Só um açude continua sangrando no CE após quadra chuvosa que chegou a 67; saiba qual

Maioria dos reservatórios tem acima de 70% da capacidade

Dos 157 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), 67 chegaram a sangrar simultaneamente entre o fim de abril e início de maio, intervalo dentro da quadra chuvosa no Estado. Porém, com o fim do período de chuvas, apenas um açude da lista continua vertendo água.

A barragem Germinal, localizada entre os municípios de Palmácia e Pacoti, foi inaugurada em 2017 para suprir a demanda de abastecimento público da região e “é fundamental para o Município de Palmácia, sendo o principal responsável pelo abastecimento público de sua sede”, segundo a Cogerh.

Com capacidade de armazenamento de 2,11 milhões de metros cúbicos de água, além do abastecimento humano, o reservatório também ajuda na perenização do Rio Pacoti, ou seja, impedindo que ele seque.

“O reservatório realiza, quando necessário, liberação de água para um curto trecho do Rio Pacoti. Essa liberação objetiva atender pequenos agricultores da região”, completa a Cogerh.

As vazões de liberação do reservatório são definidas anualmente, através de Reunião de Alocação da sua Comissão Gestora, que possui integrantes de diversos setores da sociedade.

Em 2023, ele também foi o primeiro açude a sangrar no Ceará:

Sangria permanente

Considerado “pequeno” pela Companhia quando comparado a outros, o Germinal é caracterizado por manter um alto volume percentual acumulado durante o ano todo. 

Desde janeiro de 2022 até o momento, o reservatório vem mantendo sua sangria de forma quase ininterrupta, segundo dados do Portal Hidrológico do Ceará. Os menores volumes de sua história oscilaram em torno de 80%.

“Isso ocorre pois, além do volume do reservatório ser relativamente pequeno, ele está situado em região serrana, com maior pluviosidade e menor evaporação”, explica a Companhia.

Situação dos açudes

Atualmente, o Ceará tem armazenados 45,3% de sua capacidade total. Ao todo, 20 açudes continuam com volume superior a 90% da capacidade, incluindo o Pacajus, com 239 milhões de m³ e o Aracoiaba, com 159 milhões de m³.

Por outro lado, 41 açudes têm menos de 30% da capacidade. Alguns, como o Sousa e o Salão, ambos em Canindé, estão completamente secos. Em maio, eram 30 reservatórios nessa categoria.

Os maiores açudes do Estado, estratégicos para o abastecimento da população, têm uma situação relativamente confortável. O Orós guarda 64% do total; o Banabuiú, 38%; e o Castanhão, 31%. Este último, segundo a Cogerh, deve perder quase um terço do volume até janeiro de 2024.