Primeira mulher na direção do IFCE Fortaleza busca representatividade e criação de creche para alunas mães
Nova gestora busca fortalecer o contato com a comunidade externa e criar vínculos para fomento de pesquisa

Levou 115 anos para que uma das principais unidades de ensino cearense fosse chefiada por uma mulher. Ao assinar o termo de posse neste mês, Adriana Guimarães Costa escreveu uma nova etapa no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) ao ser a primeira diretora-geral do Campus Fortaleza.
Adriana é professora na instituição há quase 20 anos, onde logo começou a escalar para funções de gestão, passando por coordenação de curso, chefia de departamento até à direção de ensino.
A cerimônia de posse – ao lado de outras 6 diretoras mulheres e 23 homens dos campi do Ceará – foi realizada com a presença do ministro da Educação Camilo Santana.
Veja também
“Eu fui galgando para alcançar o espaço e o cargo que eu vou ocupar. Digo que não é fácil, por ser mulher – ainda vivemos num ambiente, mesmo numa instituição de ensino, predominantemente masculino e por que não dizer machista?”, reflete.
Equidade de gênero dá o tom nessa fase inicial do mandato que segue até 2029. “Eu equilibrei os cargos entre homens e mulheres, não por serem mulheres, mas por terem a capacidade para ocupar as funções que vão ocupar na minha gestão. Eu penso que temos que fortalecer isso e buscar bolsas para estimular mais estudantes”, indica a diretora-geral.
Uma das metas para o período envolve a inclusão de estudantes em situação de vulnerabilidade que precisam de apoio para cuidar dos filhos bebês e crianças, conciliando com as demandas de estudo.
Eu acredito que vamos fazer um ótimo trabalho, montei uma equipe muito forte, de pessoas com história no Campus Fortaleza. Com mulheres e homens que construíram uma instituição
“Eu quero criar uma creche no Campus Fortaleza para atendimento das nossas alunas e também servidoras, mas em especial, as nossas estudantes que vivem em situação de vulnerabilidade e que muitas vezes deixam de estudar por falta de rede de apoio”, detalha.
Para isso, a diretora-geral articula na esfera política uma emenda parlamentar para implementar a ideia já no próximo ano. “Primeiro, vamos fazer um estudo da demanda do nosso público para termos uma ideia da quantidade de vagas”, completa Adriana.
Fortalecer a instituição
Adriana é vinculada ao Departamento de Química e Meio Ambiente do IFCE, sendo professora do Curso de Tecnologia e Gestão Ambiental. À frente do Instituto, mantém Joelia Marques, com atuação nacional no Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (FORPOG), no cargo estratégico.
“Minha diretora de inovação, pesquisa e pós-graduação é uma mulher e uma pesquisadora muito forte no Campus Fortaleza e nós fomos premiados com uma aluna nossa no Prêmio Jovens Cientistas”, comemora sobre a estudante Letícia dos Santos Ramos.
A aluna é uma das vencedoras do Prêmio Jovem Cientista, conquistando o 2º lugar na categoria “Estudantes de Ensino Médio” com a pesquisa “LIoT: Democratizando o Conhecimento em Internet das Coisas por Intermédio de Livros, Placas e Missões Práticas Inovadoras”.
O prêmio é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Fundação Roberto Marinho, que incentiva a pesquisa científica e valoriza a produção acadêmica em todo o País.
Além de ter mais destaques como este, a nova diretora pretende ampliar o contato com o público externo. “A gente vai fortalecer a extensão, estamos com a curricularização da extensão nos nossos cursos de graduação e a gente deve aproximar mais a nossa instituição da comunidade externa”, completa.
Outro ponto importante está na articulação com outras organizações para ampliação das atividades. “Somos uma rede muito forte, queremos firmar parcerias com instituições públicas e privadas para fomentar mais pesquisa e extensão e poder qualificar mais o nosso Ensino”, projeta.