MEC assina ordem de serviço de projeto para 6 novos campi do IFCE e promete concurso; veja locais

Uma das novas unidades deve funcionar já em 2025 e Reitoria define quais serão os cursos ofertados

Escrito por Nícolas Paulino e Lucas Falconery , ceara@svm.com.br
Estrutura da SSPDS
Legenda: Estrutura da Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS), em Fortaleza, será adaptada para receber um dos campi do IFCE
Foto: Nícolas Paulino

A ordem de serviço de projeto para construção de seis sedes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) foi assinada pelo Ministério da Educação (MEC), com a presença do Governo do Estado, nesta sexta-feira (18), em Fortaleza, com recurso de R$ 150 milhões. A expectativa do MEC é que uma nova unidade em Fortaleza já funcione em 2025 e as demais até o final do atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Ao todo, 5 cidades serão contempladas com novos campi, o que somará um total de 8,4 mil novas vagas. Na capital cearense, os novos campi do Instituto Federal serão instalados nos bairros São Gerardo e Messejana. Além disso, outras quatro unidades vão ser construídas no Ceará, nas cidades de: 

  • Mauriti
  • Lavras da Mangabeira
  • Campos Sales
  • Cascavel

Além desse montante para construção, outros R$ 50 milhões serão usados para a consolidação dos demais campi, com a construção de restaurantes e bibliotecas, por exemplo. Participaram da assinatura da ordem de serviço, o ministro da Educação Camilo Santana; o reitor do IFCE, Wally Menezes e o governador Elmano de Freitas, além de outras autoridades.

O evento aconteceu na sede da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), na Avenida Bezerra de Menezes, em Fortaleza, que foi doada pelo Governo do Estado. O terreno de 31 hectares na Avenida Washington Soares, ao lado do Regimento de Polícia Montada (Cavalaria), também foi cedido pelo Estado.

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No País, serão novos 100 Institutos Federais. "Esse aqui (da Bezerra), talvez ano que vem já possa funcionar, e outros a gente quer ainda dentro do governo Lula entregar para nossa juventude ter oportunidade pela excelência do que são os Institutos Federais", explicou Camilo Santana durante entrevista coletiva.

No caso do Ceará, cada unidade terá capacidade de 1.400 novas vagas. Serão ofertadas formação técnica integrada ao Ensino Médio e também cursos do Ensino Superior com graduação e pós-graduação.

"Aqui é só adaptação (da infraestrutura no São Gerardo) e na Messejana é a construção, mas já tem o projeto praticamente pronto. Tem que ser adaptado ao tamanho do terreno para ter todas as condições, porque não é só construir sala de aula, tem laboratórios, estrutura para os professores e equipamentos para garantir o bom funcionamento", ponderou.

Essa estratégia se soma ao Pé-de-Meia, à escola de tempo integral e a uma série de políticas de conectividade, de energia renovável – inclusive está no projeto do PAE (Plano de Atendimento Escolar) transformar várias unidades do Institutos Federais com energia solar
Camilo Santana
Ministro da Educação

Além disso, o ministro confirmou a realização de concurso público para atender o quadro dos professores das novas unidades. "Já está previsto no orçamento da LOA (Lei Orçamentária Anual) que foi enviado para o Congresso Nacional, tanto concurso público para os Institutos Federais como para as universidades, porque também estamos expandindo", detalhou. Em entrevista anterior, o reitor do IFCE estimou cerca de 70 vagas.

Impacto para a Educação

O governador Elmano de Freitas considerou a ampliação da rede como algo muito positivo para a qualidade da educação técnica-profissionalizante. "Isso fortalece o projeto que tem no Ceará de termos Educação pública como vetor fundamental do nosso desenvolvimento. Nós imaginamos que esses seis IFCEs em cinco municípios, efetivamente, garantem muita qualidade na educação técnico-profissionalizante", acrescentou.

Além disso, o governador afirmou que essa medida contribui para a meta de ter 100% das matrículas de Ensino Médio na modalidade de tempo integral. O reitor do IFCE, José Wally Mendonça Menezes avaliou que a prioridade é garantir locais onde sejam ofertados cursos de qualidade.

"Nessa perspectiva, uma preocupação do ministro e do governador é garantir um espaço para o Instituto Federal do Ceará para permitir que ele cresça com a visão de futuro de 10, 20, 30 anos... Por isso, são localizados em pontos estratégicos", frisou.

Nós temos um projeto de engenharia, vamos lançar um projeto de licitação para construir essa novas unidades com tudo aquilo que os nossos estudantes precisam, como espaço de convivência, de prática de esportes, restaurantes, bibliotecas e outros
José Wally Mendonça Menezes
Reitor do IFCE

Um dos critérios para a seleção dos cursos é o impacto no mercado de trabalho. "O que vamos pensar para o Ceará tem que ter uma visão internacional porque vamos ter cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, porque a grande mistica dessa instituição é a interiorização do conhecimento", destacou.

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Estudo de potencialidades

Em entrevista anterior ao Diário do Nordeste, o reitor do IFCE disse que está sendo desenvolvido um estudo de potencialidade, coordenado pela Pró-Reitoria de Ensino do IFCE, para deteminar quais cursos serão ofertados nos novos campi. 

Esses cursos, relata ele, "estão baseados na visão que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE) tem como novas profissões do futuro". Mas, adiantou, são cursos de Inteligência Artificial, que integram arte, cultura e humanidade, além dos de Saúde e Artes. 

Concurso para professores

Questionado sobre o prazo enxuto para a saída da Ciops, readequação física e acolhimento de alunos - previsto já para o primeiro semestre de 2025, segundo o Ministério da Educação -, o pró-reitor do IFCE ressaltou que o êxito do plano depende de uma série de fatores. Não só estrutura física, mas também da contratação de professores e técnicos administrativos. Segundo ele, devem ser admitidos cerca de 70 docentes, respeitando a proporção de 20 alunos para cada educador.

“Estamos aguardando o concurso para contratar professores e técnicos, porque não adianta só ter o imóvel, precisamos do quadro de pessoal para funcionar”, lembra Reuber. Contudo, a ideia é “usar o que já tem hoje [prédio da SSPDS] para começar mais cedo”.

O investimento para cada campus que o Governo sinalizou foi de R$15 milhões para obras e R$10 milhões para equipamentos. Estamos aguardando. Depois é que poderemos comprar equipamentos para laboratórios, mobiliário, computadores.
Reuber Saraiva
Pró-Reitor do IFCE

Reuber não informou quais cursos devem funcionar no São Gerardo. Segundo ele, o IFCE tem como procedimento, para a implantação de um novo campus, construir coletivamente um estudo de potencialidades. O documento observa quais áreas de estudo são oferecidas na cidade e quais cursos técnicos têm maior potencial de dar oportunidade aos jovens no mercado de trabalho. No momento, o estudo está em elaboração.  

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