Lady Gaga relata gravidez depois de ter sido vítima de abuso sexual por produtor aos 19 anos
Cantora externou que o fato resultou em um surto psicótico para ela, que lidou com impulsos de automutilação
A cantora Lady Gaga, 35 anos, relatou, em entrevista à série documental The Me You Can't See, um episódio marcante que sofreu quando tinha 19 anos, quando engravidou depois de ter sido vítima de abuso sexual por um produtor.
O projeto de entrevistas sobre saúde mental tem Oprah Winfey e príncipe Harry como produtores executivos e estreia nesta sexta-feira (21) na AppleTV.
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Reação
"Eu tinha 19 anos, já trabalhava no ramo e um produtor me disse: 'tire a roupa' e eu disse não. Eu saí e eles me disseram que iriam queimar todas as minhas músicas. E não pararam. Eles não pararam de me perguntar, e eu simplesmente congelei e eu ... eu não consigo nem lembrar. Primeiro senti uma dor total, depois fiquei paralisada", iniciou a artista, que não conteve as lágrimas.
Depois, sentiu dores e foi ao hospital, onde descobriu estar grávida do estuprador. Ela optou por não revelar o nome do produtor porque nunca mais quer vê-lo novamente.
Surto psicótico
"A pessoa que me estuprou me deixou grávida em uma esquina na casa dos meus pais, porque eu estava vomitando e enjoando. Porque fui abusada. Fiquei trancada em um estúdio por meses", destacou a diva pop, acrescentando que isso a levou a ter um surto psicótico que perdurou quando ela aceitou o Oscar de Nasce uma Estrela, em 2019.
"Tive um surto psicótico total e, por alguns anos, não fui a mesma garota. A maneira como me sinto quando sinto dor é como me senti depois de ser estuprada. Já fiz tantas ressonâncias magnéticas e exames que não encontraram nada. Mas seu corpo se lembra", pontuou a cantora.
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Impulsos de automutilação
Na entrevista, Lady Gaga ainda ressaltou que, recentemente, lidou com impulsos de automutilação. "Você sabe por que não é bom se cortar? Você sabe por que não é bom se jogar contra a parede? Você sabe por que não é bom se machucar? Porque faz você se sentir pior", acrescentou ela. “Você acha que vai se sentir melhor porque está mostrando a alguém: 'Olha, estou com dor'. Mas não ajuda".
A artista salientou também que, ao longo do tempo, aprendeu formas de se resgatar da situação que viveu. "Tudo começou a mudar lentamente", contou ela sobre o processo de cura do abuso sexual e do aborto ao qual teve de ser submetida.