Escritora da fantasia filipina 'A Guerra dos Furacões' lança continuação e agradece apoio de brasileiros: 'Senti o amor'
Em entrevista ao Diário do Nordeste, escritora Thea Guanzon ressalta a importância de construir uma história com folclores da Ásia do Sul
Em um mercado editorial marcado pelas fantasias estadunidenses, aqueles que furam a bolha conseguem apresentar histórias que mostram a importância de narrativas mais plurais e inclusivas. Em 2023, a escritora filipina Thea Guanzon publicou o primeiro livro da trilogia “A Guerra dos Furacões”, apresentando um universo construído a partir de folclores da Ásia do Sul. Nessa quarta-feira (2), ela lançou o segundo volume da saga, “O Despertar das Monções”, no Brasil.
Além das referências à cultura asiática e à história das Filipinas, Thea também se inspirou em Star Wars para construir o romance da fantasia. Como Kylo e Rey, Talasyn e Alaric são opostos que precisam trabalhar juntos para enfrentar um inimigo maior.
Em entrevista ao Diário do Nordeste, Thea agradeceu o apoio dos leitores brasileiros, que tornaram o livro um dos sucessos do mercado nacional de fantasia.
"Há muitos memes na internet falando sobre como os brasileiros e os filipinos são parecidos e eu realmente senti isso nas reações ao livro. Eu senti o amor e o apoio. Sou mais agradecida do que palavras podem expressar", afirmou.
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A história da trilogia gira em torno de Talasyn, uma guerreira com o poder da luz, e Alaric, o herdeiro do Império da Noite com o poder das sombras. A vida dos dois se cruzam, os poderes deles se unem e, em meio à guerra, precisam enfrentar uma ameaça maior.
Com uma narrativa que mistura guerras, romance, magia e reviravolta, o livro contou com tradução de Laura Pohl e ilustrações de Kelly Chong, sendo publicado pela editora Intrínseca.
Inspiração nos folclores da Ásia do Sul
Para Thea, foi uma alegria indescritível poder escrever um livro com traços de sua própria cultura.
“Recebi mensagens de leitores da diáspora filipina que falaram sobre como o livro os fizeram se sentir que estavam de volta em casa. Então, isso me mostrou a importância da diversidade e dessa representação na literatura", declarou a escritora.
Ela ainda destacou a importância dessa fantasia ser construída com protagonistas parecidos com ela. “Ler sobre personagens que parecem como nós, tendo aventuras mágicas épicas... Nossas histórias merecem ser contadas, e nossos sonhos, e tudo aquilo que nos faz ser quem somos, precisa ser ouvido e compartilhado com o mundo”.
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Conforme Thea, a trilogia chega a abordar as tempestades e seus efeitos devastadores. Inclusive, foi a partir de suas vivências que surgiu a ideia do clima como uma arma de destruição massiva.
“Eu também fui inspirada pela história do meu país, que está profundamente entrelaçada com a história da minha família. Meu avô e pai lideraram a rebelião contra a ocupação espanhola na sua cidade natal. E meu avô era um guerreiro de guerrilha durante a ocupação japonesa. O conceito de lutar pela liberdade, de sacrificar tudo por causa da sua terra, é algo que está escrito em meu sangue e está escrito na série 'A Guerra dos Furacões' também.”
O que os leitores podem esperar em ‘O Despertar das Monções’?
Enquanto o primeiro livro apresenta o universo e os personagens, o segundo aprofunda as relações dos personagens. Nesse livro, Alaric e Talasyn vão lidar ainda mais com a atração entre eles, devendo aprender mais um sobre o outro, para além do contexto da guerra.
Além disso, também explora o fim do conflito, tratando sobre a aliança política entre as nações dos dois. Eles são obrigados a se casar, e enquanto tentam impedir a Escuridão Sem Luar, fenômeno capaz de aniquilar tudo, Talasyn tenta resistir à atração que sente por Alaric.
“Se há uma coisa que espero que os leitores possam tirar deste livro é que o coração humano é sempre maior do que qualquer caixa que procura contê-lo. Somos imperfeitos e caóticos, que nem sempre seguimos ao senso comum”, acrescenta Thea.
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