Morre Márcia Lage, carnavalesca da Mocidade e grande nome do Carnaval carioca, aos 64 anos
Ela desenvolvia, ao lado do marido Renato Lage, o desfile de 2025 da escola da Zona Oeste do Rio de Janeiro
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Morreu no Rio de Janeiro neste domingo (19), aos 64 anos, a carnavalesca e cenógrafa Márcia Lage. A notícia foi divulgada nas redes sociais da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola na qual, ao lado do marido, o também carnavalesco Renato Lage, desenvolvia o desfile para o carnaval do Grupo Especial carioca de 2025.
Márcia Lage foi vítima de uma leucemia. O ano de 2025, por sua vez, marcava o retorno do casal Lage, como são conhecidos no universo do carnaval, à Mocidade Independente após 23 anos.
"Márcia colocou o seu talento a serviço da Mocidade por diversos carnavais. Novamente, em trabalho conjunto com Renato Lage, ela assina o carnaval de 2025. Comunicamos o luto e a suspensão das nossas atividades sociais por tempo indeterminado, incluindo o ensaio de rua de hoje (19)", escreveu a Mocidade Independente.
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Márcia Lage passou a assinar carnavais como carnavalesca apenas nos anos 2000, mas desde a década anterior, já trabalhava na equipe de profissionais como Renato Lage, que viria a se tornar seu marido posteriormente.
Na escola da Zona Oeste carioca, Márcia Lage fez parte da equipe campeã em 1996 com o enredo 'Criador e Criatura'. O primeiro carnaval assinado foi em conjunto com Renato Lage, em 2002, com 'O Grande Circo Místico', também na Mocidade Independente.
A consagração veio em desfiles pela Acadêmicos do Salgueiro, escola na qual ficou entre 2003 e 2017 - com um breve intervalo em 2009, quando estava na Império Serrano.
Ao lado do marido em praticamente todos os anos (em 2009, Márcia assinou sozinha o desfile no Império Serrano, mas a escola foi rebaixada. O Salgueiro, por sua vez, foi campeão após 16 anos com o enredo 'Tambor'), Márcia se especializou principalmente na estética afro-brasileira.
Ao todo, foram 13 carnavais no Salgueiro, com enredos de destaque como 'Candaces' (2007), 'Gaia - A Vida em Nossas Mãos' (2014) e 'A Ópera dos Malandros' (2016). Após esse período, Renato e Márcia Lage tiveram passagens por Acadêmicos do Grande Rio e Portela, sem o mesmo sucesso.
Após um ano fora do Carnaval, os dois foram anunciados no lugar de Marcus Ferreira para assinar o desfile de 2025 da Mocidade Independente. Com o enredo 'Voltando Para o Futuro - Não Há Limites para Sonhar', a proposta do casal é, por meio de uma viagem intergaláctica, reconectar a escola com o próprio brilho e discutir as ações da humanidade.
Grande Rio, Império Serrano, Portela e personalidades do Carnaval se manifestam
A Acadêmicos da Grande Rio se manifestou com "luto" nas redes sociais pela morte de Márcia Lage. A carnavalesca assinou os desfiles de 2018 e 2019 da escola de Duque de Caxias.
O Império Serrano também lamentou a morte de Márcia Lage e relembrou os desfiles de 2008, quando foi campeã do Grupo A do carnaval carioca e assinado pela carnavalesca, e 2009.
A Portela, maior campeã do carnaval carioca, escreveu que "o mundo do samba perde uma das carnavalescas mais talentosas e inteligentes".
"Márcia deixa filhos, o marido Renato Lage e uma legião de fãs do seu trabalho no carnaval", completou a Portela nas redes sociais. Ela foi carnavalesca da escola entre 2020 e 2023.
A Acadêmicos do Salgueiro frisou a formação de Márcia Lage, na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, e ressaltou que a carnavalesca contribuiu "com uma sensibilidade única, acessível apenas a quem vive a arte com paixão".
O intérprete da Mocidade Independente, Zé Paulo Sierra, pontuou nas redes sociais que a escola vai seguir "honrando" o legado de Márcia Lage.