Envelhecer dançando: Bienal do Ceará destaca tema com programação gratuita em cinco cidades

Abertura acontece no dia 28 de março e segue até 7 de abril; espetáculos, oficinas e vivências fazem parte do projeto

Escrito por Redação ,
Legenda: Espetáculo "Encantado", de Lia Rodrigues Companhia de Danças, será um dos apresentados durante o evento
Foto: Sammi Landweer

O que o envelhecimento significa para a dança? E quais políticas públicas existem para combater o etarismo nas artes? São questões que guiarão todos os passos da XIV Bienal Internacional de Dança do Ceará. O evento inicia no dia 28 de março e segue até 7 de abril.

Ao todo, cinco cidades receberão o projeto. Fortaleza, Paracuru, Pacatuba, Itapipoca e Trairi sediarão espetáculos, oficinas e vivências com destaque para a questão do envelhecer bailando. O recorte, além de generoso, abraça nomes de várias partes do Brasil e do mundo.

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Artistas e companhias do Ceará, dos estados da Bahia, de Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, e vindos de mais seis países – Argentina, Portugal, França, Itália, Cabo Verde e Bélgica – participam desta edição. Seja nos palcos ou em ações de formação e intercâmbio com estudantes e profissionais do segmento, a ideia é mergulhar na temática e provocar encantamento e reflexão.

A própria abertura do evento, no dia 28, aponta para isso, com seminário no Auditório da ADUFC, em Fortaleza, reunindo bailarinos e coreógrafos, além de gestores públicos. A atividade seguirá de 2 a 5 de abril e abrirá espaço para outras, dentre elas o espetáculo “Corpos Velhos - pra que servem?”. Ele será apresentado na primeira noite da Bienal logo após a cerimônia que dará início, oficialmente, à edição. 

Legenda: Antonio Nóbrega, multiartista pernambucano, vem com Rosane Almeida para juntos apresentarem “Mestiço Florilégio”
Foto: Fabio Alcover

O palco da montagem é o Cineteatro São Luiz e trará, em cena, alguns do pilares da dança contemporânea no Brasil: Marika Gidali (86 anos) e Décio Otero (91), ambos fundadores do Ballet Stagium; Iracity Cardoso (78), que foi diretora do Ballet du Grand Théâtre de Genève, na Suíça, e do Ballet Gulbenkian, em Portugal; Lumena Macedo (62), que integrou a Cia. Cisne Negro e o Balé da Cidade de São Paulo, entre outros.

Na mesma noite, “Canto do povo de um lugar” – obra fruto da Residência Artística conduzida pelo coreógrafo pernambucano Jorge Garcia com a Escola de Dança de Paracuru – também ganhará os olhos do público. Após a programação inicial no São Luiz, a festa de abertura vai dar o pontapé nas comemorações de dois anos do Complexo Cultural Estação das Artes.

Como participar

Convites para a abertura da Bienal estarão disponíveis nesta sexta-feira (15), a partir das 12h, na bilheteria do Cineteatro São Luiz e no escritório da produção do evento, na sala 13 do Hub Cultural Porto Dragão. Só será permitida a retirada de um convite por pessoa. 

Em Fortaleza, a Bienal de Dança ocupará o Cineteatro São Luiz, Theatro José de Alencar, Teatro Dragão do Mar e Teatro B. de Paiva, além dos shows de abertura na Estação das Artes, de masterclasses na Sala de Dança Flávio Sampaio e no Instituto de Cultura e Arte (ICA) da UFC, e de seminário no Auditório da ADUFC.

Legenda: Esther Weitzman, do RJ, traz “Breve”, espetáculo que acontece no enlace de afetos promovido pelo encontro entre quatro artistas-bailarinos
Foto: Renato Mangolin

Em Paracuru tudo acontece de 28 a 30 de março com programação no Centro Cultural Companhia de Dança. É onde também acontecerá atividades conduzidas pela bailarina, professora e pesquisadora Rosa Primo, à frente da palestra “Dança e autismos”, que seguirá para Pacatuba, Trairi e Itapipoca; e por Jônatas Joca por meio da residência artística “Dança e autismos”.

Pacatuba, por sua vez, receberá a Bienal nos dias 1º e 3 de abril no Sobrado da Abolição/Centro Cultural Eduardo Campos. Já em Itapipoca será nos dias 4, 5 e 6 de abril, no Círculo Operário. Por fim, em Trairi, a Comunidade Educacional Padre Anchieta receberá as atividades nos dias 5 e 6 de abril. 

Grandes nomes

Um panorama tão extenso de fazeres pede grandes nomes na programação. Do Ceará, a bailarina Wilemara Barros, com 59 anos de vida completados em abril de 2023, apresenta o solo autobiográfico “Preta Rainha”, espetáculo realizado pela Cia. Dita, com direção de Fauller.

Gerson Moreno, artivista comunitário, dançarino-criador, escritor, educador e pesquisador em danças negras/ameríndias/periféricas contemporâneas, comemora 50 anos de idade com o solo “Sobre aquilo que permanece.

Legenda: Bailarina Wilemara Barros, com 59 anos de vida completados em abril do ano passado, apresentará o solo autobiográfico “Preta Rainha”
Foto: Divulgação

Wellington Gadelha, artista multidisciplinar, e Edvaldo Batista, ator, diretor e contador de histórias, são os criadores e intérpretes de “Reza Caseira”, obra que mergulha no universo da reza como ativador cênico tecnoancestral. 

Além disso, Antonio Nóbrega, Laura Samy e Alice Poppe, Esther Weitzman, Beatriz Sano e Eduardo Fukushima, entre outros, abrilhantarão cada pedaço do evento. Imperdível.

 

Serviço
XIV Bienal Internacional de Dança do Ceará
De 28 de março a 7 de abril de 2024 com programação em Fortaleza, Paracuru, Pacatuba, Itapipoca e Trairi. Solenidade e espetáculos de abertura em Fortaleza: dia 28 a partir das 18h, no Cineteatro São Luiz (R. Major Facundo, 500 – Centro). Programação completa no site e no instagram do evento. Informações: bienaldedancace@gmail.com. Acesso gratuito.

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