Familiares e amigos de Zé Celso prestam homenagens em velório do dramaturgo
Momento seguiu até a manhã desta sexta-feira (7)
O velório de José Celso Martinez Corrêa reuniu amigos e familiares em cerimônia repleta de homenagens que se iniciou na noite de quinta (6) e seguiu até a manhã desta sexta-feira (7), na sede do Teatro Oficina, em São Paulo. O ator e dramaturgo faleceu aos 86 anos após um incêndio atingir o apartamento dele.
Internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, Zé Celso sofreu queimaduras no corpo devido ao incidente registrado no bairro do Paraíso, na manhã do dia 4 de julho. O quadro do artista foi considerado grave, e mais de 50% do corpo dele teria sido atingido pelas chamas.
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Filas foram organizadas para possibilitar a entrada dos fãs e amigos de Zé Celso, que compareceram em peso ao local. Por conta disso, a rua Jaceguai foi fechada para a passagem de carros, enquanto um telão foi montado na via para que quem estivesse de fora acompanhasse o momento.
Um grande cortejo pelo palco do Teatro oficina reuniu amigos próximos e atores, celebrando a obra de Zé Celso no local. A movimentação, inclusive, ultrapassou o corredor do Oficina e chegou à rua, com os dizeres "Zé Celso Vive!" escritos no chão.
"Zé Celso é uma inspiração, um mestre. O que será do Brasil sem a figura do Zé Celso, sem essa pessoa que vem há anos e anos tomando parte, influenciando, mostrando? Estamos aqui no Oficina, que é eterno, um legado muito grande. Foi uma tragédia", disse o cantor Otto durante a homenagem ao dramaturgo.
Despedidas afetuosas
O ator Ricardo Bittencourt, que esteve com Zé Celso em meio ao incêndio, lamentou a partida do dramaturgo e o definiu como família, ressaltando a amizade de 35 anos que manteve com ele e com o marido de Zé, o também ator Marcelo Drummond.
"Eu perco a minha referência de família mais forte, meu lugar no meu mundo. Desde que a minha mãe morreu, meu lugar no mundo era a casa do Zé e do Marcelo. Minha dor é a dor de família. Eu perco um irmão, meu grande irmão", explicou em entrevista à Agência Brasil.
Sobre o incêndio, Ricardo concedeu relato de como passaram as horas que antecederam o acidente. Segundo ele, ao acordar, o imóvel já estava envolto em fumaça e Zé Celso já estava sendo resgatado do local.
"O Zé me pediu a mão e eu fui para o chão e fiquei segurando a mão dele por um tempo. E começou a cair alguns pedaços de teto na minha cabeça. Eu olhava para aquilo e comecei a pensar no meu filho. Segurei a mão dele e, nesse momento, os Bombeiros vieram, me levaram pela escada e então não vi mais o Zé, porque me colocaram em uma ambulância e o Zé foi para outra", relatou.