Governo do Estado cria Empresa Cearense de Audiovisual; saiba impactos

Anúncio foi feito nesta quinta-feira (4) e deve fomentar produção e consumo de conteúdos no interior do Ceará.

Escrito por
Diego Barbosa diego.barbosa@svm.com.br
Na imagem, uma cena de bastidores em um ambiente interno com paredes rosa claro. Três jovens estão agachados ou sentados no chão, que é de azulejo claro. Um jovem, visto de costas no canto inferior esquerdo, veste uma camiseta cinza e calças jeans. Ele está segurando um equipamento de áudio (microfone boom) e parece estar monitorando o som com fones de ouvido. Uma jovem, no centro, está agachada e olhando para o visor de uma câmera de vídeo montada em um tripé no chão. Ela tem o cabelo preso e veste uma camiseta branca e shorts jeans. Um menino, visto de costas no canto inferior direito, está sentado no chão vestindo uma camiseta verde-água e shorts cáqui. Parcialmente visível no canto superior esquerdo, há uma pessoa em pé, vestindo uma blusa estampada.

Ao fundo, há um móvel baixo de madeira cinza com uma televisão de tubo e alguns porta-retratos e objetos decorativos. Cabos elétricos estão espalhados pelo chão.
Legenda: Escola de Cinema do Sertão é um dos projetos audiovisuais desenvolvidos no Ceará.
Foto: Pedro Matheus/Divulgação

Após quase uma década desde que o então governador Camilo Santana anunciou um projeto dedicado ao desenvolvimento do audiovisual no Estado, a Empresa Cearense de Audiovisual está entre nós. O momento é oportuno, sobretudo diante do alcance crescente de nossas produções Brasil e mundo afora, e inúmeras demandas da classe ligada ao setor.

O passo foi compartilhado nesta quinta-feira (04) pelo governador Elmano de Freitas nas redes sociais – o qual apontou como "conquista para a Cultura do Ceará". "Uma ferramenta estratégica para fomentar a produção e o consumo de conteúdos no interior do Ceará", publicou.

O projeto de lei foi assinado ao lado ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, da secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela, e de outras autoridades e profissionais do audiovisual. As propostas seguem para apreciação e votação na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).

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Informações sobre a empresa foram noticiadas pelo Verso em diversas reportagens. À coluna do repórter João Gabriel Tréz, a secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela, adiantou, em agosto do ano passado, que a previsão de ter a Ceará Filmes – como a empresa popularmente é conhecida – “operando”, em formato ainda a ser determinado, era 2026. 

A consultoria de implantação do projeto, por sua vez, foi efetivada com Alfredo Manevy, outrora integrante da Agência Nacional do Cinema (Ancine) e colaborador da criação das empresas públicas Spcine (SP) e Bahia Filmes (BA) – referências para a experiência cearense. 

Na imagem, uma cena de bastidores de filmagem em um ambiente interno. Várias pessoas estão reunidas em torno de uma mesa, com foco em duas mulheres no centro. No primeiro plano e no centro, uma mulher mais velha, vestindo uma blusa estampada escura, está sentada à mesa e concentrada em mexer em algo que parece ser um tablet ou laptop fechado. Ao lado dela, à direita, uma mulher mais jovem, com vários braços tatuados, veste uma blusa xadrez e está inclinada sobre a mesa, ajudando ou dirigindo a mulher mais velha. Em torno das duas, há membros da equipe de filmagem: à esquerda, um homem sorrindo, com óculos e braçadeiras; atrás, um homem com fones de ouvido (parece ser o técnico de som); no centro superior, uma pessoa segurando o microfone boom; na extrema direita, um jovem com óculos e suspensórios está olhando para baixo, possivelmente checando um celular. A cena é iluminada com luz quente, dando um tom alaranjado, especialmente sobre a mesa, que tem um vaso de flores no canto esquerdo.
Legenda: Curso Extensivo em Audiovisual do CCBJ é destaque na cena cearense.
Foto: JPROL e Beatriz Souza/Divulgação.

Paralelo a isso, conforme a coluna, houve um seminário de escuta das demandas do campo no Estado, das experiências exitosas do tipo no Brasil e na América Latina e, ainda, da estrutura interna do Governo.

Aprofundamento de uma pesquisa sobre o aspecto econômico do setor também ocorreu, com resultados quantificados neste ano. Entre os dados, está que a cada R$ 1 investido no setor audiovisual cearense, em média R$ 3,10 retornam à economia

A estatística foi apresentada durante audiência pública que debateu a criação da futura Empresa Pública de Audiovisual do Estado do Ceará, no último mês de setembro.

Produções cearenses no mundo

Também em entrevista à coluna de João Gabriel Tréz, o já citado Alfredo Manevy explicou que a Empresa Cearense de Audiovisual poderá ter um papel importante na distribuição e promoção do cinema, criando melhores condições de filmes cearenses para circular no Brasil e no mundo. 

"Hoje temos centenas de filmes produzidos no Brasil por ano com dificuldades de chegar à sociedade, seja em salas, seja via TV ou streaming. Na formação me parece que trata-se de ver quais os eventuais gargalos do mercado e, para tanto, ela pode atuar diretamente ou fortalecer o que já existe, apoiando ou parceirizando com as instituições que já fazem um excelente trabalho"
Alfredo Manevy
Cineasta, professor e pesquisador

Ele também disse que podemos esperar uma política mais robusta para o audiovisual cearense, haja vista que uma organização assim dará apoio especializado e terá informações precisas sobre a dinâmica econômica e social.
 

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