Festa das leituras: Bienal Internacional do Livro do Ceará abraça pluralidades humanas e literárias
Distintas geografias e conhecimentos aportam no Centro de Eventos do Estado, de 16 a 25 de agosto, para mais uma edição do evento; ação transborda dimensões ao se realizar em vários ambientes, abrangendo diversidade humana e de ofícios
A cada dois anos, uma cena preenche o espírito de esperança e aconchego. Crianças saltando de ônibus escolares, feito passarinhos insones. Na retina, incontida ansiedade, sentimento que se espalha pelo corpo e não contém o desejo de corrida; nas mãos, por vezes um vale-compras, garantia de que ninguém sairá com a mochila vazia. A proposta é abarrotá-la, e com algo precioso: livros, muitos livros.
Da primeira infância, atravessando a juventude, fase adulta e terceira idade - diversidade de expressões humanas, físicas e culturais - a Bienal Internacional do Livro do Ceará é reflexo de ânimo. No evento, o mais importante do Estado dedicado à leitura, cartas de amor ao universo do imaginar são escritas toda vez que alguém sai de casa e pretende mergulhar por entre estantes, estandes e diálogos. Impulso certeiro, que sinaliza bonito apreço pela arte de ressignificar o mundo.
Na 13ª edição da iniciativa - capitaneada pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult) e pelo Ministério da Cidadania, em parceria com o Instituto Dragão do Mar -, esses percursos devem se repetir. A expectativa, conforme a organização, é que cerca de 400 mil visitantes passem pelo Centro de Eventos do Estado, sede da ação, alardeando os olhares sobre o ato de ler.
Com o tema "As cidades e os livros", a programação acontece a partir desta sexta-feira (16) e segue até 25 de agosto, com acesso gratuito. No total, são pelo menos 15 espaços temáticos, mais de 150 expositores e número superior a 300 convidados, contemplando escritores, livreiros, mediadores de leitura, ilustradores, entre outros profissionais do mercado editorial.
A homenagem, diferentemente das outras edições, não será a autores e autoras e, sim, a obras. "A Casa", de Natércia Campos (1938-2004), "Lavoura Arcaica", de Raduan Nassar, e "Terra Sonâmbula", de Mia Couto (estes últimos escritores, por sinal, não participarão mais do evento) são os que integram esse panorama, fomentando o desejo de aprofundar a experiência de formação de público leitor. Tem também caráter agregador: ao vincular práticas a livros, o evento fomenta que saberes se conectem, priorizando a imersão literária.
Atravessamentos
Quem também ganhará destaque, neste ano, é Sérvulo Esmeraldo (1929-2017). O artista de múltiplos ofícios - foi escultor, gravador, ilustrador e pintor - completaria 90 anos em 2019, e é lembrado já a partir do selo e identidade visual do evento, que herda aspectos da enigmática escultura "Femme-Bateau", de autoria do cratense. O trabalho estava outrora instalado na Ponte dos Ingleses, na Capital.
A obra despertou a atenção da editora carioca Anna Dantes, responsável por criar as peças especialmente para a Bienal. E também protagonizou vivências em oficina de criação imersiva, realizada em julho com estudantes e professores dos cursos de Publicidade e Arquitetura da Universidade de Fortaleza (Unifor). Mais um degrau alcançado pela organização e curadoria da ação na busca de potencializar distintas frentes de reflexões e apreciações.
Falando no aspecto curatorial, é a escritora Ana Miranda quem assume o leme da empreitada, juntamente ao autor, produtor cultural e professor Carlos Vasconcelos, e a professora Inês Cardoso. Segundo ela, contemplar as minúcias da urbe que sedia o maiúsculo projeto traduz perspectivas importantes.
"A cidade é um dos temas mais candentes de nossa atualidade, tendo em vista que a maioria da população mundial está concentrada nesse espaço. A escolha para homenagear o assunto na Bienal se deve exatamente a isso, a essa universalidade. Seja uma grande metrópole ou uma aldeia indígena, os conglomerados são lugares em que habitamos e podem ser lidos, inclusive, como um livro. Tudo se encaixa nesse conceito", considera.
Indagada sobre quais os desafios de estar à frente de algo tão maiúsculo como o evento em questão, a curadora sublinha a preocupação em abranger o maior número de expressões literárias possíveis - cuidado alimentado desde março do ano passado, quando as primeiras discussões sobre o evento começaram a ser gestadas. Nesse sentido, o cronograma de atividades e espaços foi feliz ao priorizar exatamente essa pluralidade.
Além dos tradicionais enfoques, ganham destaque, neste ano, setores que, historicamente, costumam estar à margem - ainda que a potência das criações sempre tenham sinalizado constante protagonismo e envergadura. Literatura feita por negras e negros, por pessoas da periferia, mulheres, indígenas, espaço para novos autores e autoras e farto número de representações, como a gastronomia - pela primeira vez ocupando distinção no evento - estarão em ambientes especiais, aproximando práticas pulverizadas em vários espaços das urbes.
Em comum a todas as manifestações, uma necessidade de conexão e específico realce a nomes locais. Não à toa, atrações como Abdellah Taïa, Eduardo Agualusa e Ivan Wolffers (internacionais) e Conceição Evaristo, Frei Betto e Maria Valéria Rezende (nacionais) dividem espaço com Tércia Montenegro, Dércio Braúna, Nina Rizzi, Gilmar de Carvalho e fartura de escritores cearenses.
Sob outro aspecto, ações como a Bienal Fora da Bienal, tradicional na programação, também cumprem o papel de expandir horizontes. Neste ano, lugares como Casa de Juvenal Galeno, Cuca Barra, Poço da Draga, Titanzinho, praia de Sabiaguaba e mais seis outros, em Fortaleza, sediarão atividades. No interior do Estado, compõem o panorama os municípios de Quixadá, (Casa de Saberes Cego Aderaldo), Aquiraz (na tribo Jenipapo-Kanindé e no Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa), Horizonte (Açude de Queimadas), Itapipoca (assentamento Maceió) e Cascavel (no distrito de Moita Redonda).
"Um evento como a Bienal foi abraçado pela população do Ceará. Existe todo um trabalho de penetração da mostra em escolas, bibliotecas - públicas e de bairro -, instituições culturais? Onde é possível uma interação, a iniciativa tem feito esse trabalho. E isso despende muita energia, mas, na mesma medida, confere muito resultado", avalia Ana Miranda.
Envergadura
Narradora de histórias, pesquisadora, professora e à frente de políticas públicas de incentivo à leitura no Ceará, Goreth Albuquerque, coordenadora da Bienal, enfatiza que o ano é de desafios no campo da cultura. Por isso mesmo, é importante realçar o compromisso em expandir as políticas públicas relativas ao campo do livro, da leitura e da literatura, sobretudo.
"Não é um cenário favorável, o que estamos vivendo. Mas a gente assume um compromisso coletivo, estabelecendo muitas parcerias, para manter a realização da Bienal com a mesma qualidade e compromisso que vem sendo produzida há anos", afirma.
"A criatividade e o engajamento intelectual da curadoria e de todos os coordenadores que fazem o evento, numa eleição de programação diversa, garantem que tudo seja significativo na área das discussões".
A gestora ainda menciona que o evento está orçado num valor superior a três milhões de reais, com recursos advindos tanto do Tesouro quanto da captação pela Lei Rouanet. O investimento está alinhado ao crescimento da iniciativa, conforme relatórios gerados das edições anteriores.
"Vamos desenvolvendo um know-how que permite que a gente se comunique com mais pessoas e passemos a utilizar novas estratégias para fazer as informações da Bienal chegarem a mais lugares".
A poucos dias de tudo acontecer, o sentimento presente na fala de Goreth é claro e evoca satisfação e boas expectativas: "Além do cansaço, porque há meses a ação vem sendo pensada e discutida, existe uma ansiedade para que todos os diálogos, ideias e inovações buscados possam ser vistos acontecendo. É um anseio para o encontro - com escritores favoritos, com a descoberta de alguma narrativa que nem conhecíamos, mas que podemos passar a gostar, entre outras coisas. Como quando a gente arruma a casa, esperando alguma pessoa querida chegar".
"Mas, se tratando de uma política pública, tem sempre também um peso da responsabilidade de pensar se todas as representações, tudo aquilo que compõem o Plano Nacional do Livro e da Leitura, o Plano Estadual de Cultura e a Secretaria da Cultura do Ceará, do ponto de vista da coordenadoria do Livro e da Leitura, estão contempladas ali. Quais os Cearás estão presentes nessa Bienal? Isso é sempre um norte, um guia", complementa.
Ana Miranda, por sua vez, recorre à reação íntima. "O coração bate forte, e a cabeça só pensa Bienal, Bienal, Bienal", brinca. "É muita tensão, paixão e medo se cada coisa que planejamos vai dar certo. Tudo é muito difícil no Brasil, e esta época a qual estamos realizando o evento é mais difícil ainda do que as outras. Porém, estamos realizando os planos com muito amor. E vai dar tudo certo". Trabalhos e pensamentos unidos para que aquela cena do início, de esperança e aconchego, volte a se repetir.
Serviço
XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará
De 16 a 25 de agosto, de 10h às 22h, no Centro de Eventos do Ceará (Av. Washington Soares, 999 - Edson Queiroz). Programação gratuita.
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LETRA DE MULHER
É a terceira vez que um espaço dedicado inteiramente a elas estará presente na Bienal. Sob coordenação de Vânia Vasconcelos, as atividades do eixo Letra de Mulher procurarão divulgar as diferentes autorias femininas, sobretudo na literatura, embora não apenas: o foco é mais abrangente, recaindo na produção intelectual de mulheres em várias instâncias. Entre as presenças confirmadas, está o Coletivo Severinas, gestado no Sertão Central cearense; Mayara Albuquerque, professora de Quixeramobim que atua em clubes de leitura; e Vera Duarte e Dina Salústia, escritoras cabo-verdianas.
“Queremos divulgar autoras e livros, claro, mas, de forma especial, debater ideias, já que a Bienal do Ceará possui essa tradição. Um das coisas que vamos discutir, por exemplo, é a visibilidade das publicações escritas por mulheres. A relação com o mercado editorial ainda é tão difícil para nós quanto estar nos espaços de poder. Escrevemos e produzimos, mas quem nos lê? Temos, então, que caminhar nesse sentido do diálogo para termos uma amostra mais representativa”, avalia Vânia.
ORALIDADES, ANCESTRALIDADES E MESTRES DA CULTURA
A coordenação do eixo é de Dane de Jade, atriz-pesquisadora, produtora, arte-educadora, radialista e gestora cultural. Segundo ela, a proposta é reunir uma trajetória que vem desde a oralidade aos tempos atuais, envolvendo etnias e Mestres e Mestras da cultura popular, além de outras abordagens. Na programação, momentos contemplando Narrativas sobre Ancestralidade Negra Cearense, A ginga da cultura afro-brasileira e Filosofia Africana também estarão presentes. Lançamentos de livros e rodas de conversa ainda integram as atividades. “Está tudo conectado, se pensarmos na grande teia que a Bienal está construindo. Podemos dizer que nesse caldeirão cabe muita coisa que pode nos trazer possibilidades infinitas”, comenta Dane.
Em parceria com a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), também vai acontecer o Encontro Oralidades & Escritas em Língua Portuguesa, com curadoria de Andrea Muraro e produção de Nixon Araújo. As ações serão descentralizadas, ocorrendo no Centro de Eventos e no Centro Cultural Bom Jardim; por sua vez, na Bienal Fora da Bienal, acontecerão na Unilab e cidades do Maciço de Baturité. “Ler, receber e reconhecer tais experiências é olhar para dentro de nós mesmos. O encontro é sempre um momento, portanto, de congregar e dialogar com a diversidade”, explica Andrea Muraro.
JUVENTUDE E PERIFERIAS
O grande movimento de leitura que tem ocorrido nas periferias de Fortaleza e do Ceará e as diferentes expressões intrínsecas a ele dão o tom desse eixo. A ênfase no trabalho de bibliotecas comunitárias ganhará força – não à toa, estará instalada no espaço uma biblioteca Livro Livre, a partir de parcerias com outras agremiações. A união é intitulada Rede Palavra Livre, e permitirá o intercâmbio de obras e perspectivas.
Adolescentes e jovens participarão efetivamente, falando sobre os movimentos literários e artísticos que têm se fortalecido na cena local, os saraus. Não à toa, acontecerão vários durante os dez dias de Bienal, aproximando a prática de pessoas veteranas e novatas no ramo. “Acho que o mais importante da nossa programação é que ela é feita de maneira muito coletiva, então não damos visibilidade para uma grande atração. Procuramos traçar atividades que englobassem coletivos de periferia, de leituras e bibliotecas comunitárias”, elenca Talles Azigon, coordenador do eixo no evento.
CULTURA ALIMENTAR E GASTRONOMIA
Literatura e comida? Sim. Um dos grandes diferenciais deste ano é aproximar o público de duas das expressões culturais mais caras à sociedade, alargando as possibilidades de imersão da Bienal. O carro-chefe da programação do eixo é um espaço chamado “Diz-me o que comes e te direi de onde és”. Alinhado ao tema geral do evento, com olhar sobre as cidades, convidará nomes nacionais na intenção de que saiam do papel de grandes pesquisadores da alimentação e/ou chefs e venham para o espaço da literatura.
Funcionará assim: os convidados e convidadas lerão um texto (crônica, poema ou romance) para que, a partir desse exercício, as pessoas na plateia se transportem para a cidade de origem por meio do mundo da comida. “Essa programação está vinculada aos alunos da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco. Quando os trechos falarem de um prato que podemos degustar, quem vai executar são eles”, detalha Lina Luz, à frente do espaço.
PRAÇA DO CORDEL
A Praça do Cordel é um espaço é destinado à promoção e difusão de uma das mais tradicionais expressões populares do Ceará e do Nordeste. E faz isso elencando pluralidade de formas, quer seja no suporte usual, quer seja em livros, adaptação para teatro, música, xilogravura e em outras artes que com ela se relacionam. Há uma década, o ambiente fomenta novas discussões sobre esse fazer específico, cultivado milenarmente.
Capitaneada pelo cordelista Klévisson Viana, a ação promete ter grandes momentos e abundância de autores e autoras, como Edmílson Santini, que trabalha com teatro e cordel; o poeta e folclorista Marco Aurélio; e a médica e cordelista Paola Tôrres. Eles e vários outros estarão à frente de lançamentos de livros, debates e outros momentos. “O Nordeste tem a literatura popular mais rica do planeta em quantidade e qualidade. A cada edição da Bienal, nosso espaço se consolida cada vez mais tanto em público como em grandes atrações, e é de longe um dos espaços mais queridos do evento”, observa Klévisson.
FESTIVAL DE ILUSTRAÇÃO DO CEARÁ
Refletir sobre as diversas relações entre o texto e a imagem: essa é a tônica do IV Festival de Ilustração do Ceará. Tanto as crianças terão espaço aberto e material para produção de conteúdos quanto os profissionais da área, por meio de palestras, mesas redondas e oficinas. O professor Geraldo Jesuíno da Costa será o grande homenageado do evento, que trará ainda Raisa Cristina, Fernanda Meireles, Ceci Shiki, Narcélio Grud e Marquinhos Abu (da safra local) e Cau Gomez, Evelyn Queiroz, Cris Alhadeff, Tino Freitas, Marilda Castanhas, Alexandre Beck e Ivan Cosenza, de outros lugares do País.
O destaque vai também para a feira permanente, em que artistas das cidades poderão estar comercializando trabalhos, trazendo ao conhecimento do grande público a produção artística do lugar de onde vêm. “A sensibilidade ao que está sendo expresso na forma de ilustração, seja manual ou digital, é o diferencial desses ilustradores. Nós temos artistas muito talentosos aqui no nosso estado que dialogam com diversos eixos da literatura, desde o infantil até o adulto”, situa Rafael Limaverde, curador do festival junto a Eduardo Azevedo.
LITERATURA E INFÂNCIA
Localizado no Mezanino do Centro de Eventos, o eixo tem como proposta propiciar a relação direta das crianças com o livro, a leitura e os escritores, dentro de uma perspectiva que favoreça a escuta das opiniões e questões trazidas pelos pequenos, principalmente quando da relação deles com os autores. É um espaço pensado também para estreitar o laço entre família e literatura por meio do consumo dos pimpolhos.
Entre as atividades, apresentação de obras por parte de escritores, permitindo que as crianças peguem, cheirem e sintam os livros; leitura de trechos junto com os criadores; oficinas e ambiente de apresentação de espetáculos de dança e música; e a Tenda Miúdos, reservada aos mais novinhos, homenageando o ficcionista Horácio Dídimo. “A literatura infantil é um assunto muito sério e, entre quem escreve, há cada vez mais fôlego para produzir obras de qualidade, desde o conteúdo, até ilustrações e formato. Essa é uma oportunidade de imersão por esse campo”, afirma a professora Edneia Quinto (Tutti), à frente do eixo.
BIENAL FORA DA BIENAL
Conciliar perspectivas por meio de pessoas que talvez não tivessem acesso à Bienal: esse é o caminho percorrido pela Bienal Fora da Bienal, cujas atividades vão englobar diversidade de espaços em Fortaleza e mais cinco municípios do interior do Estado. O fomento deve ser múltiplo. Não à toa, atividades em ambientes como a tribo Jenipapo-Kanindé e o Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa, além de assentamento Maceió e Casa de Saberes Cego Aderaldo (todos Ceará adentro), permitirão bem-vinda troca de experiências e saberes.
Na Capital, recebem programação o Porto Iracema das Artes, Centro Educacional Aldaci Barbosa, Poço da Draga, Casa do Estudante, Vila Demétrius, Mercado dos Pinhões, Granja Lisboa e mais outros espaços, difundindo uma política de fomento abrangente, considerando especialmente comunidades isoladas e com pouca assistência de políticas voltadas para a inserção no cenário artístico e da leitura. Além, claro, de promover a movimentação de escritores e escritoras por celeiros férteis de conhecimento e cultura.
SHOWS
Breves e mágicas apresentações também atravessarão os dias de Bienal. A Orquestra de Barro Uirapuru, junto à Tapera das Artes e Marlui Miranda, estarão na Sala Terra de Luz (Pavilhão/Térreo), na sexta-feira (16), abrilhantando o primeiro dia de evento a partir de sonoridade em comunhão com as ancestralidades.
No restante dos dias, haverá show de embolada, com Marreco e Pinto Branco (CE); Edmilson Santini (RJ); e Irmãos Aniceto, Marimbanda e Carlos Malta, com participação da Banda Cabaçal Palmares. Encerrando toda a programação, Renata Arruda, Paola Tôrres e lançamento do CD “Nordeste In Natura”.