas, violência e ameaças.

O julgamento está previsto para durar de oito a dez semanas, com as declarações de abertura marcadas provisoriamente para o próximo dia 12.

Apesar de declarar inocência e alegar que todas as relações sexuais foram consensuais, o ex-produtor rejeitou um acordo judicial oferecido pela promotoria. O advogado dele, Marc Agnifilo, sugeriu que a defesa irá se apoiar no argumento de que Combs levava um estilo de vida "swinger", consentido pelos parceiros.

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Entre as principais testemunhas da acusação está a ex-namorada do artista, a cantora Cassie Ventura, cujo relacionamento com Combs é apontado como central no caso. Em 2023, Cassie moveu uma ação civil contra o músico, alegando ter sido vítima de coerção física e psicológica durante mais de uma década, além de um estupro ocorrido em 2018.

O processo foi encerrado com um acordo extrajudicial, mas motivou outras denúncias — de homens e mulheres — que reforçaram o histórico de abusos atribuídos ao rapper.

Um vídeo de vigilância de 2016, divulgado pela CNN em 2023, mostra Combs agredindo Cassie em um hotel. A gravação poderá ser exibida ao júri, embora as defesas ainda discutam sua qualidade e relevância. Para os promotores, a cena reflete um padrão recorrente de comportamento abusivo, com episódios descritos como "freak-offs": maratonas sexuais movidas a drogas, frequentemente registradas em vídeo e envolvendo profissionais do sexo.

Preso desde setembro de 2024, Combs permanece detido no Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn, conhecido por suas condições precárias. Nas audiências recentes, o artista apareceu visivelmente envelhecido, com cabelos grisalhos e aparência abatida, em contraste com o glamour que ostentava até poucos anos atrás.

O caso é acompanhado de perto pela imprensa e por defensores dos direitos das vítimas. Combs, que já foi celebrado como um dos homens mais influentes da música e da cultura pop, agora encara a possibilidade de terminar seus dias longe dos palcos — atrás das grades.

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