Urubu acompanha voo de parapente em Pacatuba e imagens viralizam; veja vídeo

Ave foi resgatada ainda filhote e é criada por ambientalista em Pacatuba

Escrito por Redação ,
O instrutor de kitesurfe Ricardo e a ave Urú sobrevoando a Serra da Aratanha.
Legenda: O instrutor de kitesurfe Ricardo Guimarães e a ave 'Urú' frequentemente sobrevoam juntos a Serra da Aratanha, em Pacatuba.
Foto: Arquivo pessoal

O instrutor de kitesurfe Ricardo Guimarães, 30, tem recebido uma companhia inusitada ao voar de parapente em Pacatuba, próximo à Serra da Aratanha, na Região Metropolitana de Fortaleza. Trata-se do Urú, um urubu que criou o hábito de planar ao lado dos esportistas.

Algumas das vezes em que o animal se aproximou foram filmadas e publicadas por Ricardo Guimarães no perfil @idream.ilive e viralizaram nas redes sociais. Num desses momentos, Urú pousou nas costas do instrutor enquanto ele planava pela serra. Noutro, o bicho se acomodou entre suas pernas e recebeu carinho dele.

“Foi natural, meio que uma amizade mesmo”, conta Ricardo, sobre a relação com o bicho.

Urú, no entanto, não é estranho para o instrutor. Ele foi resgatado ainda bebê pelo ambientalista Israel Mendes, conhecido como Pacaroots, amigo de Ricardo, que também pratica parapente na região.

israel e uru
Legenda: O ambientalista Israel Mendes resgatou Urú ainda bebê
Foto: Arquivo pessoal

"Conheci o Urú por meio do Instituto Pró-Silvestre e do biólogo Sanjay Veiga", lembra Israel. Segundo o ambientalista, o animal foi encontrado ainda filhote, com seis dias de vida, próximo ao Parque do Cocó. Ele foi resgatado por policiais ambientais, que o levaram à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente.

"A delegada entrou em contato com a doutora Karine Montenegro, do Instituto, e rapidamente, a doutora ligou para o Sanjay, que indicou meu nome para ser o fiel depositário [tutor legal] do animal", conta Israel.

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Primeiros contatos

Ricardo, o instrutor de kitesurfe, conta que o primeiro contato que fez com Urú foi quando o animal era ainda filhote, na casa de Israel. “Passei a mão nele”, lembra.

Com o tempo, segundo ele, Israel começou a levar Urú para voar de parapente. E, no início, por ser ainda muito novo, ele ia no colo do tutor. Mas, depois, quando aprendeu a voar, passou a acompanhá-lo em seu próprio ritmo.

"Eu comecei a levar ele filhotinho pra rampa, pra ele ver o movimento dos pilotos decolando e ir se desenvolvendo, pra que pudesse perder o medo e passar a ser natural toda aquela movimentação. Ele começou a me seguir porque a gente tem uma conexão muito forte, como se fosse de pai e filho", relata Israel.

Quando Urú e Ricardo voaram juntos pela primeira vez, o animal já estava crescido e acostumado ao parapente. Ele tinha pouco mais de um mês de vida e estava longe do tutor.

“Mesmo estando sozinho, na casa dele, ele voa um percurso de dez quilômetros pra chegar onde a gente fica voando de parapente”, conta Ricardo.

Assim, ele lembra que, na primeira vez que fez contato com o bicho longe de Israel, “ele ficou muito receoso de vir pertinho, se afastava um pouco, mas eu passei a mão nele, decolei e ele decidiu voar meu lado”.

Urú tem sete meses de vida atualmente. Embora esteja sendo treinado com comandos de apito, ele se acostumou a acompanhar Israel no percurso entre sua casa e o parapente da Serra da Aratanha.

Voos

Desde então, de acordo com Ricardo, Urú o espera para voar de parapente — quando não está na rampa, está na trilha. Isso acontece algumas vezes em dias da semana, quando o instrutor vai de Jijoca de Jericoacoara, onde mora, a Pacatuba, para praticar o esporte.

Além de voar ao lado de Ricardo, Urú já pousou em suas pernas e costas e até já ficou um tempo em cima da vela do parapente do rapaz. “No começo, ele bateu, uma vez, na minha linha, mas meio que foi aprendendo [a voar junto]”, conta o instrutor. “Ele é muito inteligente, fez amizade comigo sem o intermédio do dono dele”, elogia.

Ricardo conta ainda que, apesar das “andanças”, Urú sempre volta sozinho para o conforto do lar, onde é criado como um filho por Israel e alimentado duas vezes ao dia com carne fresca de gado ou frango. A ave tem até um perfil no Instagram.

Urubu e parapente

Ricardo diz que, no esporte, os animais mais observados pelos parapentistas no céu são os urubus. “Eles que dão a noção de onde está subindo o ar, porque tudo é invisível. O urubu é a ave mais importante no parapente porque onde eles estão onde é o melhor lugar”, ressalta. 

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