Morre, aos 82 anos, o jornalista e escritor cearense Gervásio de Paula
O jornalista iniciou na caminha profissional na década de 1950
Morreu, nesta quinta-feira (10), aos 82 anos, o jornalista cearense José Gervásio de Paula Lima. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) lamentou o falecimento do profissional.
“Filiado nº 249, Gervásio tornou-se sócio do Sindjorce em 1º de junho de 1970 e dedicou toda uma vida ao jornalismo, exercendo a profissão com coragem, ética e compromisso com a verdade”, publicou a entidade.
O jornalista iniciou na caminha profissional na década de 1950, no jornal O Estado e teve passagem pelo Diário do Nordeste, O Povo, Diário do Povo, Gazeta de Notícias e Tribuna do Ceará.
Além disso, conforme o Sindjorce, ele atuou como correspondente dos jornais Em Tempo (SP), Tribuna da Imprensa, Opinião (RJ) e Jornal do País, além de colaborar com o Jornal do Brasil, Correio do Povo (Porto Alegre) e Correio Braziliense.
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HOMENAGEM
O Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) prestou, nessa manhã, um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao jornalista e escritor. A homenagem foi solicitada pelo deputado De Assis Diniz (PT).
O ex-deputado estadual João Alfredo, genro de Gervásio e superintendente do Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), em publicação nas redes sociais, também homenageou o profissional.
“Referência fundamental para jornalistas de várias gerações, Gervásio deixa como legado sua trajetória de coerência na luta democrática em nosso País. Ele que foi militante do velho Partidão. Seu texto escorreito, combativo e inteligente, assim como seu humor afiado, sua generosidade humanista e seu amor pelas filhas, netas e netos, farão muita falta nestes tempos duros de combate ao fascismo.”, escreveu o parlamentar.
DITADURA MILITAR
O Sindjorce lembrou ainda, em sua nota de pesar, que Gervásio foi o primeiro editor do jornal alternativo Mutirão, que circulou entre 1977 e 1982, sendo um importante porta-voz dos movimentos sociais e um instrumento de resistência à ditadura militar.
Além disso, durante o regime militar, Gervásio foi vítima de prisão e tortura. De acordo com o relatório da Comissão da Verdade do Ceará, ele foi detido no dia 15 de abril de 1974, em Fortaleza, no lugar de outro militante político, José de Paula.