Som da Liberdade: entenda polêmica por trás do filme cristão que estreou no Brasil
O filme foi um sucesso de bilheteria nos EUA após seu lançamento em julho, mas esses números são contestados
O filme cristão "Som da Liberdade" causou polêmica após ser lançado nos cinemas do Brasil nessa quinta-feira (21), pois telespectadores apontaram uma suposta ligação com teorias da conspiração e fraudes nos números de exibição. Surgiram também críticas ao personagem principal, que saiu de uma história real onde seria envolvido em denúncias de abuso sexual.
O longa retrata a história de Tim Ballard, ex-agente de inteligência dos EUA que larga seu trabalho para ir até a Colômbia para salvar crianças de situações de escravidão e tráfico de pessoas.
Uma das teorias é a de que o filme promove teorias do QAnon, um grupo que acreditava que existia uma rede de tráfico de crianças gerenciada por políticos progressistas norte-americanos.
"Qualquer pessoa que tenha visto 'Som da Liberdade' sabe que não tem nada a ver com teorias da conspiração", diz uma nota emitida pela Angel Studios, produtora da película. O filme, que lançou em solo norte-americano no dia da independência, em 4 de julho, foi amplamente apoiado pela extrema-direita e até divulgado por Donald Trump nas redes sociais.
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Bilheteria de sucesso
A produção arrecadou mais de 200 milhões de dólares nos EUA. No entanto, a mídia contesta esse sucesso e acusa a distribuidora Angel Studios de forjar ingressos e autorizar a exibição do filme em salas vazias.
A direção do filme é de Alejandro Monteverde, e o elenco tem Mira Sorvino (American Crime Story) e Bill Camp (O Gambito da Rainha).
Veja o trailer:
História real e assédio
Som da Liberdade é baseado na história real de Tim Ballard. Ele, inclusive, teria sido afastado de uma operação anti-tráfico humano em junho, pouco antes do lançamento do filme, por acusações de "má conduta sexual". Os relatos foram feitos por mulheres da organização.
A Operation Underground Railroad (O.U.R) rebateu as acusações e disse que Ballard renunciou ao seu cargo de CEO, e que não foi afastado. Em nota, eles afirmaram repudiar abuso sexual.
Ballard chegou a ser questionado pela mídia americana, mas não respondeu sobre as supostas alegações.