Acordo Mercosul: a eficiência brasileira e a ineficiência francesa
A agricultura da França de Emmanuel Macron é altamente subsidiada, não pode competir com a do Brasil, uma das mais modernas do mundo e com alta produtividade, diz o governador de Mato Grosso
Nesta semana, o presidente da França, Emmanuel Macron, veio ao Brasil com dois objetivos: participar no Rio de Janeiro da reunião do G-20 – o grupo das maiores economias do mundo – e para dizer ao presidente Lula que seu governo é contra os termos em que está elaborado o Acordo de Livre Comércio do Mercosul com a União Europeia, que, pelo andar da carruagem, está prestes a ser aprovado.
Macron e seu governo posicionaram-se sobre o assunto no mesmo instante em que os agricultores franceses, agindo coordenadamente, em várias partes do país, interditaram rodovias e invadiram cidades para protestar, mais uma vez, contra o acordo que, se aprovado, abrirá o mercado europeu para os produtos da agropecuária do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Esses protestos continuam.
Por que os franceses são contra o Acordo de Livre Comércio União Europeia-Mercosul? Resposta de Mauro Mendes, governador de Mato Grosso, um estado 100% agrícola:
“Porque a agricultura francesa é ineficiente. Os agricultores franceses só sabem produzir com subsídios do governo”, disse ele, falando por uma rede social e acrescentando uma pitada de política à sua fala:
“Se o acordo é ruim para o Macron, é porque é bom para o agro do Brasil.”
Na sua fala, o governador Mauro Mendes lembrou que a França e a Alemanha, juntas, têm a mesma área do estado de Mato Grosso: 900 mil quilômetros quadrados. E têm, juntas, 70 mil quilômetros de ferrovias.
“Nós em Mato Grosso, com o mesmo tamanho da Alemanha e da França, temos pouco mais de 200 quilômetros de estradas de ferro, e queremos agora construir mais mil quilômetros até os portos de Miritituba (cidade do estado do Pará que tem cinco terminais portuários, com capacidade para movimentar 18 milhões de toneladas/ano). E agora vem a França dizer que é contra? Vem o senhor Macron dizer aqui no Brasil que é contra (o acordo Mercosul-União Europeia)? Se é ruim para o Macron, pode ter certeza de que é bom para o agronegócio brasileiro.”
Sem esconder sua irritação, o governador Mauro Mendes acrescentou:
“Quantas vezes já vimos, no noticiário internacional, os agricultores franceses fazendo greves lá? Por quê? Porque é uma agricultura ineficiente, que vive à base de subsídio. Nós, brasileiros, temos a agricultura que é uma das mais eficientes do planeta. Como é que alguém ineficiente pode competir com alguém tão produtivo como nós, brasileiros? Eles têm que barrar o nosso crescimento. Eles têm de criar motivos para nós ficarmos também ineficientes.
“Todos sabemos que o transporte rodoviário é o transporte mais caro para longas distâncias. Primeiro (o de menor custo) é a navegação, depois é a ferrovia, por último é a rodovia. Então, eles (os franceses) não querem que nós fiquemos mais eficientes, porque senão eles terão de aumentar mais os subsídios lá na Europa”.
Esta coluna acrescenta: e a eficiência do agro brasileiro – que produz e exporta soja, milho, algodão e carnes de boi, de suínos e de frango para quase o mundo todo – tornar-se-á maior ainda, quando estiver concluída a estrada de ferro que o governo e o empresariado de Mato Grosso constroem neste momento para levar sua produção, por ferrovia, até Miritituba, no Norte, com o que o custo de produzir de transportar a safra agrícola do Centro Oeste cairá em um 1/3.
É exatamente isto que assusta os europeus, principalmente os agricultores franceses, que não se conformam com a comprovada eficiência do agro do Brasil.
Falta, agora, o governo brasileiro entender que sua agropecuária não pode ser alvo de ações internas que, em vez de ajudar o setor, criam dificuldades de toda ordem, inclusive as de origem ideológica, retardando o aporte de novas tecnologias e até a conquista de novos mercados.
Infelizmente, é isto o que ainda, lamentavelmente, acontece.
DE CORAÇÃO NOVO, ESTE COLUNISTA MANTEM A DISPOSIÇÃO JUVENIL PARA O TRABALHO
Foi completado ontem, 21, o serviço de troca de peças do coração deste colunista, iniciado há um mês e 20 dias.
Após a instalação de um Stent para desobstruir uma das três pontes (uma safena e duas mamárias) implantadas em 2007 e depois do enxerto de uma nova válvula aórtica que também estava obstruída em grau importante, um exame eletrofisiológico, realizado quinta-feira, 21, pelas mãos de um grande especialista, o Dr. Lucas Moura, do time de cardiologistas da Oto Clínica, revelou que o bloqueio do ramo esquerdo do meu coração, de pouca monta, está 100% garantindo pelo “gerador” do ramo direito, razão pela qual foi descartado o uso de um marca passo.
Tudo executado no moderno e aparelhado Hospital da Unimed Fortaleza, que teve, há duas semanas, revalidadas suas principais acreditações internacionais de qualidade. E tudo suportado pelo plano de saúde que o Grupo Edson Queiroz celebrou com a Unimed Fortaleza para o seus milhares de funcionários.
Este colunista sente-se – com a graça de Deus e da moderna tecnologia das cirurgias cardíacas bem aplicadas por competentes profissionais cearense – com a mesma disposição juvenil para o exercício de sua atividade profissional.
Agradeço a todos e a cada um dos que oraram pelo êxito das intervenções que me devolveram a pela saúde.
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