Longa cearense em desenvolvimento é premiado na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Projeto dirigido por Guto Parente levou um dos prêmios de competição dedicada a trabalhos em processo

Escrito por
João Gabriel Tréz joao.gabriel@svm.com.br
(Atualizado às 14:13, em 05 de Fevereiro de 2025)
Legenda: Parte da equipe de "Morte e Vida Madalena", de Guto Parente, produção cearense premiada na Mostra Tiradentes deste ano
Foto: Leo Lara/Divulgação

Depois de nove dias voltados à exibição e debates sobre cinema brasileiro, a 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes chegou ao fim neste sábado (1°) anunciando os premiados. Neste ano, o evento contou com 10 produções cearenses selecionadas em diferentes mostras.

Entre elas, “Morte e Vida Madalena”, longa-metragem em desenvolvimento dirigido pelo cineasta Guto Parente, venceu o prêmio Málaga WIP (sigla para “work in progress”), que levará o projeto para o evento espanhol. A vitória ocorreu, conforme justificativa, pelo filme "contar de modo eficaz a construção de laços de amizade, família e amor pelo cinema”.

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Na edição de 2024, outro filme de Guto, "Estranho Caminho", também havia sido premiado no evento, recebendo o troféu principal da Mostra Autorias.

Conforme adiantado pelo Diário do Nordeste, o filme vencedor nesta edição tem previsão para ser lançado comercialmente até o final de 2025. A obra acompanha Madalena (Noá Bonoba), uma produtora de cinema grávida de 8 meses e meio que está prestes a filmar uma ficção científica com roteiro assinado pelo pai que faleceu.

No entanto, o diretor da obra, ex-marido da produtora, desaparece de maneira inexplicável e ela precisa garantir que as filmagens terminem com um novo e desafiador realizador antes do nascimento do bebê.

Também participaram da Mostra de Tiradentes neste ano os longas cearenses “Resumo da Ópera” e “Centro Ilusão”, a coprodução PB/CE/RJ/SP “Batguano Retuns - Roben na Estrada” e os curtas “Ver Céu no Chão”, "Vermelho de Bolinhas", "Do lado de dentro", "O Medo Tá Foda", "Poesia no vinho de seus lábios" e "sirius não é tão longe”.

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No total, foram 140 filmes exibidos no evento mineiro, vindos de todo o País. Os prêmios de longas foram para “Deuses da Peste” (SP/MG), de Gabriela Luiza e Tiago Mata Machado (Mostra Olhos Livres); “Um Minuto é uma Eternidade para Quem Está Sofrendo” (SE), de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro (Mostra Aurora); “Parque de Diversões” (MG), de Ricardo Alves Jr. (Mostra Autorias) e “3 Obás de Xangô” (RJ/BA), de Sergio Machado (Júri Popular).

O tema que guiou a mostra foi “Que cinema é esse?”, estimulando debates sobre questões estéticas, temáticas e políticas que despontam a partir da produção audiovisual brasileira.

Legenda: No total, foram 140 filmes exibidos no evento mineiro, vindos de todo o País
Foto: Leo Lara/Divulgação

“O que propõe a Mostra de Tiradentes, primeiro, é mostrar a diversidade do cinema brasileiro”, define a coordenadora geral do evento, Raquel Hallak, em coletiva à imprensa no último dia da programação.

O escopo das escolhas curatoriais e de debate no evento, segue a coordenadora, se baseia em questões e reflexões voltadas a formas de fazer, acesso do público às obras, visibilidade da produção contemporânea e políticas para o audiovisual. “Esse conjunto de inquietações que a gente observa no cinema brasileiro a gente tenta traduzir na programação”, resume.

Debates políticos para o audiovisual 

Além da programação dedicada à produção do cinema brasileiro contemporâneo, a Mostra de Tiradentes também foi palco de construção de pensamento e políticas públicas para o audiovisual no País.

Nomes como Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, e Marcelo Freixo, presidente da Embratur, participaram de diferentes atividades da mostra.

Uma das principais iniciativas neste sentido foi a realização do 3° Fórum de Tiradentes. Como resultado dos dias de debate e construção de sugestões de políticas públicas voltadas ao setor, foi publicada a Carta de Tiradentes, na qual o fórum articula defesa de pautas como a regulação do Vídeo sob Demanda, a efetivação da anunciada plataforma de streaming pública com obras nacionais e o fomento à regionalização da produção.

 

Premiados da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes 

Melhor Longa - Júri Popular
“3 Obás de Xangô”, de Sergio Machado (BA)

Melhor Longa - Mostra Aurora
“Um Minuto é uma Eternidade para quem Está Sofrendo”, de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro (SE)

Melhor Longa - Mostra Olhos Livres
“Deuses da Peste”, de Tiago Mata Machado e Gabriela Luíza (MG/SP)

Melhor Longa - Mostra Autorias
“Parque de Diversões”, de Ricardo Alves Jr (MG)

Melhor Curta - Júri Popular
“Dois Nilos”, de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro (RJ)

Melhor Curta - Mostra Foco
“Entre Corpos”, de Mayra Costa (AL)

Melhor Curta - Mostra Foco - Júri Canal Brasil
“Marmita”, de Guilherme Peraro (PR/SP)

Melhor Curta - Mostra Formação
“Desconstruindo Lene”, de Guilherme Maia (BA)

Prêmio Helena Ignez - Destaque Feminino
Ticiane Simões, atriz de “Entre Corpos” (AL)

Conexão Brasil Cinemundi WIP Corte Final
“A Voz de Deus”, de Miguel Antunes Ramos (SP)

Conexão Brasil Cinemundi Málaga WIP
“Morte e Vida Madalena”, de Guto Parente (CE)

Prêmio Retrato Filmes - Distribuição
“Prédio Vazio”, de Rodrigo Aragão (ES)

*O repórter viajou para Tiradentes a convite do evento

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