Em última entrevista ao DN, Paulo Diógenes falou sobre amor e dedicação à arte: 'Sou muito visceral'

Ao podcast 'Quem Nem Tu', o criador da 'Raimundinha' relembrou como foi influenciar toda uma geração de artistas com o 'Caviar com Rapadura'

Escrito por Raísa Azevedo , raisa.azevedo@svm.com.br
Paulo Diógenes
Legenda: Artista comentou sobre momentos efêmeros da vida e como a trajetória no humor o transformou e o ajudou a enfrentar preconceitos
Foto: SVM

Em sua última entrevista ao podcast 'Que Nem tu', do Diário do Nordeste, Paulo Diógenes, que morreu aos 62 anos nesta quarta-feira (14) em Fortaleza, falou sobre amor, dedicação ao humor e os desafios da carreira na arte.

Em outubro de 2023, durante conversa ao lado de Ciro Santos, amigo de longa data do humorista, Paulo relembrou como os dois influenciaram toda uma geração de artistas com o 'Caviar com Rapadura', espetáculo que nasceu da parceria da dupla, no início dos anos 90, e ganhou os palcos de todo o Brasil.

"Eu tô igual ao Roberto Carlos, é uma carreira eterna. Quando você faz com amor, isso passa pras pessoas. Se eu subir no palco, eu sou muito visceral, se eu não sair cansado, é como se eu não tivesse dado o melhor de mim. A plateia vê que você está ali se entregando pra ela. Se a arte não for transformadora, ela não é arte", afirmou, à época.

O criador da 'Raimundinha' também comentou sobre momentos efêmeros da vida e como a trajetória no humor o transformou e o ajudou a enfrentar preconceitos.

"O ser humano tem que ter muito cuidado porque a vida passa rápido. Quando você vê, você criou uma história. Ela pode ser ruim e boa. Eu fui 'cair em mim' um dia desses, e eu digo: 'gente, eu fiz uma história'", celebrou.

Relembre entrevista de Paulo Diógenes ao 'Que Nem Tu'

Paulo Diógenes se definiu como o "museu do humor cearense ambulante" e se emocionou ao contar como ficava feliz com o retorno do público sobre a sua arte. Ele comentou sobre a vez em que uma fã, que estava enfrentando sintomas de depressão e foi ao seu espetáculo, disse que "nunca se sentiu tão feliz na vida". Para o artista, "o humor é terapêutico".

"Eu falo muito de amor hoje em dia. No final do meu espetáculo, eu falo uma frase que é: "Vocês nunca esqueçam na vida que o princípio de tudo é uma palavra chamada amor. O amor é tudo. Meu show é direcionado ao amor, à compreensão, à tolerância e não ao julgamento. A gente passa essa mensagem pras pessoas", contou.

No ano passado, o artista celebrou os 35 anos de uma das personagens mais queridas do público cearense com o "Raimundinha é a Mãe! - O Show”.

O projeto foi baseado a partir do livro de mesmo nome, escrito por Tarcísio Matos, que traz um panorama da história de Paulo - e da personagem.

Também em 2023, Paulo Diógenes e Ciro Santos estrelaram um remake comemorativo com a peça “Caviar com Rapadura: 30 anos depois…” sobre as peculiaridades do cearense.

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