Como saber se já tomei vacina contra poliomielite?

Crianças e adultos devem ter registros verificados junto aos serviços de saúde para verificar a aplicação correta das doses

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: Cartão de vacinação guarda informações sobre doses aplicadas e faltantes
Foto: Fabiane de Paula

Embora as crianças sejam a população mais facilmente acometida pelo vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, a doença também pode ocorrer em adultos. Por isso, é importante certificar-se de que você está imunizado contra a pólio.

“Adultos que não tiverem sido imunizados durante a infância podem correr esse risco”, explica a médica pediatra Izabella Tamira, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Campus Sobral.

Atualmente, muitos postos de saúde já contam com sistemas informatizados que possuem dados de vacinação de seus usuários. Porém, as autoridades de saúde consultadas pelo Diário do Nordeste recomendam a busca desses locais para a verificação das informações.

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) declarou que o Sistema do Programa Nacional de Imunizações (Sipni), do Ministério da Saúde, só passou a ser implantado em 2012. Para as pessoas que possuem a comprovação por meio de cartões de vacinas, poderão ir até a Unidade de Saúde para fazer o resgate das doses aplicadas quando crianças. 

No caso de pessoas que não possuem esse documento, a Pasta considera “pouco provável” que a unidade ainda tenha o registro, mas sugere que o cidadão vá até o posto onde pode ter recebido a vacina para verificar se há algum arquivo com registro.

A Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS) ressaltou que possui sistema de prontuário eletrônico desde 2013, por isso “adultos que realizaram a aplicação de quaisquer vacinas na Rede Municipal no período anterior a este devem verificar seu cartão de vacinação impresso”.

Além disso, a Pasta explica que a vacina da poliomielite só deve ser aplicada em adultos em casos de viagens a áreas endêmicas, de acordo com o Ministério da Saúde. “Nesses casos, a rede estadual realiza a aplicação mediante comprovação da viagem”, disse.

Baixa cobertura infantil

Na campanha deste ano, Fortaleza vacinou menos de 50% do público de até 5 anos de idade contra a poliomielite, de acordo com o Ministério da Saúde. A meta é de 95%.

“Se eu protejo as crianças, eu tô protegendo a disseminação dessa doença na população em geral. Se você tem um entorno todo protegido, você vai evitar a propagação”, destaca a pediatra Izabella Tamira.

O Ministério da Saúde lembra a vacinação como o único caminho para manter a proteção das crianças contra a poliomielite, cujo último caso no Brasil ocorreu em 1989. É preciso seguir o preconizado no Calendário Nacional de Vacinação, respeitando os intervalos entre as doses e não perdendo as oportunidades de vacinação.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) estabelece:

  • três doses da vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável, aos 2, 4 e 6 meses de idade;
  • dois reforços com vacina oral poliomielite (VOP), aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

“O Ministério da Saúde ressalta que, além de proteger contra doenças imunopreveníveis, a atualização da situação vacinal tem outros benefícios, como evitar a ocorrência de surtos e hospitalizações, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos”, finaliza a Pasta.

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