Gosta de livros sobre relatos e memórias? Conheça 7 obras que mergulham nesse universo, de Fernanda Young a Patti Smith
Para quem não consegue superar a obra "Só Garotos", de Patti Smith, lista do Diário do Nordeste apresenta alternativas de leitura

Há 15 anos, Patti Smith publicava "Só Garotos", uma ode de amor e honra ao fotógrafo, amigo, artista, amante e confidente Robert Mapplethorpe. A escritora, encarnação da efervescência artística da Costa Leste estadunidense dos anos 1960 e 1970, mergulha em momentos históricos em seu livro.
Para quem gosta de livros sobre relatos e memórias, como "Só Garotos", o Diário do Nordeste organizou uma lista com sete livros que possuem similaridades com o caráter autobiográfico da escrita de Patti. Nesta seleção, estão histórias de figuras como Lou Reed, Eve Babitz, Susan Sontag, Anne Wiazemsky e Fernanda Young. Alguns abordam a cena de Nova York, como Eileen Myles, Lou Reed e Susan Sontag.
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Eve Babitz, por sua vez, é um retrato da Los Angeles dos anos 1970, enquanto Anne Wiazemsky fala sobre as movimentações do maio de 1968 na França e sua relação com o cineasta Jean-Luc Godard. Já Fernanda Young parece fazer um movimento similar a Patti, equilibrando a poesia e o singelo do cotidiano para construir suas histórias.
A obra "Só Garotos" é um retrato do espírito de seu tempo: de jovens livres, construindo uma contracultura, com autenticidade crua e pungente. Esse espírito se recusa a ser apagado. O livro consegue, então, transcender a ideia de autobiografia e se tornar um manifesto — que impacta diferentes gerações — sobre arte, juventude e fé na vida.

Os leitores que seguem impactados com essa obra e querem outros livros que buscaram transformar detalhes "banais" em fragmentos de escrita potente, podem encontrar opções de leitura na seleção abaixo.
Confira 7 livros para quem gostou de 'Só Garotos'
1. Chelsea Girls (Eileen Myles)
Nova York, poesia, e marginalidade. Em "Chelsea Girls", Eileen Myles escreve sobre a vida nos anos 1970 e 1980 com uma honestidade brutal, em episódios curtos atravessados por humor, confissão e drama. O livro, que leva o nome de um dos hotéis mais icônicos de Nova York, carrega a efervescência do cenário punk, sendo um retrato assombroso da vida ligada intimamente à arte.

Os capítulos parecem ecoar memórias como os retratos feitos por Patti Smith. Myles — poeta, performer, romancista e jornalista — é considerada pela escritora Deborah Levy como uma "peça perdida" da geração beat.
- Quantidade de páginas: 256 páginas
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2. Dias lentos, encontros fugazes: o mundo, a carne e Los Angeles (Eve Babitz)
Um mergulho no espírito dos anos 1970 em Los Angeles é o que os leitores podem esperar do livro "Dias lentos, encontros fugazes: o mundo, a carne e Los Angeles", de Eve Babitz. Enquanto Patti foca no universo da arte, da escrita e da música da Costa Leste, Eve mostra um contraponto, no outro lado dos Estados Unidos. A Costa Oeste é a terra dos grandes diretores, dos holofotes, das atrizes e dos atores.

Eve Babitz captura com perfeição o espírito dos anos 1970 em Los Angeles, um contraponto à Nova York suja e intensa de Patti Smith. Com sua prosa afiada e um olhar irônico, Babitz descreve encontros efêmeros, excessos e personagens que flutuam pelo cenário cultural da época, criando uma memória literária tão magnética quanto os relatos de Só Garotos.
- Quantidade de páginas: 240 páginas
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3. Um ano depois (Anne Wiazemsky)
Anne Wiazemsky, conhecida por atuar no filme francês "A Chinesa" (1967), escreveu o livro "Um ano depois" como uma forma de revisitar sua juventude e a relação com o icônico diretor e cineasta Jean-Luc Godard. Ao longo dos capítulos, os leitores se deparam com um olhar renovado do Maio de 1968 na França. Em meio ao período de grande efervescência política, Wiazemsky oferece um relato pessoal e sensível sobre amadurecimento, arte e revolução cultural.

Ela mostra como foi a movimentação que levou os estudantes a tomarem as ruas de Paris. Nas páginas, surgem nomes como François Truffaut, Jacques Rivette, Gilles Deleuze, Daniel Cohn-Bendit, Bernardo Bertolucci e Pier Paolo Pasolini. Ela também interage com alguns integrantes dos Beatles e dos Rolling Stones.
- Quantidade de páginas: 176 páginas
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4. Chatices do amor (Fernanda Young)
"Chatices do Amor" é um livro inédito, publicado postumamente pela editora Record. Lançado em outubro de 2024, reúne dois romances de Fernanda Young.

Enquanto o primeiro aborda amor e depressão, sendo narrado pela silenciosa Anna, o segundo é um recorte dos últimos escritos da roteirista, escritora, atriz, diretora e apresentadora. Após quase seis anos de sua morte, os escritos evidenciam a intensidade, a acidez e o humor idiossincrático de Fernanda.
- Quantidade de páginas: 88 páginas
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5. Susan Sontag: A entrevista completa para a revista Rolling Stone
Susan Sontag é considerada uma das intelectuais mais influentes do século XX. Com diversos livros publicados, a obra "Susan Sontag: A entrevista completa para a revista Rolling Stone" apresenta outra perspectiva da escritora ao público.

O livro consiste em cerca de 12 horas de conversas entre a escritora e o jornalista Jonathan Cott, da revista Rolling Stone. O encontro ocorreu em 1978 e, apenas décadas depois, o conteúdo na íntegra foi publicado. Dentre os temas abordados estão: filosofia, família, política, fotografia, família, leituras e relacionamentos.
- Quantidade de páginas: 192 páginas
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6. Linha M (Patti Smith)
Enquanto o livro "Só Garotos" foca na juventude, no começo da carreira enquanto artista e na descoberta da cena de Nova York, o livro "Linha M" aborda a memória e solidão. Com uma prosa introspectiva, Patti Smith — acompanhada de seus leitores — passeia por cafés, estações de trens e cemitérios. Na caminhada, levanta suas reflexões sobre o tempo e a arte.

Essa é uma continuação para quem deseja permanecer no universo da autora. Através de sua escrita, é possível conhecer a opinião de Patti sobre figuras como Murakami, Jean Genet, Sylvia Plath e Rimbaud. Ela também costura as próprias memórias, citando até mesmo a dor irremediável da perda do marido, Fred Sonic Smith.
- Quantidade de páginas: 216 páginas
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7. Lou Reed: O Rei de Nova York (Will Hermes)
Da cena underground de Nova York surgiu a memorável figura de Lou Reed, vocalista da banda "Velvet Underground". Nessa nova biografia, lançada no fim de 2024, o pesquisador e crítico Will Hermes reúne diversos materiais do cantor para organizar a obra.

A biografia, publicada no Brasil pela editora BestSeller, é fruto de um trabalho de cerca de 10 anos do crítico musical estadunidense. Nela, o público conhece mais a fundo as histórias de amores, transgressões e criações artísticas.
- Quantidade de páginas: 560 páginas
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