Mãe de Lô Borges foi quem nomeou o 'Clube da Esquina'; conheça história

Disco é um dos trabalhos mais emblemáticos da Música Popular Brasileira.

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Redação producaodiario@svm.com.br
Na imagem, uma foto granulada e colorida, que é a capa do álbum
Legenda: Capa do icônico disco "Clube da Esquina", lançado em 1972.
Foto: Reprodução.

Um dos discos seminais da Música Popular Brasileira, "Clube da Esquina" marcou gerações e até hoje é reverenciado por público e crítica dentro e fora do Brasil. Mas você sabia que o nome desse movimento envolve diretamente a mãe de Lô Borges – músico falecido na noite do último domingo (2)?

Dona Maricota, como era conhecida, é responsável direta pela existência e denominação do grupo formado pelos filhos, Lô e Márcio Borges, além de Milton Nascimento, Wagner Tiso e outros músicos mineiros. 

Conforme o Museu da Pessoa, a senhora vinha de uma família de músicos, cantou em corais desde cedo e passou adiante a tradição da música aos onze filhos que teve com o marido, seu Salomão. Os jovens foram criadas entre o bairro de Santa Tereza e o Edifício Levy, no Centro, em Belo Horizonte. 

Na imagem, uma foto em close-up, possivelmente emoldurada, de duas pessoas juntas em um momento de carinho. No primeiro plano, à esquerda, está Lô Borges, com cabelo escuro e ombro em uma blusa azul-turquesa, encostando a cabeça gentilmente na outra pessoa. À direita e ligeiramente atrás, está uma senhora mais velha, Dona Maricota (mãe dos irmãos Borges), com cabelo branco e óculos de armação dourada com lentes claras. Ela veste uma blusa branca e olha com um sorriso sutil e afetuoso para a câmera ou para a frente. A imagem transmite intimidade e ternura.
Legenda: Dona Maricota e Lô Borges em foto publicada pelo artista nas redes sociais.
Foto: Reprodução/Instagram.

Descrita como "amável e carinhosa", dona Maricota sempre recebeu os amigos dos filhos como se fossem os próprios, relatando a proximidade deles com figuras como Milton Nascimento e Elis Regina

Não à toa, foi observando esse movimento em casa, que ela apelidou carinhosamente de "Clube da Esquina" aqueles garotos que sempre se encontravam na esquina da Rua Paraisópolis com Divinópolis, em Santa Tereza. 

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O movimento cresceu e se tornou uma comunidade de músicos e artistas criativos, que se reuniam nesse endereço para conversarem sobre arte e política, além de tocarem juntos e compartilharem ideias e inspirações musicais.

Como surgiu o Clube da Esquina

O Clube da Esquina nasceu quando Milton Nascimento, ainda um jovem músico talentoso, se mudou para o já citado Edifício Levy, em Belo Horizonte, onde conheceu os irmãos Márcio, Marilton e o ainda garoto Lô Borges. 

Os quatro se tornaram amigos e começaram a tocar juntos, criando um som que misturava influências do rock, da música folk e da música brasileira. Com o tempo, outros músicos talentosos se juntaram ao grupo, incluindo Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta, Fernando Brant, entre outros. 

Na imagem, foto do grupo de músicos brasileiros conhecido como Clube da Esquina, tirada no pátio de um prédio antigo. Cinco homens estão sentados em um banco de pedra. Da esquerda para a direita, Beto Guedes (cabelos compridos e colete), Lô Borges (óculos de aro claro e camiseta branca), um homem mais velho de terno escuro (possivelmente um político ou figura pública, notavelmente diferente dos músicos em vestuário), Wagner Tiso (cabelos cacheados e camisa estampada) e Milton Nascimento (camisa jeans escura, tocando um violão).
Legenda: Grupo do Clube da Esquina reunido na década de 1970.
Foto: Reprodução/O Tempo.

Após o lançamento do álbum homônimo, em 1972, o movimento continuou a produzir música e a influenciar a cena musical brasileira. Muitos dos artistas envolvidos no projeto continuaram a colaborar e a criar música juntos, lançando álbuns como “Clube da Esquina 2” e “Clube da Esquina 3”.

O disco é considerado um dos melhores discos da história da música brasileira, tendo seus membros marcado época na música, influenciando artistas como Skank, Nando Reis.

Adeus a Lô Borges

Na imagem, Lô Borges, o músico, de meia-idade, com cabelo castanho-escuro, em um estúdio musical. Ele veste uma camiseta preta lisa e está sentado ou em pé atrás de um teclado sintetizador vermelho (Nord Electro), com as mãos sobre as teclas. Ele sorri sutilmente e olha para a esquerda (para fora da câmera). O fundo é uma parede de madeira rústica e escura, onde várias guitarras e violões de diferentes estilos e cores estão pendurados. Equipamentos musicais, como amplificadores (um da marca VOX) e luminárias (incluindo uma laranja à esquerda), preenchem o espaço.
Legenda: Entre os principais sucessos de Lô Borges, estão "Um girassol da cor do seu cabelo" e "O trem azul".
Foto: Reprodução/Instagram

Lô Borges, cujo nome de batismo era Salomão Borges Filho, morreu, aos 73 anos, em Belo Horizonte na noite do último domingo (2). A informação foi confirmada pela família nesta segunda-feira (3).

Músico de relevância para a música nacional, ele estava internado desde o dia 17 de outubro, quando deu entrada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por intoxicação por medicamentos, e foi submetido a ventilação mecânica. 

Inicialmente, segundo informações da própria família, o artista passou mal em casa e foi levado a uma unidade hospitalar. Com a evolução do caso, precisou passar por uma traqueostomia devido à ventilação mecânica.

Entre os principais sucessos da carreira, estão "Um girassol da cor do seu cabelo", "O trem azul" e "Paisagem da Janela".

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