Quem é Buzeira? Influenciador preso pela Polícia Federal

Paulista já se envolveu em polêmicas com Neymar e com 'presentes' do próprio casamento

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 14:26)
Trio de imagens mostra influenciador Buzeira ostentando itens de luxo e dinheiro. Influenciador foi preso pela Polícia Federal em São Paulo.
Legenda: Criador de conteúdo compartilha rotina de ostentação nas redes sociais.
Foto: Reprodução/Redes Sociais.

O influenciador Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, foi preso pela Polícia Federal (PF) em Igaratá, no Interior de São Paulo, nesta terça-feira (14). 

Segundo o portal g1, o criador de conteúdo é um dos 11 alvos de mandados de prisão expedidos no âmbito da Operação Narco Bet (detalhada abaixo), que investiga um esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico internacional de drogas.   

Quem é Buzeira?

O influencer de 28 anos ficou famoso nas redes sociais ao realizar rifas e sorteios. Atualmente, acumula mais de 15,3 milhões de seguidores no Instagram. 

Nascido no bairro Itaquera, na zona leste de São Paulo, chegou a tentar ser jogador de futebol e MC, conforme detalhou em entrevista ao Jornal de Brasília.

Ele cursou ensino superior em Tecnologia do Comércio Exterior e trabalhou na empresa alemã DB Schenker, mas acabou saindo por não sentir que se encaixava. 

"Estava insatisfeito porque não consegui subir de cargo e as pessoas me perseguiam lá dentro por causa do meu estilo periférico. Vi que eu não me encaixava ali", disse ao mesmo periódico.

Rifas e ostentação

Em 2020, Buzeira realizou a primeira rifa ao sortear a própria moto, com cotas de R$ 2. Na época, disse ter ganhando R$ 40 mil. 

Ele seguiu no ramo, realizando parcerias com outros criadores de conteúdo e chamando as rifas de "ações". Ainda ao Jornal de Brasília, contou ter investido em marketing digital, o que teria lhe rendindo um lucro de R$ 3 milhões.        

Com o passar do tempo, o jovem passou a compartilhar uma vida de ostentação, comprando diversos carros de luxo e viajando, em classe executiva, para destinos como Dubai, França e Inglaterra.   

Alvo de operação da PF

Em 2022, ele foi citado em ação da PF que investigava jogos de loterias que fazia nas redes sociais, que contavam com sorteios e rifas ilegais de artigos de luxo. Na época, a corporação fez uma busca na casa do criador de conteúdo e chegou a apreender diversos carros dele.

"Nada foi comprovado contra mim. Isso, na verdade, acabou me dando mais um empurrãozinho, pois foi o que me fez viralizar na internet", disse Buzeira sobre o episódio.

Os bens foram devolvidos, mas, conforme o portal Uol, a investigação seguiu na 1ª Vara de Crimes Tributários do Foro Criminal da Barra Funda, em São Paulo. 

Colar de R$ 2 milhões para Neymar

No ano seguinte, Buzeira foi notícia ao presentear o jogador Neymar com um colar avaliado em R$ 2 milhões

Casamento polêmico 

Em julho deste ano, o influenciador arrecadou R$ 10 milhões em presentes durante uma dinâmica realizada no seu casamento com a também criadora de conteúdo Hillary Yamashiro, com quem namorava desde antes da fama.

A brincadeira consistia em cortar a gravata do noivo e "vender" os pedacinhos do acessório aos convidados. No entanto, acabou gerando polêmica, pois alguns convidados "pagaram" pelo item entregando relógios de luxo, colares de ouro e até tênis de grife que estavam usando.

Após a festa, Buzeira publicou uma foto exibindo o que arrecadara. "Feliz no simples: meus presentes de casamento", escreveu. 

Imagem mostra influenciador Buzeira exibindo presentes de luxo que recebeu em brincadeira da gravata durante casamento.
Legenda: Buzeira exibiu os presentes que ganhou no casamento.
Foto: Reprodução/Instagram.

Veja também

Operação Narco Bet 

A ação da Polícia Federal que resultou na prisão do influenciador foi deflagrada nesta manhã, com cooperação da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), já que um dos investigados atualmente está localizado em território alemão.

Segundo as apurações das autoridades, o grupo criminoso utilizava técnicas sofisticadas de lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras em criptomoedas e remessas internacionais, voltadas à ocultação da origem ilícita dos valores e à dissimulação patrimonial. 

Segundo a PF, parte dos valores movimentados teria sido direcionada para estruturas empresariais vinculadas ao setor de apostas eletrônicas, conhecidas como bets.

Ao todo, 11 ordens de prisão estão sendo cumpridas pelo policiais, além de 19 mandados de busca e apreensão em quatro estados: Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. 

As medidas judiciais incluem ainda o bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 630 milhões, visando à descapitalização da organização criminosa e à reparação de danos decorrentes das atividades ilícitas, conforme a PF.

Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação transnacional.

Assuntos Relacionados