Rhiza Castro, repórter da Record TV, diz ter sido demitida após denunciar assédio sexual de diretor

Jornalista afirmou que entrou com uma ação trabalhista contra a Record

Escrito por Redação ,
Montagem de fotos de jornalista Rhiza
Legenda: A jornalista Rhiza Castro foi desligada da Record TV em 2023
Foto: Reprodução/Instagram

Rhiza Castro alega que foi demitida da Record TV dois dias após denunciar um diretor da empresa por assédio sexual. No Instagram, nesse domingo (22), a repórter relatou que foi vítima por quase um ano. A ex-apresentadora da Record News detalhou também que move um processo trabalhista e criminal contra a emissora e o infrator. 

"A minha saída da empresa em que trabalhei como apresentadora em vários telejornais em rede nacional. Sofri assédio sexual e retaliação por não ceder, no período de quase um ano. Quando eu já não tinha mais saúde para suportar o terror que estava vivendo, decidi denunciar o caso ao RH. Resultado: fui demitida dois dias depois da denúncia", relatou. 

A jornalista foi desligada da emissora em janeiro deste ano. Ela explicou que espera resolver o impasse com a emissora. "Estou movendo um processo trabalhista contra a empresa e criminal contra esse monstro que me assediou, na maior cara de pau, sem nem se sentir inibido com a esposa trabalhando no mesmo local", revelou. 

A Record TV não se pronunciou sobre o caso. 

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'Não estava preparada psicologicamente'

Em conversa com o colunista Lucas Pasin, do Splash, Rhiza relatou que os processos estão em segredo de justiça. A ex-apresentadora disse ainda que demorou a falar sobre o assunto por não se sentir "pronta" para comentar o assunto. 

"Não estava preparada psicologicamente para ficar voltando ao assunto. Sendo que toda hora tinha que ficar falando por conta do processo. Hoje eu me sinto mais à vontade de falar e com vontade de expor a situação para não ser mais um caso velado", disse. 

Ela destaca ainda que realizou boletim de ocorrência em 6 de janeiro. "Foram meses recebendo muitas mensagens. Tenho todas elas, e isso me ajudou a provar o assédio. [O diretor] fazia convites para jantar, tirava fotos minhas e me mandava elogiando, e falava coisas do tipo: 'Assim meu coração não aguenta'. Até presentes ele já me deu. Foram muitas diretas e indiretas", contou. 

A coluna de Pasin também buscou a equipe de defesa de Rhiza. Em comunicado, o advogado Thiago Anastácio informou que a Justiça do Trabalho confirmou, por sentença, que a jornalista sofreu assédio sexual. A decisão, contudo, ainda cabe recurso. 

Anastácio explicou ainda que o diretor realizou um acordo de transação penal - quando o acusado aceita cumprir pena antecipada de multa ou restrição de direitos. O processo foi arquivado. 

Demitida por corte de gastos

Rhiza descreve que foi ao RH da emissora e o diretor do setor a pediu para juntas provas em um e-mail. "Fiz isso, e dois dias depois veio a minha demissão. A justificativa foi 'corte de gastos', e nunca mais falaram absolutamente nada. Tinha esperança que fosse uma empresa que zelasse pelo bem-estar de seus colaboradores. Me enganei", recordou.

A jornalista reitera que tem orgulho da decisão de processar a emissora. "Talvez eu tenha sido a única mulher que teve coragem, porque sei de várias outras pessoas que sofreram na mão dessa pessoa", afirmou. 

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