Redação do Enem: leia 10 reportagens que podem ajudar com a prova deste ano
É preciso lembrar de que o texto no Exame Nacional do Ensino Médio deve abranger o problema de forma nacional
Estar por dentro de assuntos com relevância social é um dos elementos centrais para conseguir uma boa nota na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que acontece nos próximos domingos, 5 e 12 de novembro. No Ceará, 242.964 estudantes estão inscritos para participar do principal vestibular do País.
Por isso, o Diário do Nordeste reúne uma lista de reportagens com temas que podem ajudar estudantes na redação deste ano, com base nas apostas de assuntos citados por professores especialistas no Enem consultados pelo jornal. Essa é uma chance de fazer um mergulho rápido sobre atualidades poucos dias antes da prova.
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As reportagens publicadas ao longo deste ano apresentam o contexto geral sobre um tema a partir da realidade do Ceará ou de Fortaleza, por exemplo. Por isso, é preciso lembrar de que o texto no Enem deve abranger o problema de forma nacional.
“Uma taxa de amostragem de uma capital só será válida se houver uma correlação com a situação nacional. (Caso contrário) poderá parecer específica e gerar lacunas na compreensão do texto por parte do avaliador”, alerta Bruno Cruz, professor de língua portuguesa do Colégio Ari de Sá.
Para o Enem, é preciso legitimação e produtividade no uso de informações que contêm como repertório sociocultural, ou seja, é preciso fonte e boa relação com o desenvolvimento da argumentação
É impossível apontar uma temática como certa para a prova de redação do Enem, mas os professores que treinam os estudantes, no Ari de Sá e no Colégio Master, para o Exame apostam em alguns assuntos. Confira os temas indicados e reportagens veiculadas pelo DN.
Analfabetismo: problemas de letramento e escrita de crianças
O Ministério da Educação (MEC) traçou parâmetros, estruturados em uma escala de pontuação, que delimitam exatamente o que crianças com 7 anos de idade precisam atender no Brasil para serem consideradas alfabetizadas.
A medida foi anunciada pelo MEC neste ano, porque até então o País não tinha esse tipo de referência. Dentre as habilidades necessárias para serem considerados alfabetizados, o MEC estabeleceu que os estudantes precisam:
- Ler pequenos textos, formados por períodos curtos e localizar informações na superfície textual;
- Produzir inferências básicas com base na articulação entre texto verbal e não verbal, como em tirinhas e histórias em quadrinhos;
- Escrever, ainda que com desvios ortográficos, textos que circulam na vida cotidiana para fins de uma comunicação simples como: convidar ou lembrar algo, por exemplo.
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Mudanças climáticas: o impacto da emissão de poluentes
As mudanças climáticas ganharam maior notoriedade neste ano com o registro de uma onda de calor nos estados brasileiros.
Esse termo é dado às transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima. Elas podem acontecer de forma natural, mas a principal causa é a queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás – típica dos veículos que circulam na cidade
Famílias em situação de vulnerabilidade social ou que moram em lugares mais afetados, como na proximidade do litoral, são mais afetadas pelo problema.
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Cidadania e o crescimento das pessoas em situação de rua no Brasil
Em julho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu uma série de medidas, que compreendem os governos federal, estadual e municipal, para a implementação da Política Nacional para a População em Situação de Rua.
Entre elas, a elaboração de um diagnóstico atual da população em situação de rua, previsão de um canal direto de denúncias contra violência, fomento à saída da rua através de programas de emprego e de formação.
Também deve ser feito o fortalecimento de políticas voltadas à moradia, trabalho, renda, educação e cultura, além de incentivos fiscais para a contratação de trabalhadores em situação de rua.
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Direito dos animais
Cerca de 167,6 milhões de animais domésticos vivem no Brasil, conforme estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) divulgada em 2022. Apesar da gigantesca população, políticas públicas para cuidar da saúde e bem-estar animal ainda engatinham no País, mesmo que registrem avanços nos últimos anos.
O Governo Federal editou um decreto neste ano instalando o Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais (DPDA), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, para ampliar e acompanhar a execução de políticas públicas voltadas aos animais.
Em 2024, o órgão prevê ações de castração de cães e gatos em todas as regiões do País. As intervenções serão realizadas com aporte de emendas parlamentares e dotação orçamentária própria.
O Departamento aponta que em 67% dos municípios brasileiros não existe qualquer iniciativa de censo animal.
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O uso de tecnologias de informação na Educação
Seja em casa, nas ruas, no comércio, em praças ou no transporte coletivo, o acesso à internet parece difundido por todo o País. Contudo, a realidade é diferente em muitas instituições de ensino públicas de todo o Brasil, incluindo a do Ceará.
No Estado, três em cada quatro escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio não têm computadores, notebooks e tablets em quantidade suficiente para uso pedagógico de alunos, professores e gestores, segundo levantamento do Ministério da Educação (MEC).
De 5.913 unidades de ensino públicas do Estado, 4.380 escolas não têm dispositivos em quantidade adequada para uso uma vez por semana, segundo o Ministério. É o equivalente a 74,1% do total das escolas estaduais e municipais do Ceará. Considerando todo o Brasil, são 96.313 escolas nessa situação — 69,6% do total.
As regiões Norte e Nordeste são as que apresentam os maiores percentuais de escolas com quantidade insuficiente de dispositivos: mais de 80% em ambas as regiões. Os estados do Sul do País, juntos, são os que têm o menor índice e, ainda assim, a metade das escolas estão nessa situação.
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Combate à fome
A falta de alimentos nos domicílios com crianças menores de 10 anos é um drama social vivenciado em todos os estados brasileiros, como apontou a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), no último ano.
No Ceará, 51,6% dos lares onde há crianças estão enquadrados em insegurança alimentar moderada (redução significativa de alimentos disponíveis) ou grave (a fome em si, seja por falta de comida ou por haver apenas uma refeição no dia).
No Nordeste, o Estado fica atrás apenas do Maranhão (63,3%), de Alagoas (59,9%) e de Sergipe (54,6%). Em relação ao Brasil, onde a média é de 37,8%, fica na sétima colocação do ranking.
A fome pode trazer inúmeros problemas de saúde, desde a dor de estômago até problemas cognitivos. Sem energia para exercer atividades, o organismo começa a buscá-la nos tecidos gorduroso e muscular, o que gera perda de massa muscular progressiva”, explica a profissional.
Sem fonte adequada do principal combustível do corpo, o cérebro começa a ter dificuldade em exercer suas principais funções, gerando enjoos, tonturas, náuseas e uma dificuldade em raciocinar que a longo prazo pode levar a danos cognitivos.
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Desaparecimentos forçados no contexto de violência
No dia 30 de agosto é lembrado o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados para dar visibilidade a essa violação de direitos humanos, conforme o portal da Câmara dos Deputados.
Esse tipo de desaparecimento está relacionado à violência urbana e de Estado em circunstâncias de conflitos sociopolíticos ou períodos de repressão, com atos como perseguições, prisões ou detenções ilegais até sequestros, execuções sumárias, ocultação de cadáver e cemitérios clandestinos, como explica a Agência Brasil.
Em setembro de 2021 o Comitê das Nações Unidas sobre desaparecimentos forçados recomendou que o Brasil legisle sobre esse crime.
Larissa Leite, responsável pelo programa Pessoas Desaparecidas e suas Famílias do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), contextualizou os motivos de desaparecimentos em entrevista ao Diário do Nordeste.
Na avaliação dela, o Brasil ainda não tem uma centralização das informações, o que impede a análise das causas e o desenvolvimento de ações preventivas.
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Dicas para a redação
Para começar bem o texto é preciso definir uma estratégia da abordagem que será feita, como explica Bruno Cruz.
"O ideal é que o aluno já pense num projeto de texto e que isso fique claro na introdução. Então, é sempre importante frisar, nesse primeiro momento, qual o assunto a ser tratado e qual a tese a ser definida", completa.
Então, caso sejam citados aspectos sociais ou governamentais sobre o tema na introdução, os tópicos precisam ser desenvolvidos nos parágrafos seguintes.
"Serão os pontos a serem discutidos, sejam de causas ou consequências, de soma de fatores ou contrastes de ideias. Então, o desenvolvimento do texto se baseia a partir da exposição do tópico frasal e do uso do repertório sociocultural produtivo"
Esse repertório são as informações que o aluno traz ao texto, que tem por vivência ou leitura. É importante que o aluno saiba que o texto não pode ficar restrito apenas às informações do texto motivador da prova
Por isso, o conhecimento em áreas como História, Filosofia, Literatura, por exemplo, podem embasar a contextualização e os argumentos usados no texto. Nesse momento, inclusive, os estudantes podem citar frases de personalidades históricas que se relacionam com o tema.
Na sequência, é preciso arrematar as ideias de forma bem elaborada. "A conclusão do Enem se baseia muito numa solução que o aluno propõe para os problemas desenvolvidos no texto. Essa solução vai ser realizada a partir do que foi problematizado", completa.
A conclusão deve ser detalhada com os seguintes elementos: Agente: quem vai fazer a ação; Ação: o que deve ser feito; Meio/modo: como isso deve ser feito; Finalidade: para que isso deve ser feito; Detalhamento: exemplificação, justificativa ou complementação.