Cheiro de vidas extraterrestres pode ser semelhante ao de algas marinhas, mostram evidências
Pesquisas recentes sobre um exoplaneta revelam que surgiu uma suspeita de haver DMS produzido por microalgas, por isso o cheiro característico do mar

O universo é um imenso trilhões de galáxias, cada uma contendo centenas de bilhões de estrelas com dezenas de planetas ao redor. Isso nos leva a pensar que a vida possa existir em algum planeta orbitando uma estrela longínqua dessas. Conseguimos encontrar vestígios de vida nesses lugares?
A vida fora da Terra é dita, entre os divulgadores científicos, como sendo o Santo Graal da NASA. Uma referência à relíquia do cálice usado por Jesus durante a última ceia e que nunca foi encontrado.
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A agência investe bilhões para encontrar vida de preferência antes que ela nos encontre. Existe um ditado que diz: “Quem procura, acha!” Foi o que aconteceu em um exoplaneta chamado K2-18b. Um exoplaneta é um termo para se referir a um planeta que orbita outra estrela além do sistema solar.
Em 2018, quando foi feita a primeira análise e encontrado vapor d’água na atmosfera do planeta. Agora, em pesquisas mais recentes, surgiu uma suspeita de haver também Dimetilsulfeto (DMS), um importante indicador de vida. Na Terra, o DMS é produzido por microalgas. Imagine-se na praia, você sente o cheiro característico do mar. Isso é o DMS produzido pelas microalgas.
O K2-18b está na zona habitável, isso significa que não está tão próximo de sua estrela, o que o faria ser muito quente. Também não está tão distante, assim não é muito frio. Por estar na zona habitável, a água pode ser encontrada em estado líquido, um fator propício ao desenvolvimento da vida.
Este planeta distante é 2,6 vezes maior do que nosso e 8,6 vezes mais pesado. Ele orbita uma estrela chamada K2-18 a 124 anos-luz de distância (“bem ai”, em escala astronômica). Isso significa que estamos vendo a luz da estrela de 124 anos no passado.
Em 2023, o Telescópio Espacial James Webb apontou para o exoplaneta e constatou a presença do indicador com uma precisão bem melhor. Os resultados foram publicados agora na revista científica Astrophysical Journal Letters.
Mas como conseguimos encontrar DMS em um planeta a 124 anos luz?
Quando o planeta passa na frente da estrela, os DMS presente na atmosfera do planeta absorve parte da luz em frequências bem características, assim sabemos que o DMS está presente lá. Logo pode haver microalgas, e outros seres que se alimentam delas.
Os cientistas estão muito empolgados com essa descoberta e mal podem esperar para classificar as criaturas marinhas daquele planeta ao que tudo indica é coberto por um oceano.
Essa é a melhor evidência de vida extraterrestre da história e quase irrefutável com uma incerteza pequena. Contudo, mais estudos são necessários. O mapeamento desses possíveis planetas potencialmente habitados é importante para no futuro enviarmos as primeiras sondas e quem sabe até migrarmos para lá como espécie humana, caso ocorra algo com nosso planeta.
Seria uma viagem de centenas de anos, o que envolveria várias gerações durante a viagem. Mas é algo muito provável de ocorrer num futuro não muito distante.