Onde surgiu o trap? Conheça os pioneiros do som derivado do rap
Cearense Matuê, representante do gênero, vem despertando olhares e liderando rankings de apps como Deezer e Spotify
Trap music é um subgênero musical derivado do rap que se originou na década de 1990, no sul dos Estados Unidos, em Atlanta. O som é caracterizado por conteúdo agressivo e incorpora bumbos sub-baixo, em tempo duplo, triplo e outros mais rápidos de divisão chimbais, além de sintetizadores de som. Na última semana, notícias sobre a ascensão do cearense Matuê no gênero ganharam as redes sociais e muita gente ficou curiosa para saber que som é esse.
A palavra "trap" é, na verdade, uma gíria americana usada para designar localidades perigosos, principalmente, no sul dos Estados Unidos, onde o gênero surgiu. Muitas das letras desse estilo levam temas que envolvem política, direitos humanos, assim como as composições tradicionais do rap. O gênero é considerado agressivo por retratar violência, drogas, gangues e sexo.
No Brasil, nomes como Raffa Moreira (Lil Raff), Klyn, Moah, Rare Kidd, Rhyno, French Carti e Emerson Rosa têm se destacado pelo país.
Assista a BC Raff "White Horse":
Os sons de trap são bastante altos e agudos, com uma frequência intensa, que é uma característica da música eletrônica. Por isso, o ritmo é muito dançante, o que dá origem a uma série de sons basicamente instrumentais.
Pioneiros
Paul Beauregard, mais conhecido pelo nome artístico DJ Paul é um rapper, DJ, produtor musical, compositor e empresário americano de Memphis, Tennessee. Ele é um dos membros e fundadores do grupo de hip hop Three 6 Mafia e seu irmão é o falecido rapper Lord Infamous. Ele é considerado um dos "cabeça" do trap no sul dos Estados Unidos.
Assista ao DJ Paul KOM x Oplus - Countdown:
Radric Davis, conhecido pelo nome de Gucci Mane, é um outro rapper de trap music americano conhecido pela gravadora 1017 Records. É um dos maiores nomes do gênero ao lado de Lil Wayne, Chainz, Future e Rick Ross. Em 2005, ele lançou o primeiro álbum independente intitulado "Trap House", que caracterizou o sucesso do single "Icy", com Young Jeezy.
O trap ganhou ainda mais popularidade em meados de 2007 com o surgimento de vários grupos de rap e rappers como OJ da Juiceman e produtores como Drumma Boy, Shawty Redd e DJ Zaytoven.
Matuê: cearense em ascensão
Natural de Fortaleza, o cantor Matuê vem crescendo no trap. Na noite da última quinta-feira (10), ele lançou o aguardado álbum de estreia, “Máquina do Tempo”, e fez história – o trabalho se tornou a melhor estreia de todos os tempos no Spotify Brasil, alcançando as primeiras posições da lista de canções mais escutadas na plataforma de streaming no País. Totalmente autoproduzido e sem nenhuma participação.
Escute "Máquina do Tempo":
O próprio Matuê conta que se surpreendeu com o resultado marcante do lançamento. “A ideia desde o começo sempre foi fazer uma coisa impactante. A gente queria criar algo que fosse brincar com o imaginário das pessoas. E eu sabia que a estética estava especial, sabia que a ideia por trás, o conceito por trás, era algo autêntico e eu imaginava que iria causar um impacto dentro da cena do Rap, do Trap, mas pensar que a gente iria fazer números que iriam passar artistas maiores, do pop, do sertanejo, do funk, e tal, eu acredito que ninguém botava fé. Então, foi uma surpresa muito grande”, comemora.
O lançamento de “Máquina do Tempo” quebrou todos os recordes e emplacou seis músicas no Top 10 do Spotify Brasil, com todas no Top 15: “Máquina do Tempo” (#1), “777-666” (#3), “Cogulândia” (#4), “Antes” (#6), “É Sal” (#7), “Gorila Roxo” (#8) e “Vem Chapar” (#14). O álbum também estreou com três músicas no chart global da plataforma – “Máquina do Tempo” (#114), “777-666” (#153) e “Cogulândia” (#188). Todas as faixas também estrearam no Top 200 em Portugal.