O Aeroporto Internacional de Fortaleza registrou em outubro o melhor resultado de movimentação internacional em 2024. O número é maior que no comparativo com igual período de 2019, antes da pandemia.
No entanto, na comparação de janeiro a outubro de 2019 com igual período de 2024, a movimentação internacional em Fortaleza ainda é 30% menor.
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Isso significa que, mesmo liderando em número de passageiros internacionais no Nordeste, a capital cearense ainda não alcançou o resultado da pré-pandemia.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Fortaleza segue pelo sétimo mês líder em movimentação internacional no Norte e Nordeste do País.
Foram 41,6 mil passageiros de voos internacionais, 7 mil viajantes a mais que o registrado em setembro deste ano.
A taxa de ocupação dos voos aumentou de forma surpreendente. Em setembro passado, foi de 79% de ocupação (baixa estação) para 87% de ocupação em outubro.
Em segundo lugar, houve mais assentos à venda. Foram 47.979 em outubro, contra 43.734 em setembro. Muito desse resultado foi da adição de assentos da Air France que passou de 3 para 5 frequências semanais. Foram 19 partidas contra 13 em setembro, aproximadamente 3.936 assentos a mais só da Air France.
Relativamente, Salvador e Recife, nossas bases regulares de comparação estagnaram em relação a setembro: Salvador teve leve decréscimo e continuou na 3ª posição.
Bem verdade que Salvador deverá ter um salto interessante em assentos em novembro justamente porque capturará todo o incremento da chegada da Air France em outubro passado.
Fortaleza segue na 7ª posição nacional em internacionais e outubro, pela 1ª vez, desgarra o aeroporto na dianteira.
Veja o ranking abaixo:
Com esse resultado e início de novos voos da Latam para Santiago, torna-se mais provável que Fortaleza lidere o internacional no Norte-Nordeste como fazia no pré-pandemia.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a oferta de assentos para voos internacionais no Ceará será 57,7% maior que a temporada de verão passada.
Necessário que mais companhias cheguem, dado que TAP certamente reduzirá assentos em 2025 e é provável que a Air France volte para 3 frequências semanais.
Fortaleza não havia ainda superado os 40 mil passageiros internacionais num único mês no pós-pandemia e o fez superando 2019 num momento em que havia muito otimismo com tantos voos internacionais chegando ao aeroporto.
Não canso de pensar que, ainda que possua uma malha doméstica próxima do risível, algo que faz o aeroporto ser bastante ocioso em períodos do dia, o mercado próprio da RMF consegue liderar a corrida internacional.
Com a volta de voos domésticos relevantes, com um tratamento especializado feito por entes públicos e privados, certamente teríamos ainda mais êxito na movimentação.
Infelizmente a movimentação internacional é por volta de 10% da movimentação total do aeroporto.
Quando vemos a análise das companhias em Fortaleza, percebemos o tamanho do salto entre setembro e outubro no internacional.
Pegamos como parâmetro os embarques em Fortaleza. À exceção da TAP que me parece claramente ter sido afetada pelo incremento da Air France, todas as companhias cresceram em movimentação.
Os voos da Gol para Orlando passaram de uma ocupação de 69% em setembro para 92% em outubro. Já os voos da Gol para Miami saíram de 78% para 84% de ocupação.
Os voos da Latam para Miami também tiveram incremento na ocupação, passando de 72% para 82%.
A ocupação dos voos da Air France caíram de 98% para 90%, e da TAP de 97% para 80%.
Os voos da Gol para Buenos Aires ficaram estáveis, de 90% para 89% de ocupação entre setembro e outubro.
Outro índice muito satisfatório são os números da carga paga no porão das aeronaves por decolagem.
A Latam cresceu bem entre setembro e outubro no envio de cargas para Miami. A Air France teve sua média de setembro reduzida, por ter mais saídas por semana, mas ainda mantém índices superiores a 12 toneladas, número bastante superior à média histórica que é de 6 toneladas.
A TAP que operou em setembro e outubro também com aeronaves de corredores únicos (A321 LR) tem sua média naturalmente menor, porque essas aeronaves não transportam cargas no porão. A média por volta de 6t está dentro do padrão histórico.
As principais fontes de faturamento das companhias são passageiros e carga de porão. Acima da média, os números de Fortaleza são excelentes.