'Em questão de um minuto, o tremor foi aumentando muito', diz cearense sobre terremoto no Marrocos

Eduardo Guimarães é um dos seis cearenses que estavam em Marrakech no momento em que ocorreu o desastre ambiental

Escrito por Beatriz Irineu e Thatiany Nascimento ,
Comitiva do Ceará aguarda em saguão de hotel após terremoto no Marrocos
Legenda: Comitiva do Ceará aguarda em saguão de hotel após terremoto no Marrocos
Foto: Reprodução

Viajando a trabalho com a comitiva cearense para o Marrocos, Eduardo Guimarães, diretor-executivo do Araripe, geoparque mundial da Unesco, contou, neste sábado (9), os momentos de aflição durante o terremoto que acometeu o país.

"Em questão de um minuto, o tremor foi aumentando muito, pânico. Todas as pessoas saindo das suas casas e indo para as vielas, desabamento, telhas, calhas, muros desabando, falhas estruturais nas casas... As pessoas se dirigindo exatamente para a avenida, porque a orientação é sempre essa, sair de áreas de desabamento para diminuir os riscos de soterramento", descreveu. 

Veja também

Conforme o gestor, são mais de 190 países e mais de 2 mil conferencistas na 10ª Conferência Internacional de Geoparques, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O evento foi cancelado.

Guimarães ainda explica que o risco de um terremoto são os efeitos adversos. Há muitos fatores, segundo diretor-executivo. Dentre eles, explosões, atropelamentos, incêndios e pisoteamentos.

Protocolos de segurança

O terremoto iniciou por volta de 23h10, mas a movimentação da cidade se "acalmou" por volta de 7h da manhã. Ele explica que a comitiva do Ceará e outros populares ficaram nas ruas até a manhã do dia seguinte, para depois serem levados para outros locais. 

"Fomos conduzidos para um hotel onde a gente passou a noite alojado no saguão. Muitas mortes e feridos em Marrakech,  em Marrocos como um todo. A gente está a cerca de 60 km do epicentro do terremoto", explicou Guimarães.

Já Sandra Monteiro, titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior e que também integrou a comitiva cearense no Marrocos, explicou que no momento do tremor, todos recolheram seus pertences pessoais e evadiram do local onde estavam hospedados. 

"Num protocolo de segurança todos nós saímos e nos direcionamos com o básico, ou seja, documentação, uma mochila com apenas uma roupa e carteira com algum recurso financeiro para que numa emergência pudéssemos passar um pouco mais de tempo", contou. 

Sandra reiterou que todos estão bem. "Os brasileiros tentaram se agrupar aqui no Hotel Savoy, nós estamos aqui no saguão. Muitos dos hotéis não foram afetados, mas este, por exemplo, teve como orientação que os hóspedes descessem, ficaram distribuídos no saguão, próximo da piscina. Recebemos a orientação de virmos para cá e ficarmos todos juntos", contou.

Além da titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, também estão com ela, o reitor da Universidade Regional da Cariri (URCA), Carlos Kléber Nascimento; Coordenador da Rede de Geoparques da América Latina e Caribe, Patrício Melo; Diretor Executivo do Araripe UGGP, Eduardo Guimarães; Coordenadora do setor de Desenvolvimento Territorial Sustentável e Geoturismo, Jeanne Sidrim. 

Ações humanitárias

O diretor-executivo explicou que no momento o foco são as ações humanitárias para prover apoio e suporte as famílias que tiveram perdas "irreparáveis". 

"O último terremoto semelhante a esse tem mais de 100 anos, então não é uma área que está preparada para esse tipo de terremoto, não é esperado um terremoto dessa magnitude. Portanto, foi uma ocorrência ímpar, ou seja, os próprios territoriais, os próprios regionais, a comunidade não esperava exatamente isso", descreveu.

Newsletter

Escolha suas newsletters favoritas e mantenha-se informado
Assuntos Relacionados