Marina Alves e irmã trocavam mensagens sobre semelhanças físicas antes de descobrirem parentesco
Medula de Lumara Sousa mostrou ser 50% compatível com a da jornalista e ela realizou o transplante
Por conta da semelhança física com Marina Alves, a técnica de enfermagem Lumara Sousa iniciou uma troca de mensagens com a repórter da TV Verdes Mares por meio das redes sociais. Esse primeiro contato começou antes mesmo de saberem que eram irmãs ou do diagnóstico do câncer da jornalista. A descoberta sobre o grau de parentesco só veio em março deste ano.
Marina foi diagnosticada com linfoma, tipo raro de câncer, em agosto de 2021. Durante a campanha para encontrar um doador compatível, descobriu a existência de uma irmã, Lumara Sousa, que doou o material genético. Essa história atravessada por coincidências foi relatada no 'Fantástico' deste domingo (17).
"Algumas pessoas falavam assim: Lumara, você parece com aquela repórter que passa naquele jornal, mas até então, eu não sabia quem era. Até que comecei a seguir ela nas redes sociais e a ver fotos".
A partir disso, Lumara decidiu falar com Marina. A repórter, por sua vez, também percebeu a semelhança. "Parece não só comigo, mas, com a família quase toda: tias, primas, nós somos muito parecidas; principalmente o olhar, o sorriso e ela tem tudo isso que tem na nossa família", detalhou.
Então, começaram a estreitar os laços, mesmo nunca tendo se encontrado pessoalmente. Após Marina ser diagnosticada com câncer, o caminho das duas se cruzou novamente.
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Primeiro contato no hospital
Em setembro de 2021, sem saber que Marina estava recebendo atendimento no hospital em que trabalhava, no setor do banco de sangue, Lumara foi chamada para auxiliar em uma transfusão de plaquetas. Na época, apenas detalharam que seria para uma paciente com câncer.
Após ir à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), descobriu que ajudaria no atendimento de Marina, a mesma repórter com quem tinha conversado pelas redes sociais e quem acompanhava na televisão.
Pelo olhar, pelas fotos que eu já tinha visto dela, eu reconheci, olhei pra ela assim e aquilo, naquele momento tão angustiante pra mim me tranquilizou de alguma forma.
Descoberta de parentesco
Apesar de Marina não ter permissão para receber visitas, consegui abrir uma exceção para Lumara, já que ela trabalhava no hospital. "Eu fiquei muito curiosa pra gente se conhecer um pouco mais", explicou. Foi, então, em meio às conversas que tiveram presencialmente, que as duas foram ligando os pontos.
"A mãe da Lumara cuidou de mim quando eu era criança e, nessa época, ela teve um envolvimento rápido com meu pai. Nesse dia a gente teve uma conversa mais aprofundada sobre a nossa infância e despertou ‘será que existe alguma possibilidade de parentesco?", detalhou Marina.
Por conta disso, se perguntaram se era possível existir alguma possibilidade de parentesco. Antes disso, Lumara já havia realizado o cadastro como doadora de medula.
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A amostra de sangue analisada com a de Marina comprovou não só a compatibilidade para transplante de medula, quanto o grau de parentesco.
Em meio à campanha para doação de sangue, plaquetas e medula óssea, em setembro de 2021, Marina Alves, sem saber que tinha irmã, chegou a declarar: "sou filha única, preciso dessa legião de irmãos espalhados por aí".
Transplante de medula óssea
A jornalista passou pelo procedimento do transplante de medula óssea na tarde do dia 5 de abril deste ano. A doadora, Lumara foi internada na unidade hospitalar no dia 3 do mesmo mês e foi submetida a um tratamento para aumentar a produção do material genético.
Para as irmãs, esse encontro "não foi por acaso". Elas acreditam ser obra divina as coincidências que as levaram a se encontrarem após 30 anos, principalmente em um momento em que uma delas precisa de ajuda.
“A minha sensação, depois dessa história de descobrir minha irmã e tudo, é como se Deus já tivesse preparado um script, então é só entregar e confiar. Quando vem o medo e vem a ansiedade, penso dessa forma: ‘Deus caprichou tanto, fez tudo de forma tão maravilhosa, trazendo a minha irmã nesse momento, então, Ele não vai me deixar cair ou desistir’, e isso me traz uma confiança maior”.
“Nada é por acaso, ninguém é colocado na vida de outra pessoa, por acaso, principalmente em um momento desse. E eu sempre dizia para a Marina: ‘Deus tem algum propósito na nossa vida, porque nós não fomos colocadas uma na vida da outra neste momento por um acaso’”, revela Lumara.
Marina se internou em uma unidade hospitalar em 28 de março, onde permanece. O transplante ocorreu no último dia 5 de abril.
Como a medula óssea é responsável pelo controle da imunidade, Marina deve permanecer isolada em seu quarto no hospital até o fim do mês, com a companhia de seu marido, Leandro Rabelo.