BBB 21: 'É compreensível, sim, que eu tenha saído com o maior número de rejeição', diz Karol Conká

Rapper falou que está arrependida de algumas atitudes tomadas dentro do Big Brother Brasil

Escrito por Redação ,
Legenda: Na entrevista ao dominical, a rapper contou que pretende escrever o livro intitulado "As 99 coisas que eu aprendi", fazendo menção aos 99,17% de votos que recebeu quando foi eliminada, recorde de rejeição que um participante do Big Brother Brasil teve até esta edição
Foto: Reprodução/TV Globo

A rapper Karol Conká participou neste domingo (28) do programa Fantástico, da TV Globo, para falar sobre como têm sido os dias pós-eliminação do Big Brother Brasil (BBB) 21. Na entrevista, ela afirmou que, devido ao comportamento que teve dentro do reality show, "é compreensível, sim, que eu tenha saído com o maior número de rejeição", com 99,17% dos votos.

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"Foi justa a minha saída, assim como está sendo justo eu reconhecer o meu erro e me desculpar com o Brasil e com todo mundo que se sentiu ofendido. Estou sujeita a errar, porque não sou perfeita. E eu errei feio, mas eu posso acertar bonito agora", explicou. 

Pós-confinamento, a cantora acha que alguns participantes da 21ª edição do BBB não devem querer contato com ela, devido às atitudes dela no programa. "Tem pessoas que não vão querer me ver, simplesmente não vão querer olhar na minha cara, e está tudo bem", considerou.

Abuso psicológico

Também na entrevista, a rapper analisou cenas do Big Brother nas quais aparecia discutindo com outros participantes. Algumas delas, interpreta, ela cometeu abuso psicológico com os demais competidores. 

"Eu acho péssimo. Ali é um estouro que me dá, e eu falo coisas, entro na mente da pessoa para deixar ela triste, mal. É um tipo de abuso psicológico também". [...] Não tive controle ali, naquela hora, e realmente eu não sou essa pessoa aqui fora", assegurou.

Segurando as lágrimas alegando que precisava estar sempre forte, Karol Conká relatou que não conseguia se sentir desta forma vendo o que fez enquanto estava confinada. "Depois que a gente sai, vê que as imagens são fortes e muito perturbadoras".

Ameaças

O filho da rapper, de 15 anos, a mãe e o irmão dela foram ameaçados nas redes sociais. Sobre os episódios de ameaças, o adolescente contou que foi um momento difícil, especialmente para Karol Conká, quando saiu do programa, mas que passou. "Para a minha mãe foi um baque, porque, por ser filho, é pesado ver o julgamento e não poder fazer nada. Agora já tá bem melhor, bem tranquilo".

Fim da carreira artística

Quanto aos boatos sobre o fim da carreira artística dela, a rapper, que teve participação cancelada em dois festivais de música devido ao comportamento que adotou dentro do BBB, pontua que nunca pensou que a carreira artística fosse acabar por causa disso. 

"Quantas pessoas passaram por essa onda de cancelamento e as carreiras artísticas não acabaram?". Agora acabou o jogo, vamos parar por aqui, deixa ela viver a vida dela. Não ameacei ninguém de morte", argumenta.

Racismo

Karol Conká admite que sempre lidou mal quando o assunto é rejeição, e acredita que seja um resquício da infância, quando passou por situações complicadas relacionadas a preconceito e racismo, especialmente no colégio. 

"Teve um momento marcante, assim, da professora falar 'você não conseguiu resolver a equação porque você é preta e nasceu para limpar privadas'.E um menino no colégio falou 'mergulha em uma piscina de água sanitária para falar comigo', e aí eu fiquei pensando 'mas, por quê?'. E aí eu vi que era porque dissolvia a cor. Eu molhei o dedo e fiquei passando no braço para ver se dava algum efeito ali. Quando eu era criança e acreditava em Papai Noel ainda, eu pedia nas cartas para ser branca. Meu sonho era ser branca, para não sofrer".

Casa

Para a cantora, voltar para a casa foi "muito, muito legal e estranho", porque conviveu 30 dias com muitas pessoas. "Então, a hora que eu cheguei na minha casa, eu senti aquela paz, eu senti um abraço mesmo, mas na hora de deitar foi muito estranho, porque eu deitei no meu quarto e eu falei: 'que silêncio, não tem ninguém'". 

Sobre a a música estar no sangue, Karol Conká contou que começou a fazer rap no colégio, justamente para se livrar do preconceito e do racismo, e se enturmar com os demais colegas.

"Tive uma gincana e cada um entregava alguma coisa, e eu falei 'deixa que eu escrevo um som', e aí eu fiz. Desde aquele dia, os meninos pararam de me xingar, e aí eu não era mais a neguinha boba, eu era tipo a Karol Conká, aquela menina que faz umas rimas, aquela menina que entende de rap". 

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