Gaby Amarantos traz sucesso de ‘Rock Doido’ para a Praia de Iracema

Novo álbum da artista foi um dos destaques da música nacional em 2025.

Escrito por
Ana Beatriz Caldas beatriz.caldas@svm.com.br
(Atualizado às 14:22, em 08 de Dezembro de 2025)
Artista apresenta novo show neste domingo (7), na Praia de Iracema.
Legenda: Artista apresenta novo show neste domingo (7), na Praia de Iracema.
Foto: Divulgação.

Fenômeno incontestável da música nacional deste ano, o álbum “Rock Doido” será apresentado em Fortaleza pela primeira vez neste domingo (7), no Aterrinho da Praia de Iracema, como parte da programação do Festival Elos. Quarto disco de estúdio da cantora paraense Gaby Amarantos, o trabalho une o tecnobrega característico da produção da artista a elementos sonoros e estéticos de uma festa de aparelhagem, com participações de nomes como Lauana Prado e Viviane Batidão.

A apresentação deve começar às 21h50 e encerra a sétima edição do Elos. Também sobem ao palco principal do festival no domingo os artistas Gabi Nunes, Pantico Rocha, Otto e Vanessa da Mata. Os shows começam às 17h. 

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Em entrevista ao Verso, Gaby falou, empolgada, sobre a expectativa para se apresentar novamente na capital cearense e o impacto de Rock Doido em sua carreira. Lançado no fim de agosto deste ano, o disco rapidamente caiu no gosto do público e da crítica nacional e internacional. 

Além do álbum, a cantora lançou um curta-metragem em plano sequência, filmado inteiramente com um celular, em que apresenta as músicas do disco em uma representação de uma festa de aparelhagem. Disponível gratuitamente no YouTube, o filme já conta com mais de um milhão de visualizações e, segundo Gaby, foi um fator essencial para projetar o novo trabalho para o mundo.

“O filme é muito potente, disruptivo e mostra pro Brasil – principalmente para a galera que é do Sul e do Sudeste, que tá conhecendo mais da nossa cultura, que é do Pará, que é do Norte – o quanto que a gente é criativo”, celebrou.

“Foi um grande divisor de águas, porque as pessoas se sentem na festa, né? Elas veem tudo aquilo e ficam muito felizes de ver. E elas querem ir pro rock, elas querem estar com a gente no show, elas querem viver essa experiência”, completou. 

Mais do que um ritmo, o 'rock doido' cantado por Gaby é um movimento musical paraense, que vibra nas periferias de Belém e tem a aparelhagem como parte de sua formação. Dança, performance e elementos estéticos também compõem essa manifestação cultural.

A artista conta que a ideia de transformar uma festa popular em conceito para um projeto multimídia partiu da vontade de “fincar a bandeira dessa música no Brasil”.

“Tenho uma equipe muito incrível de produtores musicais, compositores e compositoras que trabalham comigo. Levei eles numa festa de aparelhagem em Belém e o ‘rock doido’ é um momento da festa, que tem várias nuances. O ‘rock doido’ é o ápice, é o auge, é a hora da pirotecnia. É um momento que a galera espera pra tudo acontecer”, explicou. 

Ao perceber o encantamento de pessoas de diferentes lugares do país com o movimento, Gaby tomou como missão fazer ecoar aquela musicalidade. “Era todo mundo sudestino e todo mundo ficou muito passado com a potência, sabe, do que a nossa periferia produz. Nessa hora, eu também já estava com outras ideias, outros álbuns que eu tinha iniciado, mas nesse momento tive a certeza de que o rock doido ia ser um grande impacto positivo, uma revolução na música brasileira”, afirmou.

Hit viral e releitura de ‘Crina Negra’

Capa do álbum 'Rock Doido' (2025).
Legenda: Capa do álbum 'Rock Doido' (2025).
Foto: Reprodução.

Feito para ser ouvido na íntegra, faixa a faixa, o álbum é curto, com pouco mais de meia hora de duração, mas se torna grandioso pela originalidade e qualidade da produção. Além do megahit “Foguinho”, que viralizou nas redes sociais, um dos destaques do disco é uma versão tecnobrega de “Crina Negra”, composição de Robertinho do Recife que virou hino do São João no Norte e no Nordeste do país na interpretação da Banda Patrulha.

Segundo Gaby, a ideia de regravar o hit teve como objetivo principal homenagear a cultura das quadrilhas juninas paraenses e a fusão entre a cultura tradicional e a versão rock doido da festa junina, “com óculos Juliet, soltando fogo”. 

“Tocava muito e toca até hoje no Pará, no São João. É uma música que é muito forte no Pará. Sempre ouvi e ela sempre me deu um arrepio – uma coisa dessa cavalgada, dessa mulher guerreira, que em cima do Crina Negra, ela pode tudo”, brincou. “Então, tem muito a ver também com a força do rock doido, né? Com essa coisa frenética”, completou a cantora, que afirmou que a faixa é uma de suas favoritas do disco.

Além do repertório de Rock Doido na íntegra, o show de Gaby Amarantos em Fortaleza deve contar com alguns hits de Treme (2012), Purakê (2021) e Tecnoshow (2022) e participações especiais de artistas cearenses. “O povo pode esperar muita pirotecnia, muita alegria e muita luz”, destacou a artista. 

Ceará e Pará, estados irmãos

Cantora é um dos destaques da música paraense contemporânea.
Legenda: Cantora é um dos destaques da música paraense contemporânea.
Foto: Divulgação.

Empolgada ao comentar a relação que tem com a capital cearense, Gaby destacou a última passagem por Fortaleza, no encerramento do Ciclo Carnavalesco deste ano – que categorizou como “o melhor show” de sua maratona de Carnaval –, o carinho recebido pelos fãs cearenses e a importância da Capital para a projeção nacional de artistas.

“Fortaleza e o Ceará têm sido uma catapulta para lançar artistas do Pará para o mundo. É um papel que, na minha carreira, foi muito feito por Recife, quando eu fui fazer o primeiro show lá. E vi que Fortaleza está também nesse lugar, sabe, de a gente chegar lá, fazer um show incrível e isso já catapulta a gente para o Brasil inteiro, sabe? Fortaleza é um polo muito importante, muito potente. Eu sou muito fã dessa cena musical daí, que vai de Belchior a Wesley Safadão”, afirmou, por telefone. 

A cantora destacou, especialmente, o trabalho de mulheres artistas cearenses que têm tido destaque ao longo dos anos. “Amelinha, Taty Girl, Solange Almeida, Márcia Fellipe… Acompanho muito as mulheres do movimento da música de Fortaleza e acho que tem crescido, também, um protagonismo de mulheres cantoras, artistas, produtoras do Ceará e de Fortaleza, que é um lugar muito, muito potente”, afirmou.

Cantora é natural de Belém (PA) e lançou seu primeiro álbum em 2012.
Legenda: Cantora é natural de Belém (PA) e lançou seu primeiro álbum em 2012.
Foto: Cris Vidal/Divulgação.

Além da participação de Gaby, a 7ª edição do Festival Elos também contará, pela primeira vez, com o Palco Aparelhagem, voltado para diferentes vertentes da música eletrônica, onde se apresentará, também neste domingo, o projeto de aparelhagem JSOM - A Fênix do Marajó. Para a artista, essas iniciativas reforçam os laços culturais entre o Ceará e o Pará, “estados irmãos”.

“E [parte] dessa potência vai ser a gente poder estar no Elos e poder fazer o Rock Doido pela primeira vez em Fortaleza, pela primeira vez no Ceará, na Beira Mar. Meu Deus do céu, meu coração está pronto”, riu. “Meu corpo, minha voz, meu amor tá pronto. Quero chegar e celebrar muito”, concluiu.

Serviço
Show “Rock Doido”, de Gaby Amarantos
Quando: Domingo, 7 de dezembro
Horário: 21h50
Onde: Aterrinho da Praia de Iracema
Acesso gratuito
Mais informações: @elosfestival

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