Entenda para que serve a 4ª dose da vacina contra Covid e quem deve receber

As doses ajudam a ampliar a resposta imune. Para definir se aumenta ou não o público-alvo das doses, o Ministério da Saúde considera a vulnerabilidade e exposição.

Escrito por Thatiany Nascimento , thatiany.nascimento@svm.com.br
vacina covid
Legenda: Na imunização contra a Covid, há redução na proteção com o passar do tempo
Foto: Thiago Gadelha

Desde janeiro de 2021 o Brasil aplica vacinas contra a Covid, e nesse tempo, autoridades de saúde têm definido quando há doses de reforço e quem são os novos públicos-alvos. Isso porque devido à dinâmica da Covid-19, na atualização, é preciso considerar a evolução do conhecimento científico e a situação epidemiológica.

Na decisão mais recente, o Ministério da Saúde estabeleceu que pessoas com 50 anos ou mais e trabalhadores da saúde devem receber a 4ª dose (ou segunda dose de reforço). Nessa altura, para que serve o incremento?

Para entender o porquê é preciso receber a dose de reforço é preciso compreender antes como funcionam as vacinas no organismo humano. Conforme já divulgado pelo Diário do Nordeste, com base em informações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os imunizantes atuam assim:

  1. As vacinas possuem antígenos e, quando aplicadas ao corpo humano, fazem-no produzir anticorpos (também chamados de imunoglobulina). 
  2. A Imunoglobulina M (IgM) é o primeiro tipo de anticorpo produzido pelo organismo após a vacinação. É a resposta primária. A presença de anticorpo IgM indica uma vacinação recente (ou uma infecção atual ou recente);
  3. Com o tempo, esse anticorpo é substituído pela Imunoglobulina G (IgG), que é o anticorpo produzido em fase posterior. O IgG é o responsável pela proteção específica e pela memória imunológica. Essas células permanecem vivas, mesmo depois de o agente patogênico (vírus ou bactéria) ser derrotado;
  4. Em caso de nova infecção pelo mesmo vírus ou bactéria, o sistema imunológico produzirá IgG específico mais rapidamente porque as células de memória estão preparadas para disparar anticorpos contra o antígeno. 

Mas, com o passar do tempo, essa proteção se reduz. E no caso da Covid, diz a nota técnica do MInistério da Saúde sobre a 4ª dose, “a efetividade das diferentes plataformas vacinais tem demonstrado redução na proteção com o passar do tempo, mais evidente em faixas etárias mais avançadas”. 

Por isso, o reforço é fundamental para induzir a memória imunológica e ampliar a resposta imune. 

Veja também

Quem pode tomar a 4ª dose no Brasil

  • Pessoas a partir de 50 anos (4 meses após a última dose do esquema vacinal )
  • Pessoas imunossuprimidas a partir de 18 anos (é preciso apresentar comprovação médica)
  • Trabalhadores da saúde (4 meses após a última dose do esquema vacinal)

Quais vacinas devem ser aplicadas

Para a 4ª dose a recomendação é utilizar as das plataformas de mRNA (Pfizer) ou vetor viral (Janssen ou AstraZeneca). 

As vacinas inativadas (Coronavac) não estão recomendadas para a 4ª dose. 

O que define quem recebe o reforço

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Legenda: Na decisão mais recente, pessoas com 50 anos ou mais e trabalhadores da saúde devem receber a 4ª dose
Foto: Thiago Gadelha

Alguns fatores podem ser mencionados como definidores de se o reforço vai ser aplicado e quem deve recebê-lo. São eles: 

Na nota técnica o Ministério da Saúde argumenta que dados epidemiológicos sinalizam a tendência de aumento do número de casos de Covid-19 em todas as regiões do país. Isso na Semana Epidemiológica (SE) 20, período de 15 a 21 de maio. Esse é um ponto. Quando há aumento de ocorrências, o reforço é uma estratégia, sobretudo, para os casos não evoluírem. 

“Neste sentido, o incentivo à vacinação para os esquemas primários e doses de reforço tem papel fundamental para conter o aumento de casos, hospitalizações e óbitos”.
Ministério da Saúde
Nota Técnica

Já na definição de quem vai receber é considerada a população mais vulnerável à doença e a evolução para casos graves. Logo, idosos e pessoas imunossuprimidas constam na lista das doses de reforço devido à vulnerabilidade. E trabalhadores da saúde por conta da exposição ao vírus, explica o documento.   

Os resultados de pesquisas científicas orientam também sobre a necessidade e os efeitos da aplicação das doses de reforço em distintas populações. 

Já se sabe a duração da 4ª dose?

Na nota técnica, o MInistério da Saúde diz que “embora existam, até o momento, poucos dados em relação à magnitude e duração do benefício de uma segunda dose de reforço com vacinas Covid-19, diferentes estratégias de vacinação devem ser utilizadas com base na situação epidemiológica e na disponibilidade de vacinas”. 

Outras faixas populacionais irão receber a 4ª dose?

Não há resposta fechada para essa questão. Conforme o Ministério da Saúde, à medida que o Brasil avança na cobertura vacinal contra a Covid-19 “naturalmente a ampliação de públicos elegíveis para a segunda dose de reforço deve ser considerada”.

 

 

 

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