Globo Repórter leva as belezas e histórias do Cariri cearense para todo o País

Programa irá ao ar nesta sexta-feira (22)

Escrito por Ana Beatriz Caldas , beatriz.caldas@svm.com.br
Parte da equipe de produção do programa no Cariri
Legenda: Parte da equipe de produção do programa no Cariri
Foto: Acervo pessoal

O primeiro Globo Repórter feito pela TV Verdes Mares que irá ao ar em rede nacional terá como tema a religiosidade, as belezas naturais e a cultura efervescente do Cariri cearense. O programa será veiculado nesta sexta-feira (22), após o Big Brother Brasil (BBB) 24, por volta das 23h10.

Para dar conta da imensidão da região, a produção será dividida em três blocos. O primeiro será sobre a diversidade da fauna e da flora, focada na primeira floresta instituída no Brasil – a Floresta Nacional do Araripe (Flona) – e na riqueza de fósseis que ali existe; o segundo, sobre a diversidade cultural, tendo como mote os Museus Orgânicos dos Mestres de Cultura. Já o terceiro bloco será dedicado à religiosidade do Cariri, focando na figura icônica de Padre Cícero. 

Apesar de ser o primeiro Globo Repórter feito pela TV Verdes Mares transmitido em rede nacional, este é o segundo inteiramente produzido por uma equipe da afiliada. Em 2020, em comemoração aos 50 anos da TVM, um programa especial sobre a história da emissora foi feito e exibido para todo o Ceará.

O aniversário de 180 anos do religioso, celebrado no próximo domingo (24), foi o ponto de partida para as gravações. Conhecido por ser o grande propulsor de desenvolvimento para a região central do Cariri, Padre Cícero transformou Juazeiro do Norte em um dos principais pontos de tradição e turismo religioso do País, além de sempre ter defendido a causa ambiental.

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A editora Susy Costa, que esteve à frente do planejamento e das gravações do programa, conta que o programa foca em diferenciais que, apesar de serem conhecidos por grande parte do Ceará, nem sempre chegam ao público nacional.

“São coisas exclusivas. A Floresta do Araripe, o soldadinho-do-araripe, que só tem lá, as trilhas inclusivas na floresta. Museu tem em todo lugar, então focamos nos Museus Orgânicos, os museus vivos – você vai na casa do seu Espedito Seleiro e vê ele trabalhando, vai na casa da mestre Dinha e vê ela fazendo rede. É um conceito que poucas pessoas conhecem fora daqui”, explica. 

Para a jornalista, pelo grande alcance, o programa deve ampliar e transformar a imagem que pessoas de outros estados e regiões têm sobre o Estado.

“Mostrar o Cariri vai mudar a visão que as pessoas têm do Ceará. Tem gente que acha que é só praia, ou que era só seca e miséria há 30, 50 anos. Elas vão ver uma parte do Estado que não é conhecida e que é uma pujança”, completa.

Um novo olhar sobre a região

Alessandro Torres em gravação sobre as escavações paleontológicas
Legenda: Alessandro Torres em gravação sobre as escavações paleontológicas
Foto: Acervo pessoal

Repórteres de larga experiência, Aline Oliveira e Alessandro Torres serão os responsáveis por apresentar aos telespectadores um pouco da força da natureza, da cultura e da fé do Cariri. 

Apesar de colaborarem diariamente com a projeção do Ceará para o noticiário nacional, ambos celebraram a possibilidade de conduzir o novo projeto e redescobrir os tesouros caririenses.

Alessandro Torres em pauta: trilhas inclusivas possibilitam que todos conheçam a Flona
Legenda: Alessandro Torres em pauta: trilhas inclusivas possibilitam que todos conheçam a Flona
Foto: Acervo pessoal

Alessandro conta que, desde a chegada na TVM, há 18 anos, realizou diversas coberturas no Cariri, mas só durante as gravações para o Globo Repórter teve a dimensão real da importância e da beleza da Floresta Nacional do Araripe.

"É uma floresta vasta, de 40 mil hectares, que é riquíssima em nascentes, que possui espécies únicas, endêmicas, como o soldadinho-do-araripe, e com paisagens deslumbrantes, que em poucos lugares do Brasil a gente encontra”, comenta.

Entre as curiosidades que descobriu na apuração, Alessandro destaca as ruínas do Aeroporto Regional do Cariri, que funcionou de 1953 a 1971, a 900m de altitude, e foi desativado porque a floresta não permitia as condições adequadas de pouso e decolagem.

Outro ponto que chamou a atenção do repórter foi a single track da Flona, uma trilha para bicicletas com 50 km de percurso, no meio da floresta, reconhecida como a maior do País. “Experimentei um pouquinho, andei por lá. Não fiz os 50 km, mas fiz uns 20 km”, brinca.

Aline Oliveira observa gravação na casa de Mestre Aldenir, brincante do reisado e Tesouro Vivo da Cultura cearense
Legenda: Aline Oliveira observa gravação na casa de Mestre Aldenir, brincante do reisado e Tesouro Vivo da Cultura cearense
Foto: Acervo pessoal

Enquanto a cobertura de Alessandro focou nas belezas naturais e paleontológicas, a repórter Aline Oliveira, que há 25 anos reporta do Ceará para a Globo nacional, mergulhou nas tradições artísticas e religiosas da Região para ilustrar um pouco do caldeirão cultural que forma o Cariri cearense. 

A jornalista começou as gravações com a equipe no início de novembro e registrou as romarias de Finados, um dos momentos mais movimentados no calendário turístico-religioso do Cariri. Alguns meses depois, retornou para conhecer e conversar com artesãos renomados como Espedito Seleiro e Mestra Dinha, reconhecidos como Mestres da Cultura.

Aline Oliveira em entrevista com Mestre Aldenir
Legenda: Aline Oliveira em entrevista com Mestre Aldenir
Foto: Acervo pessoal

“São pessoas que têm toda uma vivência, que acumulam a questão dos saberes, os fazeres, os ofícios. Para mim, estar com essas pessoas foi uma experiência única. É o que mais me emociona: gente”, detalhou.

A repórter adianta que os telespectadores irão se surpreender com as imagens, cheias de vida e cores, longe do estereótipo de um interior nordestino "seco e árido". “A riqueza natural da Chapada do Araripe é exuberante, e a riqueza das pessoas também é”, ressalta. "É tudo muito colorido, vivo, alegre, tem ritmo, cadência. Sou apaixonada. Acho que o Cariri é único", conclui.

Jornalismo de qualidade do Ceará para o Brasil

Estátua do Padre Cícero na Colina do Horto, em Juazeiro do Norte, durante a Romaria de Finados de 2023
Legenda: Estátua do Padre Cícero na Colina do Horto, em Juazeiro do Norte, durante a Romaria de Finados de 2023
Foto: Acervo pessoal

Ter um programa sobre o Ceará feito pela ótica do telejornalismo cearense é uma grande oportunidade de desconstruir estereótipos sobre o Estado e o Nordeste que ainda imperam em muitos segmentos, afirma o diretor de Jornalismo e Esportes do Sistema Verdes Mares, Gustavo Bortoli. 

O gestor destaca, ainda, que essa possibilidade surge não de uma proposta isolada, mas como resultado de um esforço coletivo de muitos anos. Para ele, a presença frequente de repórteres, cinegrafistas e produtores da TV Verdes Mares em blocos de outras edições do Globo Repórter foi fundamental para chegar à concretização do programa especial. 

De acordo com Bortoli, só em 2023, foram mais de 630 participações da TVM em produtos jornalísticos da Globo, o que contribuiu para que a equipe cearense compreendesse com mais profundidade “a linguagem, a forma de trabalhar e os caminhos para que a gente pudesse contar boas histórias”. 

“Quando a gente chega ao fim desta edição, de um produto que exige tanto em todos os aspectos – o conhecimento, a profundidade, as entrevistas, as imagens, a edição –, isso faz com que a gente tenha um passo importante", destaca o diretor. “É a confirmação de todo um trabalho que vem sendo feito a muitas mãos, por muitos profissionais”.

Gustavo destaca que o programa também é uma chance única de divulgar, nacionalmente, histórias e belezas que apenas quem conhece o Cariri pode compreender.

“A maior responsabilidade que nós temos, dentro desse processo da comunicação social, é olhar sempre para os assuntos que são importantes para a população cearense e, ao mesmo tempo, os assuntos que interessam, a partir do Ceará, ao restante do Brasil”, conclui.

Serviço

Globo Repórter – O Cariri Cearense

Sexta-feira (22), às 23h10, na TV Verdes Mares

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