Exposições “Da Terra Brasilis à Aldeia Global” e "Realtopia" se encerram neste domingo (7)

A mostra "Stênio Burgos - Realtopia" reúne 82 obras que contam a vida do artista cearense. Já “Da Terra Brasilis à Aldeia Global” traz a história brasileira ao longo de seis séculos de arte

Escrito por Redação ,
Esta é uma imagem da exposição Realtopia
Legenda: Exposição Realtopia reúne mais de 80 obras
Foto: Ares Soares

O encontro do eu com seis séculos de história resume a coexistência das exposições  “Da Terra Brasilis à Aldeia Global”, com obras da Coleção Fundação Edson Queiroz, e “Realtopia”, do artista plástico cearense Stênio Burgos, no Espaço Cultural Unifor. Em cartaz desde 2020, as mostras encerram suas atividades neste domingo (7), reunindo mais de 280 obras. 

As duas exposições são independentes, apresentando cada uma a sua particularidade. A mostra “Da Terra Brasilis à Aldeia Global” caminha para o encerramento da sua 2° edição, que conta com cerca de 200 obras do acervo da Fundação Edson Queiroz em um arco temporal que abrange seis séculos de arte.

Já “Realtopia” tem foco exclusivo no trabalho do cearense Stênio Burgos. Com 82 obras, a exposição marcou a reabertura do Espaço Cultural Unifor em setembro do ano passado, após meses de atividades suspensas por conta da pandemia. A mostra reúne atravessamentos íntimos do artista plástico, refletidos, sobretudo, nos autorretratos de autoria dele . 

Para apreciar os últimos dias de exposição, é necessário realizar um agendamento prévio, além de seguir rígidos protocolos de segurança durante a visitação. 

Realtopia

Em “Realtopia”, o artista plástico Stênio Burgos conta a sua vida inteira, desde seu nascimento no sertão do Inhamuns aos dias atuais. “É uma exposição autobiográfica, conta a minha vida toda. Me sinto muito desnudo diante dela”, confessa Burgos. 

A mostra apresenta 82 obras do artista, das quais são 36 autorretratos, produzidos entre 1984 e 2020, que, por si só, contam a trajetória pessoal e pictórica dele. Os quadros estão presentes no primeiro salão, junto com a obra “Odisseia”, tela em que Burgos conta toda a sua história, desde que sua mãe estava grávida. Inconclusa, a tela retornará para o ateliê após a exposição a fim de completá-la, já que a vida continua. 

O conjunto dessas obras compõe o primeiro momento da exposição, que é dividida em duas. A sala seguinte é denominada de “Carathius” e apresenta um mosaico de obras com referências de Crateús, texto de Gilmar de Carvalho e obras pintadas a partir de 2003. Nesse espaço, também estão expostas, entre outras obras, um painel com retratos de amigos que passaram pela vida do pintor e dois espelhos assinados, onde os visitantes podem tirar fotos e, assim, também fazer parte da obra. 

Já o segundo momento da exposição é subdividido em três salas, as quais apresentam as obras mais recentes da produção de Stênio. “É muito ampla a exposição. Ela conta a minha história pela primeira vez, inclusive pra mim, porque à medida que a gente vai mexendo nas obras, vai mexendo nos papéis, a gente vai mexendo com as emoções da gente, com a vida da gente. A exposição é surpreendente até para mim”, conta.

Da Terra Brasilis à Aldeia Global

Com obras de artistas nacionais e internacionais, a exposição “Da Terra Brasilis à Aldeia Global” apresenta a formação da sociedade brasileira, a partir do olhar de movimentos artísticos. A  mostra é dividida em oito módulos, que começam em 1500 e seguem até os dias atuais. 

“Quando eu fiz a curadoria, eu vi que a coleção cobre um arco temporal muito grande. Justamente eu quis mostrar isso, que através da coleção a gente pode contar a história da arte no Brasil”, conta a curadora da exposição, Denise Mattar. 

Os módulos foram organizados de acordo com os acontecimentos da história do Brasil, afirma Denise Mattar. O primeiro, denominado de “Terra Brasilis”, compreende obras produzidas entre 1500 e 1637. 

“Terra Brasilis” foi montado com referências do livro “America Tertia Pars”, datado de 1592, que também está presente na biblioteca da Fundação Edson Queiroz, relata a curadora. Entre as obras disponíveis, o público pode conferir "Primeira Missa" do brasileiro Victor Meirelles, que reproduz a primeira missa celebrada no Brasil, a partir da  carta de Pero Vaz de Caminha.

O segundo momento traz um recorte do Brasil Império, com a chegada da família real, e da presença francesa no território. Obras dos pintores estrangeiros August Müller, Durand-Brager e Conde de Clarac sobre as terras brasileiras estão presentes nesse espaço. 

Enquanto o terceiro módulo, “Uma Academia nos Trópicos", reúne quadros de artistas brasileiros influenciados pela Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), entre os anos de 1826 e 1922, dentre eles, os cearenses Vicente Leite e Raimundo Cela, que trazem paisagens e figuras do Estado, como vaqueiros e pescadores.

O módulo seguinte transita para a "Modernidade", homenageando artistas importantes da época, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Ismael Nery, entre outros. Esse núcleo apresenta ainda obras de Di Cavalcanti, Milton Dacosta e Candido Portinari. O abstracionismo também está representado nesse módulo, com quadros de Bruno Giorgi, Flávio de Carvalho e Ceschiatti.

O público pode conferir também os módulos "A Força da Abstração", que ilustra a arte do cearense Antônio Bandeira, o qual se aproxima do movimento do cubismo e fauvismo, e "Tempos Difíceis", no qual estão expostas obras produzidas durante o período da Ditadura Militar no Brasil.

As duas últimas divisões reúnem obras que compreendem a década de 1980 aos dias atuais. Em "Chuvas de Verão", o público pode conferir pinturas de Beatriz Milhazes, Adriana Varejão, Daniel Senise, João Câmara Filho, Leda Catunda e do cearense Leonilson. 

Já na fase final da mostra, em "A Aldeia Global", estão exibidas obras correspondentes à arte contemporânea. 

"Eu achei que seria importante fazer uma exposição  que mostrasse que ela tem um arco temporal muito grande. (...) A gente pode contar a história da arte do Brasil inteirinha, quase sem lacuna, a partir da coleção", diz a curadora.

Confira imagens da exposição:

Esta é uma imagem da exposição Realtopia
Legenda: Exposição "Realtopia" conta com 82 obras sobre a vida de Stênio Burgos
Foto: Ares Soares

Esta é uma imagem da exposição Realtopia
Legenda: Exposição Realtopia exibe 36 autorretratos de Stênio Burgos
Foto: Ares Soares

Esta é uma imagem da exposição Realtopia
Legenda: Exposição Realtopia reúne mais de 80 obras
Foto: Ares Soares

Esta é uma imagem da exposição Realtopia
Legenda: Stênio Burgos conta a sua história na exposição "Realtopia"
Foto: Ares Soares

Esta é uma imagem da exposição “Da Terra Brasilis à Aldeia Global”
Legenda: Exposição “Da Terra Brasilis a Aldeia Global” apresenta arco temporal de seis séculos de arte
Foto: Ares Soares

Esta é uma imagem da exposição Terra Brasilis a Aldeia Global
Legenda: Exposição " Da Terra Brasilis a Aldeia Global" está dividida em oito módulos
Foto: Ares Soares

Esta é uma imagem da exposição Terra Brasilis
Legenda: Exposição "Terra Brasilis a Aldeia Global" exibe mais de 200 obras sobre a história da arte brasileira
Foto: Ares Soares

Serviço

Exposições “Da Terra Brasilis à Aldeia Global” e  “Stênio Burgos - Realtopia” 

Até domingo (7), no Espaço Cultural Unifor ( Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz), das 10h às 17h. Gratuito. Agendamentos:  (85) 3477-3319

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