O que a poesia nordestina tem a ver com a poesia russa? Evento na Biblioteca Pública responde

Roda de conversa sobre o tema acontecerá nesta quinta-feira (22), com escritor, dramaturgo e jornalista paraibano

Escrito por Redação ,
Legenda: Patativa do Assaré (1909-2022) é um dos maiores representantes da poesia popular do Brasil
Foto: Fernando Travessoni

Patativa do Assaré e Boris Pasternak. Ariano Suassuna e Vladimir Maiakóvski. Hemisfério Sul e Hemisfério Norte. Calor e gelo. Tão diferentes entre si, é a arte de fazer versos que aproxima esses e tantos outros poetas.

"O Sertão e a Sibéria: as relações entre a poesia russa e a poesia nordestina” chega para afirmar essas semelhanças, investindo no diálogo como forma de entender as aproximações.

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O evento acontece nesta quinta-feira (22), a partir das 18h, na Biblioteca Pública Estadual do Ceará (BECE). Promovido pela própria instituição, é totalmente gratuito. Quem comanda a roda de conversa é o escritor, dramaturgo e jornalista paraibano Astier Basílio

Doutorando em literatura russa pelo Instituto de Literatura Maksim Górki, em Moscou, Astier é autor de 15 livros, vencedor do Prêmio Nacional de Dramaturgia da Funarte (2014). Para ele, algumas canções nacionais russas possuem uma estrutura melódica semelhante ao aboio do vaqueiro.

Além disso, para citar um nome, Maiakovski (1893-1930) considerava  o trabalho de viajar por cidades recitando poesia como o de um menestrel. O poeta não apenas tinha uma singular capacidade de declamar poemas, como também reagia às perguntas da plateia como um verdadeiro repentista. Por essas e outras, é possível afirmar: o Nordeste e a Rússia são aqui.

O valor da memória

Na ocasião, também será feito o lançamento do folheto de cordel “Sal no machado” (2022, Edições Samizdat), com nove poemas políticos de Óssip Mandelstam traduzidos e comentados por Astier Basílio.

Voltando à espinha dorsal do evento, entre os pontos de intersecção compartilhados pelas duas culturas, talvez o mais importante seja mesmo a memória. Tanto a poesia oral nordestina como a poesia russa da Era de Prata, por exemplo, têm no ritmo e na musicalidade a base de composição. 

As composições rimadas, na visão de Astier, permitem uma melhor assimilação da lembrança. Um dos vários pontos a serem explorados na roda de conversa intercontinental. Convite feito.


Serviço
Roda de conversa "O Sertão e a Sibéria: as relações entre a poesia russa e a poesia nordestina", com Astier Basílio
Nesta quinta-feira (dia 22), às 18h, na Biblioteca Estadual do Ceará - BECE (Av. Presidente Castelo Branco, Av. Leste Oeste, 255 - Centro). Acesso gratuito. Contato: (85) 3101.2545

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