Luiz Caldas faz show intimista que explora 'caldeirão' de referências do axé e sucessos da carreira em Fortaleza
Apresentação do artista baiano acontece neste domingo (30) no Cineteatro São Luiz

“Um caldeirão”. É assim que o axé music, que completa 40 anos em 2025, é definido por uma das figuras centrais para a criação dele: o cantor, compositor e músico Luiz Caldas, responsável pelo disco “Magia” (1985), creditado como marco inaugural do movimento.
O trabalho, aponta o baiano em entrevista ao Verso, surgiu como fruto das referências e conhecimentos musicais que ele veio acumulando desde a infância, numa trajetória artística que hoje já soma mais de cinco décadas.
É esse percurso que será celebrado em Fortaleza no show “Luiz Caldas Voz e Violão”, um passeio intimista por sonoridades, sucessos e instrumentos que moldaram a carreira do cantor. A apresentação ocorre no Cineteatro São Luiz neste domingo (30), a partir das 19h.
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Dos bailes na infância à criação do axé
“Toda a minha formação musical culminou nesse movimento”, resume o artista. Multi-instrumentista, Luiz Caldas começou a se envolver com música ainda na infância, aos 7 anos.
“Ali nos bailes, aprendendo a tocar todos os instrumentos, convivendo com grandes músicos, grandes maestros, isso tudo foi forjando o artista que eu me tornei e o que era naquela época, quando eu lancei o disco ‘Magia’”
O baiano defende que o axé music é fruto de uma “mistura de vários segmentos musicais e justamente se dá por essa minha inquietação”. “Dos 7 aos 16, toquei nos bailes todo tipo de música. Terminava Jackson 5, tocava Martinho da Vila. Era uma miscelânea muito louca”, rememora.
“Eu precisava fazer algo mais de pista, para que as pessoas dançassem, e foi assim que surgiu o processo de construção do axé. Não houve um processo antecipado, ‘vou ali criar’. Estava criando meu nome, minha carreira quando, de repente, estou no lugar certo, na hora certa”, explica.
“Não é só um gênero musical”
Na avaliação do pioneiro do movimento, é impreciso definir o axé somente como um gênero musical por ele ser “muito amplo”.
“O axé music não pode ser visto como um movimento que só se dá no trio elétrico, não é (só) durante o Carnaval. Toca o ano todo, diversos estilos, com seus diversos artistas”, defende.
Nas palavras de Luiz Caldas, “é um movimento cultural” marcado, em especial, pela alegria. “Axé music é um caldeirão onde seus artistas levam a música como um elemento de terapia, de alegria para as pessoas. O que mais marca é justamente a alegria”, ressalta.

O artista reconhece, porém, que a popularização e a permanência do axé ao longo das décadas se deve muito aos festejos carnavalescos e à cultura dos trios elétricos — “deixando claro de que essas duas possibilidades não são tudo o que o Axé Music pode oferecer e oferece”, ressalta.
“Ele é escutado durante o ano todo, não só durante esse período carnavalesco, mas com certeza o que sustenta é o Carnaval, a alegria e a quantidade de artistas maravilhosos que compõem esse universo”, acrescenta.
Passeio pela música
Dos anos 1980 para cá, Luiz Caldas seguiu em plena produção, capitaneando um ousado projeto no qual, por mais de 10 anos, disponibilizou mensalmente um novo disco no próprio site. Assim, a discografia do baiano já ultrapassa o número de 160 álbuns.
O fato evidencia o caráter de experimentação e invenção que guia o artista desde o início da carreira. O formato intimista do show apresentado em Fortaleza, que passeia por diferentes gêneros e destaca as habilidades instrumentais do baiano, se relaciona com tal espírito.
A inspiração para “Luiz Caldas Voz e Violão”, credita o cantor, veio “justamente desse material adquirido durante tantos anos”.
“Eu sou um apaixonado pela música de todos os lugares e esse show é o lugar onde eu tenho a possibilidade de poder fazer esse passeio. Quem for com certeza vai se emocionar, cantar e se alegrar muito, porque não poderão faltar grandes clássicos da minha vida, como ‘Tieta’, ‘Haja Amor’ e tantas outras canções”, garante.
Show Luiz Caldas Voz e Violão
- Quando: domingo, 30, às 18 horas
- Onde: Cineteatro São Luiz (rua Major Facundo, 500, Centro)
- Quanto: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia); à venda na bilheteria, na semana de 9h30 às 18 horas e no sábado de 9h30 às 17 horas, ou on-line na plataforma Sympla
- Mais informações: @cineteatrosaoluiz