Saiba como está hospital de Barbacena hoje, do documentário 'Holocausto Brasileiro' da Netflix
Produção mostra os maus-tratos que ocorreram no manicômio localizado no interior de Minas Gerais
O documentário "Holocausto Brasileiro" entrou para o catálogo da Netflix no último domingo (25). A produção é baseada no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex, que denuncia os maus-tratos ocorridos no Hospital Colônia de Barbacena, Minas Gerais, a partir de depoimentos de sobreviventes e ex-funcionários do hospício.
O Hospital foi fundado em 1903. A instituição, que surgiu para atender pessoas com transtornos mentais, acabou se tornando um campo de extermínio para pessoas consideradas "indesejadas" pela sociedade da época, como mendigos, homossexuais e mulheres que perderam a virgindade antes do casamento.
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Segundo o livro de Arbex, cerca de 60 mil pacientes morreram no local e apenas 30% dos pacientes enviados para o hospital tinha diagnóstico de doença mental.
A partir de 1979, a situação do hospício passou a ser exposta através de uma série de reportagens do Estado de Minas pelo jornalista Hiram Firmino. Também foi produzido o curta-documentário "Em Nome da Razão", pelo cineasta Helvécio Ratton, revelando o cotidiano dos pacientes internados no Hospital.
COMO ESTÁ O HOSPITAL HOJE
Após a exposição dos maus-tratos, novos profissionais foram contratados e psiquiatras foram enviados para Barbacena para reestruturar a instituição.
Atualmente, o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, que recebeu esse nome ainda em 1977, segue em funcionamento e oferece assistência integral aos pacientes moradores do hospital, ambulatório com atendimento ao público externo e oficinas terapêuticas.
Em 1996, foi inaugurado no complexo o Museu da Loucura, que funciona até os dias atuais e recebe regularmente alunos de diversas instituições de ensino para visitas técnicas orientadas para mostrar a história do antigo manicômio.