Morre Jean-Claude Bernardet, crítico e referência do cinema nacional, aos 88 anos
Segundo informações de colegas cineastas, o belga havia sido internado após um AVC
O ator, diretor, roteirista, escritor e professor Jean-Claude Bernardet morreu neste sábado (12), aos 88 anos, após ser internado em São Paulo por conta de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A informação foi confirmada pelo cineasta Eugênio Pupo, que trabalhou com Bernardet em projetos que vinculavam cinema e jornalismo.
Jean Claude é considerado um dos mais importantes críticos do cinema nacional até hoje. Segundo informações dos familiares, ele estava internado no Hospital Samaritano, localizado na capital paulista.
Apesar do AVC, a causa da morte do cineasta não foi confirmada. Ele era portador do vírus HIV e já estava com a saúde fragilizada por conta de um câncer de próstata reincidente.
Veja também
Conforme publicação do jornal O Globo, Jean Claude havia optado por não fazer a quimioterapia e ainda lidava com uma degeneração ocular.
O velório será realizado no domingo (13) na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, entre 13h e 17h.
A filha do crítico, Lígia Bernardet, está caminho do Brasil vindo dos Estados Unidos, onde mora, para o funeral, segundo informações do jornalista Eugênio Puppo.
História no Brasil
Jean-Claude Bernardet nasceu na Bélgica em 1936, mas passou a infância em Paris, na França. A chegada ao Brasil aconteceu em 1949, para morar em São Paulo.
Junto de Paulo Emílio Salles Gomes, Lucila Ribeiro Bernardet, Pompeu de Souza e outros, ele foi um dos fundadores do curso de cinema da Universidade de Brasília (UnB).
O cineasta também trabalhou na Cinemateca Brasileira, atuou como professor na UnB e na USP, escrevendo obras literárias como "Cineastas e imagens do povo" (1985), "Piranha no mar de rosas (1982)", "Voo dos anjos: estudo sobre o processo de criação na obra de Bressane e Sganzerla" (1990) e "O autor no cinema" (1994).
A Cinemateca Brasileira e a Associação de Críticos de Cinema do Brasil (Abraccine) lamentaram o falecimento. "Um nome de importância ímpar nos estudos de cinema no Brasil, teve uma capacidade excepcional de análise de forma totalizante, acreditando na interlocução entre a crítica e a produção cinematográfica", diz a nota da primeira instituição.