Incêndio no Parque do Cocó não tem previsão para acabar; Corpo de Bombeiros segue combatendo fogo

Corporação detalhou que chamas são subterrâneas e estão em local sem acesso para viaturas

Escrito por Redação ,
Incêndio no Parque do Cocó em 18 de janeiro de 2024 em Fortaleza
Legenda: Tendência é que o fogo se intensifique ao longo do dia, devido aos fatores do tempo, como aumento da temperatura e da velocidade dos ventos
Foto: Thiago Gadelha

O incêndio no Parque Estadual Cocó continua nesta sexta-feira (19), pelo segundo dia consecutivo, em Fortaleza. Não há previsão de quando o fogo será controlado, segundo o Corpo de Bombeiro, que segue atuando nesta manhã para debelar as chamas no local.

Conforme a corporação, cerca de 30 agentes atuam no local, em esquema de turnos. Por estar em um local sem acesso para viaturas, o combate às chamas é considerado difícil e realizado a pé. Os militares contam ainda com helicóptero e retroescavadeira.   

"A gente não tem uma estimativa de quando é que vai se encerrar as nossas operações. [...] A gente vai ficar aqui o tempo que for necessário. O processo [de combate] é lento, sabemos disso", declarou o coronel Cláudio Barreto, em entrevista a TV Verdes Mares

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Durante a madrugada, os militares conseguiram eliminar diversos focos de calor na reserva ambiental. No entanto, como o fogo que alimenta o incêndio não está na superfície, e sim no subterrâneo, o combate ao incêndio é considerado difícil, conforme explicou o representante do Corpo de Bombeiro.  

Esse fogo não está na superfície, é um 'fogo de turfa', ou seja, ele está debaixo da terra. Isso dificulta cada vez mais o nosso trabalho".
Cláudio Barreto
Coronel do Corpo de Bombeiros

Nesta manhã de sexta-feira, há pouco focos de calor, no entanto, segundo o coronel, a expectativa é que o número cresça devido ao aumento da temperatura ao longo do dia.

"A expectativa é que durante o dia, a umidade tende a diminuir, a temperatura tende a aumentar, e a gente pode ter também o aumento da velocidade dos ventos. Então, todos esses fatores tendem a piorar a questão do incêndio", detalhou o capitão Fábio Plutarco à emissora do Sistema Verdes Mares.    

Fumaça atinge cidade vizinha

A fumaça gerada pela combustão no Parque Estadual do Cocó pode ser avistada a quilômetros de distância, chegando a, inclusive, outro município: Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Cláudio Barreto explicou o que provoca esse fenômeno: 

"O que proporciona esse fator é exatamente o local [onde acontece o incêndio], que é muito aberto, não há prédios. O vento arrasta toda e qualquer fuligem que está no local, então ela se propaga, e vai a uma média de 15 a 20 quilômetros [de distância]."   

Imagem mostra fumaça de incêndio no Parque Estadual do Cocó chegando ao bairro São Gerardo, em 18 de janeiro de 2024. Incêndio no Parque do Cocó não tem previsão para acabar; Corpo de Bombeiros segue combatendo fogo
Legenda: Fuligem é registrada por morador do bairro São Gerardo, a mais de 10 km do Parque Estadual do Cocó
Foto: arquivo pessoal/VC Repórter
   

Diversos bairros na Capital também registram o céu acinzentado, inspirando cuidados, em especial, com criança e idosos, conforme alerta os Bombeiros.

"Principalmente crianças e idosos, se tiverem algum problema respiratório, saiam das suas casas e vão para um local mais seguro. Fechem as portas e as janelas", orienta o coronel dos Bombeiros. 

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"Ontem, era uma situação e, hoje, é uma situação completamente diferente. Eu tenho, sim, fumaça no local, mas essa fumaça é muito menor do que o dia de ontem", completa. 

Além de comprometer parte da visibilidade na Cidade, a fumaça pode ainda gerar irritação no nariz, garganta e olhos.

Causa do incêndio

motivação do incêndio ainda não foi descoberta pelas autoridades. Equipes da Polícia Civil e da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) estiveram no local, na noite dessa quinta-feira, para auxiliar nas investigações do caso. 

O governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), informou, por meio de publicação nas redes sociais ainda nessa quinta, que está acompanhando as operações do Corpo de Bombeiros e determinou a "apuração rigorosa sobre as causas do incêndio".

Animais mortos

Além do dano a flora do Parque do Cocó, o fogo também atinge a fauna. Durante o combate, agentes do Corpo de Bombeiros encontraram corpos de diversos animais, como tartarugas e cobras, que foram vítimas das chamas. No entanto, também foram achados animais vivos.  

"O prejuízo é grande, porque mesmo essa área da vegetação sendo, praticamente, toda de capim, tem uma quantidade de biodiversidade enorme, de plantas herbáceas. Não é só o capim, são várias outras plantas herbáceas, que dão um apoio à floresta e toda a fauna — de animais, anfíbios, insetos, mamífero —, que tem ninho, que tem residência no parque. Então, o prejuízo ambiental é enorme. Depois, a gente vai tentar medir para poder, na sequência, recuperar essa perca", disse o gestor do parque, Narciso Mota, à TV Verdes Mares.

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