Bienal do Livro do Ceará 2025: cinco motivos para você participar das mesas e debates do evento
Com temáticas que refletem os mais variados assuntos, momentos podem ser vivenciados para além da feira de livros e reservam ótimas experiências ao público

Embora um dos grandes destaques da Bienal Internacional do Livro do Ceará seja mesmo a feira de livros, outro tesouro valioso do projeto são as mesas, palestras e encontros. Realizadas no primeiro e segundo andares do Centro de Eventos, as atividades acontecem diariamente e refletem sobre os mais variados assuntos, com atenção e criatividade.
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Ao público, a oportunidade é de, sobretudo, conhecer melhor autoras, autores e obras. “É uma forma de estar mais perto do universo poético e ficcional dos livros, fazer perguntas, manifestar emoções”, situa Sarah Ipiranga, professora, escritora e uma das curadoras da Bienal. Segundo ela, são ricos os depoimentos sobre esses instantes.
Muitas pessoas que tiveram a vida transformada por determinado livro compartilham sensações e acabam inspirando outros a fazer o mesmo, mergulhando no universo da literatura. “As mesas da Bienal transformam-se nas mesas de nossa casa, em que sentamos para compartilhar histórias e afetos”.
Os temas das mesas
As mesas foram montadas a partir do tema do evento, “Das fogueiras ao fogo das palavras: mulheres, resistência e literatura”. Nessa conta, também foi importante a afinidade entre autoras e autores e na relação entre os livros.

Ou seja, procurou-se criar um diálogo em que as questões postas pelas obras pudessem expandir a discussão sobre a temática da Bienal.
Para se ter ideia dos assuntos, veja alguns discutidos no fim de semana de estreia.
- Rimas que Cruzam Voz e Verso – O Cordel em Cena
- Poesia curta é o máximo
- O que podem as palavras? Narrativas na contemporaneidade
- Panorama das Revistas Literárias e Periódicos Contemporâneos: um recorte do Ceará
- Cordel Geek: releituras criativas entre o sertão e o mundo mágico
- Negritude e Masculinidade: Ficção Brasileira
- Às margens do cânone: A palavra que dança
Sarah Ipiranga dimensiona a participação do público nesses encontros: “Está sendo gigante. Um número expressivo de pessoas participam dos debates e, logo após, formam filas imensas para pegar o autógrafo ou manifestar um sentimento, dizer como foi afetado pelo livro. Socorro Acioli passou mais de duas horas autografando livros para leitoras e leitores”.

Não à toa, a curadora defende que as mesas são espaço também de formação, esclarecimento e visibilidade de lutas – indígenas, pretas, de gênero etc. “É impressionante a ânsia por novos autores, por produções independentes. Forma-se um circuito bonito em que autoras e autores já consagrados conversam com autoras e autores que começaram a trilhar esse caminho da publicação. E todas e todos têm muito a dizer e compartilhar”.
Ainda segundo ela, há uma visível descentralização no mercado editorial atual, com escritoras e escritores de todo o país produzindo e ganhando prêmios: Airton Souza é paraense, Micheliny Verunschk é pernambucana, Stênio Gardel é cearense, Auritha Tabajara também. Várias identidades construindo um percurso na literatura para além da geografia.

“A visitação do público deixa claro como o Ceará tem a Bienal como um evento seu, aberto e gratuito. Mesas e espaços de lançamentos estiveram lotados neste primeiro final de semana, em alguns houve necessidade de distribuição de senhas. No segundo dia de vento, tivemos quase 60 mil visitantes”, estima.
A expectativa, não à toa, é de que até o fim da agenda, no dia 13 de abril, as portas continuem testemunhando a passagens de várias pessoas sedentas por leitura, encontro e informação.

“Todos os Eixos têm excelente programação: Arena Bece, Praça do Cordel, Salão do Professor, mesas da curadoria e outros diversos espaços (Literatura e Infâncias, Literatura e Juventudes etc.) sediam encontros preciosos e discussões extremamente necessárias (inclusão, antirracismo), que visibilizam uma produção livresca ativa, combatente”.
A seguir, Sarah Ipiranga elenca cinco motivos para você não deixar de participar das mesas da XV Bienal Internacional do Livro do Ceará.
- Oportunidade de unir escritoras e escritores de lugares, identidades e gêneros diferentes em um só lugar;
- Nas mesas, escritoras e escritores falam de si e do processo de criação, além de brincar e se descontrair. Há, portanto, uma informalidade que aproxima o público;
- Nada como uma boa mediação: autoras e autores cearenses procuram fazer um triângulo amoroso entre autoras e autores, livros e públicos. A dança é bonita de ver;
- Ter o livro que você ama autografado pela autora ou autor: a obra ganha até mais autoria e empatia. É quase como um livro dedicado a você;
- Ver o papel transformar-se em corpo: encontrar com a autora e o autor é isso também. As folhas dos livros viram roupas, adereços, olhares, corporificam-se numa pessoas de carne, osso e palavras
Serviço
XV Bienal Internacional do Livro do Ceará
De 4 a 13 de abril no Centro de Eventos do Ceará (Av. Washington Soares, 999 - Edson Queiroz). Mais informações por meio do site do evento