Veja 5 doenças contagiosas que têm vacinas gratuitas na rede pública o ano todo
Imunização previne a transmissão dos agentes infecciosos e protege a população

A vacinação é uma das formas mais eficazes de proteger a sua saúde e a da comunidade ao redor. Por meio dela, é possível prevenir a transmissão de infecções e erradicar doenças que provocaram mortes no passado.
Uma doença é considerada contagiosa quando pode ser transmitida de pessoa para outra, ou de um animal para uma pessoa. Para ocorrer a transmissão, é necessário um agente infeccioso para invadir o corpo de um indivíduo.
No Brasil, a política de vacinação é responsabilidade do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. São ofertadas gratuitamente 19 tipos diferentes de vacinas, com indicações estabelecidas no Calendário Nacional de Vacinação, e distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para ter acesso à vacina, é preciso apresentar um documento de identificação e, se possível, a caderneta de vacinação na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. No entanto, a ausência do cartão não impede a imunização.
Gripe (influenza)
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus da influenza. Esse vírus pode ser de quatro tipos: A, B, C ou D e possui um grande potencial de transmissão. O influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, e três cepas causam doenças: H₂N₂, H1N1 e H₃N₂.
Os sintomas podem variar desde a infecção assintomática até formas graves. Os mais comuns são:
- febre alta;
- dor muscular;
- dor de garganta;
- dor de cabeça;
- coriza;
- tosse;
- fadiga;
- dificuldade respiratória, em casos graves.
A transmissão da doença pode acontecer por gotículas da fala, tosse ou espirro, pelo ar e ao tocar em superfícies contaminadas. O período de contágio costuma durar até 7 dias após o início dos sintomas.
A vacina da influenza protege contra o vírus e as complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas secundárias. Todas as pessoas, a partir de 6 meses, podem tomar o imunizante. É recomendado repetir a imunização a cada ano, devido à alta capacidade de mutação.
Em março deste ano, o Ministério da Saúde anunciou que a vacina da gripe entrou para o Calendário Nacional de Vacinação. Antes, o imunizante estava disponível apenas em campanhas sazonais. A decisão abrange crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e idosos (a partir de 60 anos), e torna permanente a proteção para esses públicos.
Outros grupos continuarão a receber o imunizante em estratégias especiais, incluindo profissionais da saúde, professores, forças de segurança, população privada de liberdade e pessoas com doenças crônicas ou deficiências, dentre outros.
Covid-19
A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global.
A infecção pode variar de casos sem sintomas e sintomas com manifestações leves, moderadas, graves e críticas. Entre os sinais mais comuns estão: febre ou calafrios, tosse, fadiga, anorexia, dispneia, mialgia e dor de cabeça.
Outros sintomas não específicos também foram reportados: dor de garganta, congestão nasal ou coriza. No início da pandemia, a ocorrência de anosmia (perda de olfato) e ageusia (perda de paladar) foram identificadas antes dos sintomas respiratórios.
O coronavírus é transmitido por três formas:
- Contato direto (tocar uma pessoa infectada ou uma superfície contaminada e levar as mãos ao rosto);
- Gotículas (liberadas na tosse, espirro ou fala que podem atingir pessoas a menos de 1 metro de distância);
- Aerossóis (partículas menores e mais leves que as gotículas que permanecem no ar por horas e podem alcançar também distâncias maiores que 1 metro).
Apesar da maioria dos casos ser leve ou moderado, cerca de 15% podem ser graves e 5% críticos, levando a complicações como falência respiratória, trombose, ou sequelas neurológicas. Dessa forma, a vacinação é a principal forma de evitar os casos graves, óbitos e possíveis sequelas.
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Sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa e já foi uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo. Causada pelo vírus Morbillivirus, a transmissão acontece de forma rápida e direta, principalmente por gotículas liberadas pelo doente ao tossir, falar, espirrar ou simplesmente respirar próximo a outras pessoas.
Os principais sintomas são manchas vermelhas (exantema) no corpo e febre alta (acima de 38,5º) acompanhada de tosse seca, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e/ou mal-estar intenso.
A transmissão pode ocorrer entre 4 dias antes e 4 dias depois do aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo. Depois do contato com alguém doente, a pessoa pode apresentar os sintomas em média após 10 dias, variando de 7 a 18 dias.
Segundo o Ministério da Saúde, o sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunizadas. Por isso, a vacinação é importante para a prevenção da doença.
Existem três tipos de vacinas que previnem o sarampo:
- Dupla viral, que engloba a rubéola e bloqueia o surto;
- Tríplice viral, que engloba a caxumba e a rubéola;
- Tetra viral, que engloba a caxumba, a rubéola e a varicela (catapora).
As duas últimas estão disponíveis no serviço público de vacinação. Com pouca reação, os eventos adversos mais comuns são: febre, dor e rubor no local da administração e exantema.
Todas as pessoas de 12 meses a 59 anos têm indicação para serem vacinadas contra o sarampo. Adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto devem iniciar, ou completar o processo.
Meningite
A meningite é uma inflamação das meninges - membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal - causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. Quando ela é causada especificamente pela bactéria meningococo, chama-se meningite meningocócica.
Já as virais podem ocorrer de diversas maneiras, dependendo do vírus causador. Os arbovírus são transmitidos por picada de mosquitos contaminados e os enterovírus ocorrem por contato próximo ou ingestão de água, ou alimentos crus.
Conforme monitoramento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o Ceará soma 127 casos de meningite até o dia 7 de junho deste ano. Desses, um caso refere-se a doença meningocócica, registrada em São Gonçalo do Amarante.
Os diferentes tipos de meningite podem causar sintomas diversos, que também podem variar em relação à gravidade e à rapidez com que se desenvolvem. Os sinais mais comuns são:
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Rigidez de nuca;
- Náusea;
- Vômito;
- Aumento da sensibilidade à luz (fotofobia);
- Confusão mental.
A transmissão ocorre por meio de gotículas e secreções do nariz e da garganta, passando de pessoa para pessoa. Também pode ocorrer a transmissão fecal-oral, por meio da ingestão de água e alimentos contaminados ou do contato com fezes.
A vacinação é a principal estratégia de prevenção contra a doença, uma vez que ela é causada por diversos agentes infecciosos. Os imunizantes que fazem parte do Calendário de Vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização são:
- Vacina meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C;
- Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite;
- Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B;
- Meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C;
- Meningocócica ACWY (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y.
Hepatite B
As hepatites virais são infecções que atingem o fígado, causando alterações que podem ser leves, moderadas ou graves. No Brasil, conforme o Ministério da Saúde, as mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C.
Sobre a hepatite B, a Pasta informa que é uma doença infecciosa crônica de relevância em saúde pública, sendo frequentemente chamada de "doença silenciosa". Ela pode não apresentar sintomas nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Muitas vezes a doença é diagnosticada décadas após a infecção devido aos sinais relacionados a outras doenças do fígado, como cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, urina escura e fezes claras, além de pele e olhos amarelados.
Eles costumam se manifestar apenas em fases mais avançadas da doença. Se não for tratada, a hepatite B pode evoluir para complicações graves como cirrose, insuficiência hepática e até câncer de fígado.
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A transmissão da doença pode acontecer por relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada ou por contato com sangue contaminado. Além disso, mulheres grávidas podem passar a doença para o filho durante a gestação ou o parto.
A vacina para hepatite B é indicada para todas as pessoas que ainda não tenham sido vacinadas, independentemente da idade, em três doses. Essa é uma das imunizações aplicadas em bebês logo ao nascer, junto com a BCG-ID.
Outras formas de prevenção da doença são uso de preservativo em todas as relações e não compartilhamento de objetos perfurocortantes e os de uso pessoal.