A arte de receber: mais presença, menos perfeição
Confira dicas para anfitrionar bem nas celebrações em casa.
Nas festas de fim de ano muitas casas se transformam em palco. Tudo precisa estar pronto, limpo, bonito e harmonioso. A toalha certa, a mesa posta, as almofadas alinhadas. Existe uma pressão para a casa estar impecável, como se o amor precisasse de um cenário perfeito para acontecer. Bora se desprender disso e focar no acolhimento?
Uma casa acolhe quando há espaço para as pessoas serem quem são. Quando o riso pode ser alto, quando um copo fora do lugar não causa desconforto e quando o tempo desacelera.
A casa que recebe de verdade não é a que impressiona, é a que abraça.
Afeto permanece na memória
No Natal e Ano Novo, isso fica ainda mais evidente. A estética pode encantar os olhos, mas é o afeto que permanece na memória. São as conversas atravessadas na cozinha, o cheiro que mistura comida e lembrança, o sofá que acomoda mais gente do que deveria com o famoso prato no colo. É ali que mora a beleza que não se compra, muito menos se planeja.
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Existe algo profundamente humano em aceitar que a casa viva carrega marcas. Marcas de uso, de encontros e de histórias compartilhadas.
Uma casa perfeita demais pode até parecer bonita, mas muitas vezes falta nela o principal: presença e afeto.
Esteja disponível ao receber
Receber é, antes de tudo, estar disponível. É olhar nos olhos, ouvir com atenção, permitir que o outro se sinta à vontade. É entender que o Natal não pede espetáculo, pede encontro. Não exige perfeição, pede verdade.
Por isso, nada de permanecer na cozinha finalizando os pratos com ansiedade, enquanto seus familiares e amigos te esperam na sala. Organize seu tempo para quando chegarem, você estar disponível ou até os convide para finalizar junto com você e crie mais esse momento de conexão.
Abre um vinho, enquanto monta a tábua de frios, brindem enquanto um coloca os pratos na mesa e assim o Natal vai acontecendo.
Organize seu tempo neste dia
Talvez o maior gesto de cuidado neste dia seja aliviar a própria cobrança. Permitir que a sua casa seja apenas o cenário e não a protagonista. Porque, no fim, ninguém se lembra se a mesa estava impecável, mas todos se lembram de como se sentiram ao chegar e de como foram acolhidos pelo seu abraço, sorriso e do cheiro gostoso de canela ou de comida saindo do forno no ar.
Neste fim de ano, que a sua casa receba com leveza. Que haja menos esforço para impressionar e mais espaço para simplesmente estar. Afinal, a verdadeira beleza de uma casa aparece quando alguém entra… e sente que pode ficar.
Finalizo com um checklist que costumo fazer aqui em casa e que tira o peso da pressa e perfeição com tudo feito ao longo do dia. Priorize os ambientes de convivência: sala, mesa, banheiro e cozinha. Deixe as superfícies como a mesinha de centro livres para que apoiem copos e taças.
Ah, guarde o que não será usado e pense no conforto antes da estética, espalhando cadeiras e puffs para que todos tenham onde sentar. Luz amarela e quente com a árvore ligada, além de um cheirinho de ambiente especial faz a diferença.
Finalize com uma trilha sonora temática e especial, lembrando sempre que uma casa acolhedora é aquela onde ninguém tem medo de errar. Curta e viva cada momento!
*Esta coluna reflete exclusivamente a opinião da autora