Monkeypox chega a 11 das 19 cidades da RMF; área concentra 90% dos casos no Ceará

Doença continua se disseminando na população enquanto não há previsão da chegada de vacinas ao Estado

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: Casos no Ceará foram confirmados após análise laboratorial
Foto: Freepik

O primeiro caso de monkeypox, antes chamada de varíola dos macacos, foi confirmado no Ceará no dia 29 de junho. Quase 4 meses depois, até o último dia 20 de outubro, a doença já soma 425 confirmações laboratoriais, das quais 90% estão concentradas na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Os dados são do painel de monitoramento da Monkeypox, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Ao todo, Fortaleza e mais 10 cidades já registraram 385 pessoas infectadas. A região tem 19 municípios e reúne a maior população do Estado.

Apenas Fortaleza é responsável por 329 casos, além de ter 118 notificações em investigação. Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que pessoas com suspeita da doença devem procurar um dos 116 postos de saúde de Fortaleza para realizar o exame laboratorial.

“A prioridade está sendo a investigação rápida e isolamento dos pacientes com suspeita da doença, fazendo busca ativa dos contatos do mesmo, visto que ainda não há vacina contra o vírus, evitando assim uma transmissão mais rápida”, explica a Pasta.

Embora a Capital eleve a média da região, os outros municípios da RMF também têm números elevados. As outras 10 cidades da área com confirmações têm 56 casos. Já o interior soma 40 casos em 22 municípios.

Caucaia, segunda maior cidade em população do Estado, também tem o segundo maior número de confirmações: são 17, conforme a atualização mais recente. 

A SMS de Caucaia recomenda que o paciente que apresentar qualquer sintomas (febre e lesões na pele) procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência. Em caso de suspeita de Monkeypox, será solicitado o exame da lesão. 

Após a confirmação médica, a vigilância epidemiológica é comunicada imediatamente e passa a realizar o monitoramento através da Atenção Primária à Saúde (APS), com a coleta e atendimento domiciliar. "Com isso, é possível evitar deslocamento do paciente e contato com outras pessoas impedindo o avanço da doença", explica a Pasta.

Maracanaú aparece em terceiro, com 12 pessoas infectadas. No início de setembro, médicos da atenção primária e secundária receberam capacitação para manejo clínico de pacientes com a doença, de acordo com a Prefeitura.

O painel da Sesa mostra que o Ceará já notificou 1.566 casos de monkeypox, mas mais da metade deles já foram descartados (840). Outros 210 estão em investigação (141 na RMF). 

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Perfil dos infectados

A maioria dos casos no Estado acomete a população masculina, também sendo mais prevalente em pessoas de 20 a 39 anos de idade. No entanto, também já foram confirmados 8 casos em crianças de até nove anos, e mais 4 em idosos acima de 60.

A monkeypox pode infectar qualquer pessoa que tenha contato físico com lesões na pele ou fluidos corporais (secreções e saliva) de uma pessoa infectada ou por meio de objetos contaminados. Em caso de sinais e sintomas, a recomendação é procurar imediatamente uma unidade de saúde.

Embora a doença seja prevenível com vacina, ainda não há previsão de quando o imunizante estará disponível no Ceará. Até o fim do ano, o Ministério da Saúde espera receber 50 mil doses. O primeiro lote, com 9,8 mil doses, chegou no dia 4 de outubro.

Quais são os sintomas da monkeypox?

Os principais sintomas da monkeypox são:

  • lesões na pele
  • lesões genitais
  • febre
  • inchaço nos gânglios
  • dor de cabeça
  • dores no corpo
  • fraqueza ou exaustão 

Como ocorre a transmissão da monkeypox?

Entre humanos, o vírus é transmitido por contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de infectados, fluidos corporais ou objetos recentemente contaminados. 

“Quando a crosta desaparece e há reepitelização, a pessoa deixa de infectar outras e, na maioria dos casos, os sinais e sintomas desaparecem em poucas semanas”, aponta a Sesa.

De acordo com o Ministério da Saúde, a monkeypox “é uma doença que exige contato muito próximo e prolongado para transmissão de pessoa a pessoa, não sendo característica a rápida disseminação”. Apesar disso, o vírus tem potencial epidêmico.

Como prevenir a monkeypox?

  • Evitar contato com pacientes suspeitos ou infectados;
  • Higienizar as mãos com frequência, com água e sabão ou álcool;
  • Usar máscaras de proteção.

As medidas também valem para roupas, roupas de cama, talheres, objetos e superfícies utilizadas por pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Esses itens devem ser limpos da forma adequada.

O que fazer se tiver sintomas da monkeypox?

As autoridades de saúde recomendam que o paciente que apresentar sintomas da varíola dos macacos procure uma unidade de saúde, para atendimento médico, e não entre em contato com outras pessoas.

Qual é o tratamento da monkeypox?

O tratamento dos casos suspeitos de varíola dos macacos tem se baseado, conforme boletim da Secretaria da Saúde, “no manejo da dor e do prurido, cuidados de higiene na área afetada e manutenção do balanço hidroeletrolítico”.

A maioria dos casos, observam as autoridades de saúde, apresenta sintomas leves e moderados. “Na presença de infecções bacterianas secundárias às lesões de pele, deve-se considerar antibioticoterapia”, acrescenta a Sesa.

Até o momento, não há medicamento aprovado especificamente para monkeypox, embora alguns antivirais tenham demonstrado alguma atividade contra o MPXV.

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