Gratuita e presencial, 21ª Unifor Plástica convida a reencontrar a arte

Com o tema “Corpo Ancestral”, exposição reúne 41 artistas cearenses e nacionais, permitindo acesso à cultura em meio à retomada das atividades com público

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(Atualizado às 21:03)
Obra do artista cearense Diego de Santo
Legenda: Obra do artista cearense Diego de Santos
Foto: Ares Soares

Salão de arte contemporânea, a Unifor Plástica é realizada bienalmente no Ceará desde 1973. Neste intervalo, tornou-se testemunha das transformações sociais e uma das principais vitrines de apreciação das artes visuais do País.  

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A partir desta quarta-feira (20), a 21ª edição estará aberta à visitação do público. Reunindo 41 artistas, a mostra celebra a tradição e os saberes como chave de conhecimento do presente. Gratuita, em cartaz no Espaço Cultural Unifor, permite acesso a lazer e cultura no momento de reabertura das atividades presenciais.  

A abertura oficial, realizada na noite desta terça-feira (19) reuniu artistas, convidados e curadores. Para representar a Fundação Edson Queiroz, participaram a presidente Lenise Queiroz Rocha (por vídeo chamada) e a vice-presidente da Fundação, Manoela Queiroz Bacelar.

O acervo compõe uma revisão histórica afetiva entre artistas veteranos e da novíssima geração. A curadoria é assinada por Marcelo Campos e Pollyana Quintella, que realizaram palestra de apresentação da mostra. Assista abaixo.

Conectando histórias 

A presidente Lenise Queiroz Rocha refletiu que a mostra ajuda a perceber como o ontem e o hoje se entrelaçam no tempo do agora. “A 21ª Unifor Plástica traz o Corpo Ancestral como tema para tecer um panorama do que tem significado para contar sobre nós e sobre o que somos", compartilhou. 

Durante a cerimônia de abertura, a gestora defendeu que a arte leva a diferentes universos. Nos conecta histórias de vida singulares, como as de Nice Firmeza (1921-2013), Gilmar de Carvalho (1949-2021) e Letícia Parente (1930-1991). “Os fios que bordam essas narrativas têm cores e espessuras inigualáveis”, descreveu.  

Vice reitor de extensão Randal Martins Pompeu, Fatima Veras, Pollyana Quintella, Manoela Queiroz Bacelar e Marcelo Campos
Legenda: Vice reitor de extensão da Unifor Randal Martins Pompeu, Fatima Veras, Pollyana Quintella, Manoela Queiroz Bacelar e Marcelo Campos
Foto: Ares Soares

Segundo o curador Marcelo Campos, que também é o curador-chefe do Museu de Arte do Rio (MAR) e professor de História da Arte da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), é importante atualizar uma pesquisa em torno das artes visuais, com artistas que muitas vezes ainda não estão conhecidos e pensar o papel de vanguarda da Unifor Plástica.    

“A exposição parte de um tema geral, dividido em três núcleos. O primeiro contempla a ideia do corpo. O segundo percorre a espiritualidade nas obras e por fim, o terceiro núcleo aborda a escrita de si, no qual temos o próprio artista se auto representando, detalha o pesquisador. 

Escolha das obras 

O acervo investiga como os saberes populares estão sendo abordados pela produção artística atual. O trabalho de pesquisa iluminou obras e artistas que lidam de modo ampliado com as relações entre tempo, temporalidade e presentificação.  

“Como a tradição pode conviver com pensamentos atuais? Esse será um desafio que o Brasil deverá enfrentar para entender que passado e futuro são forjados no presente enquanto vetores que se entrecruzam e se transformam continuamente”. 

Artistas Fernando França e Zé Tarcísio no espaço dedicado à memória de Gilmar de Carvalho
Legenda: Artistas Fernando França e Zé Tarcísio no espaço dedicado à memória de Gilmar de Carvalho
Foto: Ares Soares

Segundo a curadoria, vivemos um presente que renegocia múltiplas relações, sejam elas etárias, geográficas, de gênero e etnicidade. “Apostamos que a convivência com a arte poderá horizontalizar diversos pensamentos e visões de mundo. De outro modo, nos dedicamos ao enfrentamento com lugares, cidades, paisagens nem sempre apaziguadoras”, argumentam. 

Homenageados 

Nessa edição, três nomes da cultura cearense são homenageados. A artista Nice Firmeza (1921-2013); o professor, pesquisador e escritor Gilmar de Carvalho (1949-2021); e Letícia Parente (1930-1991), artista representante do primeiro ano da Unifor Plástica, em 1973. 

Obra de Nice Firmeza, uma das homenageadas pela 21ª Unifor Plástica
Legenda: Obra de Nice Firmeza, uma das homenageadas pela 21ª Unifor Plástica

Seja nas ranhuras da xilogravura, nos pontos do bordado, na luz e sombra da foto, nas formas da escultura, no entrelaçado dos bilros ou nas pinceladas do óleo sobre tela, a autoria se faz presente. 

"Cada artista homenageado e cada expositor desenhou a própria existência de forma indelével. Essa mostra é fruto de nossa multiplicidade e do encontro dessas vozes e traços. Juntas e sobrepostas estão aqui as marcas de um tempo que está em constante interpretação”, conclui Lenise Queiroz Rocha. 

Serviço 

21ª Unifor Plástica – "Corpo Ancestral".  De terça a sexta (9h às 18h), sábados e domingos (10h às 18h).  
Local: Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321 - Bairro Edson Queiroz). Informações: (85) 3477.3319 
Curadoria e co-curadoria: Marcelo Campos e Pollyana Quintella 

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