Menino com paralisia cerebral anda de skate pela 1ª vez
Equipamento especial permitiu que Arthur, de 5 anos, vivesse um momento histórico.
O brilho no rosto e a alegria impossível de disfarçar marcaram o primeiro passeio de skate de Arthur Ortega, de cinco anos, que tem paralisia cerebral. A experiência aconteceu em São José do Rio Preto (SP), emocionando milhares de pessoas. Graças a um equipamento adaptado e ao trabalho do projeto SkateAnima, o menino pôde sentir a liberdade sobre as rodas pela primeira vez.
No vídeo, Arthur aparece firme no suporte desenvolvido especialmente para permitir que crianças com deficiência participem do esporte. A gravação já acumulava mais de 10 mil visualizações e centenas de curtidas. Entre os comentários, uma internauta resumiu a emoção geral: "Que lindo de ver o esforço de alguém para fazer uma criança sorrir e se sentir incluída”.
A vivência fez parte de uma atividade da clínica neurofuncional SUA, que recebeu o SkateAnima para uma ação especial. Para Cíntia Valéria Ortega, mãe do menino, ver o filho em cima do skate foi um momento único. "Eu senti muita felicidade. Ver meu filho com um sorriso no rosto, se divertindo como qualquer outra criança, me trouxe uma sensação de conquista e esperança", contou ao g1.
O equipamento utilizado por Arthur possui cintos, barras e apoio frontal, garantindo estabilidade durante o trajeto. Cíntia acompanhou tudo de perto, emocionada com cada movimento do filho. "Acho que o vídeo tocou as pessoas, porque mostra o poder da inclusão e da superação", afirmou.
O evento integra o projeto Café com Resenha, promovido anualmente pela clínica. José Gustavo Araújo Calazans, diretor da unidade, explicou que o SkateAnima nasceu no Rio Grande do Sul e chegou ao interior paulista após indicação de uma mãe atendida pela equipe. A proposta é promover integração entre famílias e ampliar o acesso a atividades esportivas.
Fundado em 2015 pelo fisioterapeuta Stevan Pinto, o SkateAnima desenvolve adaptações que permitem que pessoas com deficiência vivam a experiência de andar de skate. A iniciativa chamou atenção das crianças atendidas e reforçou o impacto positivo da inclusão.
Arthur nasceu prematuro, com 27 semanas, após Cíntia enfrentar pré-eclâmpsia e síndrome de Hellp. A falta de crescimento fetal obrigou a interrupção da gestação, e o menino passou 163 dias na UTI neonatal. Com apenas oito dias de vida, sofreu uma lesão que levou à paralisia cerebral, marcando os primeiros capítulos de uma história de luta, e de muitas conquistas, como a registrada agora sobre quatro rodinhas.