Carrefour, Mateus, Pão de Açúcar: entenda as mudanças e novas estratégias do setor de supermercados

No Ceará, consumidores observam a mudança frequente de bandeiras das lojas

Escrito por Redação ,
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Legenda: Mudanças no setor puxam a expansão do atacarejo
Foto: Kid Junior

Após comprar o Grupo Big por R$ 7,5 bilhões, a companhia Carrefour concluiu o processo de transição das marcas ao longo de 2023, no Ceará. Mas o troca-troca de bandeiras não parou por aí. Em Fortaleza, algumas dessas lojas recém-modificadas devem ser novamente convertidas em Sam’s Club e Atacadão. Esses movimentos acelerados demonstram, principalmente, a dinâmica da competitividade acirrada no setor. 

Para Allisson Martins, economista, colunista no Diário do Nordeste e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), a concorrência fez empresas buscarem atender a demanda dos clientes, mas também operar com custos baixos e rentabilizando o capital. 

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Na última divulgação de resultados da gigante francesa, os números apontaram queda de 15,3% das vendas brutas do varejo, enquanto o Sam’s Club teve aumento de 9,3%. Já o modelo de atacarejo teve entre 40% e 60% de produtividade de venda esperada, nos últimos seis meses. 

“No caso do Grupo Carrefour, diante de um cenário ainda mais competitivo, está em processo de reposicionamento estratégico, na busca de equacionar demanda, custos, investimentos e a tendência crescente dos atacarejos”, enumera o economista. 

"O crescimento dos atacarejos é notório, de forma que o Grupo Carrefour, observando essa tendência de mercado, busca dar mais robustez nesse segmento de atuação.

A expectativa é de maior concorrência entre as empresas do setor, sobretudo com a aceleração das estratégias de negócios voltadas para o atacarejo"
Allisson Martins
Economista e professor da Unifor

Movimentação do setor 

Recentemente, o Grupo Mateus, que opera no modelo de atacarejo, tem expandido a atuação no Ceará, totalizando 13 lojas. O Assaí também cresceu ao longo de 2022 e 2023, com quatro aberturas no Estado, incluindo lojas construídas do zero e conversões de pontos comerciais de hipermercados.

Na outra ponta, no setor supermecadista nacional, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) precisou revisar o plano de expansão para 2024, adiando a abertura de novas lojas para 2025. 

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Para o especialista em Varejo e Serviços, professor da Faculdade CDL e diretor de Educação Corporativa da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil no Ceará (ADVB-CE), Randal Mesquita, os varejistas de alimentos no Brasil entenderam haver a necessidade de acompanhar o ritmo da nova economia global, passando pela revisão periódica de estratégias e do próprio modelo de negócios.

“Por isso observamos a mudança de marcas, nomes, tamanhos, mix de produtos e até de proposta de valor, de muitas redes de supermercados. O atacarejo é um dos modelos de negócios que ganhou enorme escala em função da pandemia de Covid-19, entretanto, é muito importante perceber que o próprio atacarejo hoje já sofreu mudanças e adaptações qualitativas”, observa.

Entre elas, cita, a inclusão de serviços e novas marcas de produtos planejados pela indústria, exclusivamente para operar em modelos de atacarejos. Para o especialista, o consumidor também tem exercitado novas habilidades, sobretudo em relação à educação financeira e ao consumo consciente.

Para 2024, ele acredita que o segmento vai encarar desafios em quatro eixos: boa experiência do cliente, inovação e tecnologia, saudabilidade, bem estar e a agenda ESG.

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