Açude sangra no interior do Ceará após 13 anos
Em 2021, o reservatório esteve em sua situação mais crítica, quando atingiu apenas 13%

As chuvas que banham o Ceará durante a quadra chuvosa continuam enchendo diversos reservatórios e reavivam, inclusive, memórias da população de quando estavam completamente cheios. Isso aconteceu com o açude Tatajuba, localizado no município de Icó, na região do Centro-Sul do Ceará, que voltou a sangrar após passar 13 anos sem atingir sua capacidade máxima.
O reservatório, que é responsável pelo abastecimento humano da comunidade Sítio Tatajuba, verteu na última sexta-feira (21), de acordo com o monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). A última vez em que isso ocorreu foi no dia 28 de março de 2012.
Após aquela ocasião, o açude foi perdendo volume e tinha pequenas recargas. A situação mais crítica ocorreu em janeiro de 2021, quando atingiu apenas 13%. Em 2023 e 2024, ele "bateu na trave" ao superar os 90%, mas só veio a sangrar há três dias.
Na sangria, o Tatajuba alcançou o volume total de 2,73 milhões de metros cúbicos. Ele foi inaugurado em 1996 para barrar o rio de mesmo nome. Neste ano, foi o primeiro reservatório da bacia do Salgado a atingir a sangria.
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Nas redes sociais, vários icoenses comemoraram a conquista. “Nosso açude é benção!”, disse uma usuária. “Glória a Deus”, postaram outras pessoas.
A sangria de um açude é fundamental para a segurança da estrutura, porque regula o nível da água acumulada e permite que o excesso seja escoado de forma controlada.

Capacidade dos açudes
Outros dois reservatórios do Ceará sangraram após cinco anos: Arneiroz II e Trici, ambos localizados na bacia do Alto Jaguaribe, e Colina, situado nos Sertões de Crateús.
Atualmente, o Ceará conta com 40 açudes sangrando simultaneamente, conforme o Portal Hidrológico. Outros 17 estão com capacidade superior a 90%.
Ao todo, o volume acumulado nas 157 barragens do Estado é de 50,52%.