Prefeitura quer fazer nova requalificação na Praia do Futuro nos moldes da Beira-Mar

Projeto de requalificação deve começar em 2026 e será do Clube de Engenharia do Ceará até o Caça e Pesca.

Escrito por
Paloma Vargas paloma.vargas@svm.com.br
Vista parcial da Avenida Zezé Diogo, na Praia do Futuro.
Legenda: Projeto prevê plantio de árvores e calçadão aos moldes da nova Avenida Beira-Mar, em extensão de 5,2km.
Foto: Kid Junior

A Praia do Futuro deve passar por uma nova requalificação de calçadão e espaços públicos a partir de 2026. A informação foi dada pelo prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), nessa sexta-feira (19), em entrevista ao Diário do Nordeste.

A proposta visa transformar a orla em um espaço moderno e inclui, entre outras ações, o plantio de árvores, seguindo o padrão urbanístico da Nova Beira-Mar. Ao todo seriam cerca de 5,2 km de extensão, abrangendo o trecho da Avenida Zezé Diogo, do Clube de Engenharia do Ceará, no Vicente Pinzón, até o Caça e Pesca.

Temos um projeto bacana na Praia do Futuro que queremos iniciar esse ano. É uma requalificação de toda a Praia do Futuro, desde o Clube da Engenharia até o Caça e Pesca”.
Evandro Leitão
Prefeito de Fortaleza

O prefeito diz que este projeto está integrado à iniciativa de requalificação turística do local. Para isso, ele enviou uma mensagem à Câmara Municipal no dia 18 de dezembro, pedindo a renovação de benefícios e incentivos para a instalação de uma nova rede hoteleira da região.

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O fim de impasse das barracas

O anúncio da requalificação ocorre em um momento histórico de segurança jurídica para a região.

Durante duas décadas, a Praia do Futuro foi palco de uma intensa disputa judicial iniciada em 2005, quando a Justiça Federal determinou a retirada de todas as barracas e estruturas fixas da faixa de areia por ocupação irregular de terreno da União.

Esse litígio travou investimentos e impediu qualquer plano de ordenamento urbano por 20 anos.

O impasse chegou ao fim em 25 de novembro de 2025, através de um acordo de consenso firmado na Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF).

O pacto envolveu a União, o Estado, o Município, o Ministério Público Federal e os empresários locais, estabelecendo que as barracas poderão permanecer, desde que se adequem a novas regras.

Padronização e o novo desenho da orla

Com o novo acordo, a Praia do Futuro passará por um completo reordenamento visual e funcional.

As barracas de praia deverão se adequar a três padrões de tamanho definidos pelo Patrimônio da União: 500 m², 1.000 m² ou, no máximo, 1.500 m².

Além disso, estruturas que ultrapassem a área delimitada serão proibidas e áreas de atendimento não poderão ter mesas e cadeiras fixas.

A execução do projeto urbanístico será definida por meio de um concurso público de ideias, que escolherá a melhor proposta para o futuro da praia.

O objetivo é garantir o equilíbrio entre o uso comercial intenso e a preservação ambiental, dotando a área de policiamento fixo e melhorias estruturais que transformem o espaço em uma área segura e moderna.

A resolução deste conflito é vista como uma conquista institucional que pode servir de referência para outros litígios no litoral brasileiro.

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