Ainda estamos aqui: detalhes nos looks de Fernanda Torres e Selton Mello
Não levamos o prêmio de Melhor Filme ou de Melhor Atriz Principal, mas hoje nós vamos sorrir sim. Sorriam!

É com esse clima da Copa do Mundo mesmo, com gostinho de que levamos a sexta estrela, que a gente celebra o domingo de carnaval. E o melhor de tudo isso é que duas mulheres gigantes nos proporcionaram isso: Fernanda e Eunice.
Escrevo essa coluna com a emoção de alguém que sente um orgulho imenso de ser brasileira, de estar no Brasil e de viver no mesmo tempo que Fernanda Torres (Selton e Salles também, mas uma mulher sempre vai me emocionar muito mais).
Veja também
No tapete vermelho, tanto Fernanda quanto Selton mostraram que além de cinema, teatro, atuação e contação de histórias, entendem muito dessa coisa de criar uma narrativa por meio de tecido, linha e aviamento.
Selton Mello usou um smoking completo da marca italiana Dolce & Gabanna e, mesmo com um look que não custa menos que R$30.000,00, ele arremata a produção com um broche em formato de rosa e um anel prateado. Ambos os detalhes homenageiam duas pessoas muito importantes: o anel, uma bijuteria, era da mãe de Selton, e o broche homenageia Rubens Paiva, personagem que interpreta no filme “Ainda estou aqui”.
O que é um smoking D&G na frente de objetos de valor inestimáveis como esses? Eles nos servem para lembrar que eles ainda estão aqui e sempre estarão.
Já Fernanda Torres foi de Chanel, um modelo clássico e coerente com toda a campanha que tem feito em favor do filme. O vestido é da última coleção de alta costura da maison, e levou 450 horas de confecção. É um clássico da marca e clássicos não morrem.
Fica aqui só aquele gostinho amargo de que o que a gente queria mesmo era ver um designer brasileiro no maior tapete vermelho do mundo (não uma marca que apoiou o nazismo… Fica aí a dúvida se foi estratégia, né?).
Independentemente desse descuido, ganhamos o prêmio da categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Um filme sobre a ditadura, sobre a perseguição, tortura e desaparecimento de pessoas que apenas tinham suas próprias convicções, ganhou na maior vitrine do cinema. É hexa! A vida presta!
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora