‘Milagre do Destino’, filme inspirado na história da jornalista Marina Alves, estreia na TV aberta e deve emocionar
Obra será exibida na Tela Quente, com previsão para 24 de fevereiro, e depois entrará para o catálogo da Globoplay; objetivo é incentivar a doação de medula e inspirar novos olhares

Quando a notícia da produção de um filme inspirado na história da jornalista Marina Alves, da TV Verdes Mares, foi divulgada, em agosto de 2024, tudo parecia sonho. Agora o panorama é outro: com previsão de exibição em 24 de fevereiro, a obra passará na TV Globo durante a Tela Quente e, na sequência, entrará para o catálogo da Globoplay.
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“Milagre do Destino” parte da trajetória de Marina para abordar temas importantes, sobretudo acerca do nobre ato da doação de medula. O gesto permitiu que a repórter escrevesse outro capítulo da própria vida diante da luta contra o câncer e inspirasse outras pessoas a fazer o mesmo. O filme vem para aumentar a escala de reflexão e solidariedade.
“Sei que a descoberta de uma doença como essa é cheia de altos e baixos, mas acredito que o objetivo principal é mostrar que milagres existem. Que com fé, resiliência e, principalmente, muito amor, é possível enfrentar tudo de forma mais leve”, diz a jornalista, emocionada por ter já ter assistido ao longa no último 29 de janeiro durante première em Fortaleza.

Segundo ela, o instante representou misto de sentimentos. Cada cena a fez reviver essa etapa inesperada, mas transformadora. A sinopse oficial diz que a trama acompanha os desafios de saúde enfrentados pela jornalista nos âmbitos pessoal e profissional. E ganha um tom ainda mais intenso ao revelar que a enfermeira e principal fonte de apoio durante o tratamento é irmã biológica dela, segredo que muda profundamente a relação entre as duas.
“Nas cenas que mostram os dias que passei no hospital, me emocionei bastante, pois é inevitável não lembrar de todos os desafios enfrentados”, recorda Marina. “Mas também me senti muito abençoada por todos os anjos que surgiram nesse caminho e me ajudaram a vencer a doença com força, confiança e fé – além do sentimento de gratidão ao ver retratada no filme a grande bênção que recebi, o encontro da minha irmã, Lumara”.

No filme, elas são interpretadas pelas atrizes Rhaisa Batista e Dani Gondim, respectivamente, empenhadas em traduzir toda a carga afetiva e de parceria firmada entre as duas em um momento tão decisivo da travessia de ambas.
Veja trailer do filme:
Real e ficção
O roteiro da obra foi apenas inspirado na história de Marina Alves. Isso significa que o texto utiliza uma base real para, com elementos de ficção, contar a história. A direção de Alexandre Klemperer – vencedor do Emmy de melhor novela com Caminho das Índias – deu conta disso, apostando na liberdade para a condução de todo o trabalho. Nas palavras do realizador, era preciso fazer algo novo, não puramente uma transcrição dos fatos.
“Estamos trabalhando com ficção, então precisamos nos utilizar de todos os instrumentos de dramaturgia para tocar o público e passar a mensagem da melhor forma possível”. É o que justifica, por exemplo, a troca do nome da protagonista – no filme, é Marília Alvarez. E também a inclusão de personagens que, na vida real, não existiram.



As decisões criativas foram ao encontro do desejo de tocar a audiência e permitir que o maior número de detalhes e sentimentos possível estivesse contemplado em 55 minutos. No total, 10 dias de gravações marcaram os bastidores, com passagem inclusive pela redação do Sistema Verdes Mares, onde Marina Alves trabalhou.
As demais locações abarcaram algumas novidades da trama. Uma delas diz respeito a uma viagem da protagonista, quando pediu ao médico para ver o mar. E também a inclusão de uma garotinha, Nicole – curada devido à campanha de doação de medula iniciada pela personagem Marília Alvarez. A menina chega a escrever uma carta cujo conteúdo deve trazer bastante emoção ao público, uma vez renovar a esperança de ela continuar o tratamento.

“A liberdade criativa que eu tive foi um pouco inspirada naquilo que eu mesmo vivi como paciente de câncer, há 35 anos. Sabia quais gatilhos emocionais provocam essa emoção, essa catarse, essa comoção”, diz Alexandre. “Fiquei muito feliz e satisfeito com o corte final. Acho que vamos causar um impacto emocional saudável, bacana, bonito”.
Marina, por sua vez, conta que desde a primeira conversa com os roteiristas percebeu o cuidado e o respeito com a própria história. “Sempre foram atenciosos em ouvir cada detalhe do que passei e em me incluir em algumas etapas do processo de produção do filme”.
Ao mesmo tempo, enfatiza: “Um dos destaques foi a forma como eles mostraram o envolvimento das pessoas com a minha doença e como a campanha de busca por doações ajudou outras pessoas que viviam a mesma espera por alguém compatível”.
Drama e leveza
Diretor de programação e entretenimento do Sistema Verdes Mares, Fábio Ambrósio contextualiza que a trama é para uma audiência multigeracional. Uma dramédia, com capacidade de trazer leveza nas cenas de humor misturadas ao drama vivenciado pela personagem central. “Isso tem todo o tempero que brasileiro gosta”, considera.
“A história partiu de um insight dentro da redação no dia da visita da Marina após dois anos de tratamento. Vendo toda a redação emocionada, disse: ‘Isso é uma história de novela... ou de filme’. Fiquei com isso na cabeça e então chamei Rafael Carvalho e o roteirista R.B.Diogo e comentei sobre a ideia. Assim, começamos a desenvolvê-la”.

Tudo foi oportuno e contribuiu para o sucesso da empreitada, principalmente o fato de, neste ano, a TV Globo completar 60 anos, o Grupo Globo fazer 100 anos e a TV Verdes Mares celebrar 55 anos. Nada melhor que um telefilme inspirador para festejar o aniversário triplo.
“Além da história ser surpreendente por todo o contexto, entendo que o filme tem uma mensagem muito importante, de resiliência, valores familiares, mas principalmente a solidariedade e a importância da doação de órgãos”, sustenta Fábio.

“Entendo também que a marca do SVM se consolida como uma grande produtora de conteúdo nacional. Isso já está claro para a TV Globo, somos a única TV vencedora de três pitchings seguidos. No filme, teremos uma grande exposição da nossa redação, pois diversas cenas da trama passam dentro da TV Verdes Mares. Contribuirá para mostrar a grandiosidade do que somos como empresa”.
Por fim, a própria Marina Alves expressa o que deseja com a exibição de “Milagre do Destino”. Palavras como leveza e amor se sobressaem. “A expectativa é que minha história possa tocar e inspirar as pessoas que enfrentam batalhas parecidas. Também espero que o filme possa reforçar a importância da doação de medula óssea, um ato de amor que não salva somente o paciente, mas a família inteira”.